sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Toma JEAN WYLLYS.

EMAIL DE PAULISTANA DÁ LIÇÃO DE MORAL NO DEP. JEAN WYLLYS.

Date: Mon, 17 Dec 2012 19:34:12 -0200 
From: 
To: dep.jeanwyllys@camara.leg.br 
Subject: Um minuto de sua atenção, deputado. 
São Paulo, 17 de dezembro de 2012.

V. Exa. deputado Jean Wyllys,

Chamo-me Renata e resido em São Paulo. Sou cidadã brasileira, casada, mãe de família e profissional.O intuito dessa mensagem é dirigir-me a V. Exa. no sentido de expor-lhe, data venia, minha indignação e repúdio a diversas mensagens que V. Exa. postou em seu twitter, como resposta à primeira mensagem oficial do Santo Padre enviada por este meio de comunicação.

O senhor, em uma clara mensagem que incita o ódio e a humilhação ao Papa, afirma diversas acusações contra a Igreja Católica. Duas coisas me chamaram a atenção: primeiro, o senhor, como uma pessoa pública e representante do povo brasileiro que o elegeu (este povo, que em último censo realizado pelo IBGE mostrou-se majoritariamente religioso), teve uma postura desrespeitosa e impertinente.

Gostaria de lembrá-lo que o Papa é um chefe de Estado. Aos chefes de Estado deve-se o respeito e a consideração, por mais que discordemos de suas posturas éticas, filosóficas ou religiosas. O senhor, neste ponto, considerou-se acima do respeito devido a um chefe de Estado. 

Em segundo lugar, eu quero pedir-lhe que me envie as fontes "primárias" que comprovem TODAS as acusações que o senhor levantou contra a Igreja Católica. Quero lembrá-lo que, para tanto, será necessário ir às fontes, não aos impropérios que qualquer professor de cursinho repete, sem nem mesmo saber o que faz, nas aulas de História, completamente ideologizadas pela visão marxista antireligiosa.

O senhor em seus comentários deveria, por força de justiça, junto com suas acusações à Igreja, dizer quais foram os bens legados e ainda hoje mantidos pela MAIOR INSTITUIÇÃO DE CARIDADE EXISTENTE NA FACE DA TERRA. Se não o fez, prova que a intenção não era a de simplesmente discordar da visão do Santo Padre e da Igreja Católica, mas a de incitar o ódio contra eles. O senhor deveria, por exemplo, citar que a Igreja Católica criou os conceitos de:

- Universidade,

- Hospital (com seu ápice em São Camilo de Lelis, o qual foi o fundador dos padres e freiras que se dedicam aos cuidados dos doentes e que deu origem à "Cruz Vermelha")

- Atendimento "humanizado", baseado na antropologia cristã de que somos todos imagens e semelhança de Deus. Aqui, vale lembrar que na India, por exemplo, o sistema de castas afirma que existem os "intocáveis", que não devem nem ser tocados pelas pessoas de castas superiores – vide o trabalho de Madre Teresa de Calcutá)

- Avanço nos estudos astronômicos (uma pequena pesquisa pode fazê-lo ver que grande parte das estrelas e demais corpos celestes mais importantes receberam nomes de padres jesuítas, exímios astrônomos)

- Genética (o monge beneditino Gregor Mendel é considerado o pai da Genética por ter sido o primeiro a perceber que os fatores hereditários transmitiam-se de acordo com uma proporção matemática evidenciável)

- Cuidado de doentes incuráveis (os leprosários onde ninguém queria entrar eram cuidados por padres e freiras cujos nomes permanecem no mais total anonimato, mas que foram heróis da caridade, muitas vezes vindo a morrer pelas doenças transmitidas pelos doentes dos quais cuidavam desinteressadamente)

- Caridade: apesar de a máxima "fazer aos outro o que quer que ele lhe faça" ser universal, não podemos negar que ela encontrou um eco forte e vigoroso entre os cristãos, especialmente os católicos (vide São Francisco de Assis, Madre Teresa de Calcutá, São Vicente de Paulo e tantos e tantos católicos que não vão nunca aparecer na mídia, mas que são os verdadeiros herois da humanidade) 

- Ecologia – o respeito pela criação, que vibra tão pujantemente das palavras e ações do "pobre de Assis".



