domingo, 21 de março de 2010

Bispo rebate declarações de acusados.

O bispo Dom João Maria Messi, da Cúria Diocesana de Volta Redonda-Barra do Piraí, afirmou ontem em entrevista coletiva que não acredita que os assassinatos do padre Dejair Gonçalves de Almeida, de 32 anos, e do ex-seminarista Epaminondas Marques da Silva, de 26 anos, tenham ligação com o homossexualismo, conforme os acusados de cometer o crime afirmaram em depoimento. Para o bispo, Bruno Quintiliano da Silva, o "Bruninho G3" e Renan Luiz Gomes, ambos de 19 anos, mentiram ao depor na 93ª DP, onde estão presos.
O bispo disse que já perdoou os acusados:

"Até rezei para que eles se convertam", disse.

Mas, segundo Dom João Maria Messi, perdoar não significa concordar com as declarações dos acusados contra as vítimas.

"Eles (acusados) estão desfiando acusações às vítimas, que não podem se defender.
Espero que eles sejam responsabilizados judicialmente pelo crime que cometeram".

Dom João afirmou que nunca observou que Dejair tivesse tendências homossexuais, e elogiou o trabalho social que o padre desempenhou junto às comunidades eclesiais da cidade.
O bispo elogiou ainda a atuação da polícia por ter elucidado rapidamente o crime, classificado por ele de "bárbaro". O bispo informou que antes de Dejair se ordenar ele foi submetido a uma série de exames psicológicos que revelaram que ele não tinha tendências homossexuais, nem para as drogas e o álcool. Além disso, Dom João explicou que toda a vida de Dejair foi investigada. - Na época, Dejair me disse:

"Foi uma humilhação prestar esses exames, mas eu fiz" - explicou o bispo, acrescentando acreditar que Dejair escolheu o sacerdócio por ter vocação para ser padre.

"Até agora, ele (Dejair) não escandalizou ninguém. Será que todo esse tempo ele nunca demonstrou essa atitude, e deixou transparecer apenas no dia que foi morto?", indagou.

Dom João também afirmou que não acredita nas declarações dos acusados, de que Dejair teria afirmado que só era padre "para tirar dinheiro de fiéis".

"Não acredito que Dejair tenha declarado que era padre apenas para tirar dinheiro dos fiéis". disse o bispo, lembrando que foi ele quem ordenou Dejair como padre, há dois anos.

Com relação ao ex-seminarista, o bispo afirmou que ele não continuou na Igreja porque tinha dificuldades nos estudos. Sobre a questão do homossexualismo na Igreja o bispo foi enfático.

- A sociedade tem um alto grau de corrupção e permissividade. Quantos homens e mulheres são infiéis à opção que fazem, mas por que toda esta veemência contra o homem padre e a mulher religiosa? Por que toda essa agressividade contra a Igreja e o padre e não contra pessoa da sociedade que são abertamente agressivas à família e à juventude? Há uma tendência de se exagerar quando se fala do religioso - apontou Dom João.

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