Como podemos evidenciar, deputado, sua mensagem deixou muita coisa por dizer. Evidenciou uma verdade distorcida, caluniadora e de fracos argumentos. Entendemos que, com isso, o senhor não teve uma verdadeira intenção de contrapor-se às ideias do Papa, mas em desrespeitá-lo e levar outros a fazer o mesmo.

Concluo esta mensagem pedindo-lhe que venha a público desculpar-se pelo viés causado por suas mensagens e também pedir-lhe que, em um próxima vez, lembre-se que com a fé das pessoas não se brinca; se respeita, por mais que delas discordemos.

Atenciosamente,

Renata Gusson.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O que é Dogma?


Dogma é uma verdade revelada por Deus, e, como tal, diretamente proposta pela Igreja à nossa fé.
A Revelação, fonte do dogma, dá a conhecer o ensinamento divino em seu próprio conceito: tal é a primazia de Pedro e de seus discípulos e, como consequência, a infalibilidade pontifícia. Para que uma verdade revelada seja um dogma é necessário que este proponha diretamente à nossa fé por uma definição solene da Igreja o pelo ensinamento de seu magistério ordinário.
No Evangelho se sublinha várias vezes a natureza da fé. Está descrita como uma adesão ao ensinamento divino anunciado por Cristo ou pregada em seu nome e com sua autoridade pelos Apóstolos. No Evangelho de São Marcos encontramos:
"Depois lhes disse: 'Ide pelo mundo e pregai a boa nova a toda criação. O que crer e for batizado se salvará; o que não crer, será condenado.'" (Mc 16,15-16).
"A fé é garantia do que se espera; a prova das realidades que não se vêem. Foi ela que valeu aos nossos ancestrais." (Hb 11,1-2).
Do século I ao IV, esta doutrina se manifesta pela insistência com a qual os Santos Padres afimaram a obrigação de crer integramente na doutrina ensinada por Jesus Cristo aos Apóstolos. Para que o ensinamento divino contido nas Sagradas Escrituras seja um dogma são necessárias duas condições:
1. O sentido deve estar suficientemente manifestado.
2. Esta doutrina deve ser proposta pela Igreja como revelada. Quando o texto das escrituras estiver definido pela Igreja como contendo um dogma revelado, com sentido preciso e determinado, é um dever estrito para os exegetas católicos aceitá-lo.
Para nosso crescimento, listamos abaixo boa parte dos Dogmas da nossa Igreja:
Dogmas sobre Deus
1. A Existência de Deus
2. A Existência de Deus como Objeto de Fé
A Unicidade de Deus
3. Deus é Eterno
4. Santíssima Trindade
Dogmas sobre Jesus Cristo
1. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e filho de Deus por essência
2. Jesus possui duas naturezas que não se transformam nem se misturam
3. Cada uma das duas naturezas em Cristo possui uma própria vontade física e uma própria operação física
4. Jesus Cristo, ainda que homem, é Filho natural de Deus
5. Cristo imolou-se a si mesmo na cruz como verdadeiro e próprio sacrifício
6. Cristo nos resgatou e reconciliou com Deus por meio do sacrifício de sua morte na cruz
7. Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou glorioso dentre os mortos
8. Cristo subiu em corpo e alma aos céus e está sentado à direita de Deus Pai
Dogmas sobre a Criação do Mundo
1. Tudo o que existe foi criado por Deus a partir do Nada
2. Caráter temporal do mundo
3. Conservação do mundo
Dogmas sobre o Ser Humano
1. O homem é formado por corpo material e alma espiritual
2. O pecado de Adão se propaga a todos seus descendentes por geração, não por imitação
3. O homem caído não pode redimir-se a si próprio
Dogmas Marianos
1. A Imaculada Conceição de Maria
2. Maria, Mãe de Deus
3. A Assunção de Maria
4. A Virgindade perpétua de Maria
Dogmas sobre o Papa e a Igreja
1. A Igreja foi fundada pelo Deus e Homem, Jesus Cristo
2. Cristo constituiu o Apóstolo São Pedro como primeiro entre os Apóstolos e como cabeça visível de toda Igreja, conferindo-lhe imediata e pessoalmente o primado de jurisdição
3. O Papa possui o pleno e supremo poder de jurisdição sobre toda Igreja, não somente em coisas de fé e costumes, mas também na disciplina e governo da Igreja
4. O Papa é infalível sempre que se pronuncia ex catedra
5. A Igreja é infalível quando faz definição em matéria de fé e costumes
Dogmas sobre os Sacramentos
1. O Batismo é verdadeiro Sacramento instituído por Jesus Cristo
2. A Confirmação é verdadeiro e próprio Sacramento
3. A Igreja recebeu de Cristo o poder de perdoar os pecados cometidos após o Batismo
4. A Confissão Sacramental dos pecados está prescrita por Direito Divino e é necessária para a salvação
5. A Eucaristia é verdadeiro Sacramento instituído por Cristo
6. Cristo está presente no sacramento do altar pela Transubstanciação de toda a substância do pão em seu corpo e toda substância do vinho em seu sangue
7. A Unção dos enfermos é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo
8. A Ordem é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo
9. O matrimônio é verdadeiro e próprio Sacramento
Dogmas sobre as Últimas Coisas (Escatologia)
1. A Morte e sua origem
2. O Céu (Paraíso)
3. O Inferno
4. O Purgatório
5. O Fim do mundo e a Segunda Vinda de Cristo
6. A Ressurreição dos Mortos no Último Dia
7. O Juízo Universal
Informativo Editora Cleofas.

Homossexualismo: vício contra a natureza.


Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Um amigo que várias vezes defendeu-me enquanto estava sendo processado pelo uso da palavra “abortista” publicou um artigo em que afirma não crer que o homossexualismo seja antinatural.
Não é fácil nem agradável corrigir um amigo. Mas a Escritura fala da correção fraterna como de um dever grave, por cuja omissão deveremos prestar contas a Deus (ver, por exemplo, Ez 3).
Constrangido pelo dever, escrevo no intuito de demonstrar que os atos libidinosos praticados entre pessoas do mesmo sexo são antinaturais. Servir-me-ei de Santo Tomás de Aquino: não de sua autoridade, mas de sua argumentação, que é puramente racional e não cita um versículo sequer de Bíblia quando trata desse assunto.
Na Suma Teológica, o santo doutor pergunta “se o vício contra a natureza é o pecado maior nas espécies de luxúria” (II-II, q. 154, a. 12). Começando por enumerar as possíveis objeções à sua tese — como costuma fazer - o Aquinate depois vai ao “corpo” do artigo e explica que “a pior corrupção é a do princípio”. Um pecado que corrompe a natureza do ato conjugal — como o a bestialidade (conjunção carnal com animais), o homossexualismo (conjunção carnal entre pessoas do mesmo sexo), as práticas aberrantes no acasalamento (entre pessoas de sexo diverso) e a masturbação (excitação sexual solitária) — é mais grave do que um pecado que “apenas contraria o que está determinado pela reta razão, resguardando-se os princípios naturais” — como o adultério (ato sexual entre uma pessoa casada e outra que não o próprio cônjuge) e a fornicação (ato sexual entre um homem e uma mulher solteiros).
O homossexualismo pertence à primeira classe dos pecados de luxúria. Ele não se contenta em usar da natureza contra a reta razão: viola a própria natureza. Entre os vícios contra a natureza, ele ocupa o segundo lugar, perdendo apenas para a bestialidade. Talvez seja por sua especial gravidade que esse pecado tenha sido escolhido como motivo de “orgulho”, com marchas, campanhas e ameaça de perseguição aos discordantes (“homofóbicos”). Quem exalta o homossexualismo deve fazê-lo com a intenção de afrontar a Deus ao máximo.
Mas o que é a natureza? O mesmo que essência ou quididade. É aquilo que caracteriza a coisa em sua intimidade. Responde à pergunta: “o que é a coisa?”
Se perguntarmos: “o que é o ato sexual?”, a resposta deverá incluir três notas: adualidade, a complementaridade e a fecundidade. Não pode haver um ato sexual solitário (masturbação), pois isso fere a dualidade. Não basta que haja duas pessoas, é preciso que elas sejam complementares (fisiológica e psicologicamente): um homem e uma mulher. É preciso ainda que tal ato seja realizado de modo a abrir-se à procriação: ele é naturalmente fecundo. Nada disso existe nos atos de homossexualismo.
Segundo o Direito Canônico — que extrai suas fontes tanto da Revelação quanto do Direito Natural — diz-se que o matrimônio foi consumado “se os cônjuges realizaram entre si, de modo humano, o ato conjugal apto por si para a geração da prole, ao qual por sua própria natureza se ordena o matrimônio, e pelo qual os cônjuges se tornam uma só carne” (cânon 1061, §1º). Este ato consiste em: erectio (ereção), penetratio (penetração),ejaculatio in vaginam (ejaculação dentro da vagina).
Os que não entendem que o homossexualismo seja antinatural, talvez usem “natural” no sentido de “habitual”. O hábito, porém, não se confunde com a natureza. Um hábito acrescentado à natureza produz uma inclinação que a natureza, por si só, não tem. Um hábito contrário à natureza é capaz de inclinar a faculdade a agir contra a natureza. Tal inclinação habitual, não é, porém, natural.
No entanto, diz um provérbio que “o hábito é uma segunda natureza”, isto é, tanto o hábito quanto a natureza produzem alguma tendência. Se a tendência produzida pelo hábito aperfeiçoa a natureza (a tendência de comer moderadamente, adquirida pela repetição de mortificações do paladar), ótimo. Se a tendência produzida pelo hábito corrompe a natureza (a tendência de praticar conjunção carnal com pessoas do mesmo sexo adquirida pela repetição de atos homossexuais), péssimo.
O movimento homossexualista tem tudo a ver com a causa antivida. Ele tenta destruir a família, que o saudoso Beato João Paulo II chamava “o santuário da vida”. Se quisermos verdadeiramente defender a vida, temos que defender com todas as forças a virtude dacastidade, que regula o instinto sexual segundo a razão. É aos puros de coração que Jesus fez esta maravilhosa promessa: “verão a Deus” (Mt 5, 8).

terça-feira, 19 de junho de 2012

A sacralidade do amor matrimonial


Prof. Ricardino Lassadier

Em todas as culturas grande importância é conferida ao casamento, a data do enlace é um dia muito festejado, o povo hebreu, por exemplo, comemorava por dias. A Igreja não somente vê no casamento um acontecimento cultural importante, mas compreende-o como Matrimônio, como sacramento. Para a fé católica o Matrimônio não apenas reconhece o caráter natural do enlace entre homem e mulher, mas eleva este enlace a uma dimensão sagrada. Vamos entender, ainda que brevemente, a particularidade da sacralidade matrimonial. Deus nos é dado a conhecer por São João da seguinte forma: “Deus é amor: quem permanece no amor, permanece em Deus, e Deus permanece nele” (1Jo 4,16).  E a Igreja nos ensina que “homem é criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade” (CIC,27). Ora, se Deus é Amor e o homem foi criado por Ele e para Ele, então podemos entender que o homem foi feito pelo Amor e para o Amor e neste Amor permanecer.


A partir dessa podemos, legitimamente, compreender o significado inicial do Matrimônio: homem e mulher criados por Deus e chamados a viverem o Amor. Segundo a Escritura “O Senhor Deus disse: ‘Não é bom que o homem esteja só. Vou fazer uma auxiliar que lhe corresponda (assemelhe)” (Gn 2,18). Essa “correspondência” ou “semelhança” está na comum natureza:“Então, o Senhor Deus fez vir sobre o homem um profundo sono, e ele adormeceu. Tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. Depois, da costela tirada do homem, o Senhor Deus formou a mulher e apresentou-a ao homem. E o homem exclamou: ‘Esta sim é osso dos meus ossos, é carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque foi tirada do homem!’Por isso deixará o homem o pai e a mãe e se unirá à sua mulher e eles serão uma só carne” (Gn 2, 21-24). Homem e mulher têm a mesma natureza que implica no reconhecimento da  diferença: masculino e feminino. Eis o que a união matrimonial nos mostra: a doação-união de dois seres diferentes que compartilham a mesma natureza frutificando em um terceiro ser: o filho. Nessa acepção, o amor matrimonial é chamado a sinalizar o Amor Trinitário. Ao mesmo tempo, a realidade matrimonial reflete a doação amorosa recíproca Cristo-Igreja (sua esposa). Ele entregou a vida por Ela. Ela vive por Ele (cf. Jo 19, 34-35).

Na cotidianidade da vida isso significa que o Matrimônio é o “local” em que o casal católico aprende a exercitar-se no amor visto que a necessária coexistência exige paciência, acolhimento, doação de si, renúncia. Em outras palavras, a vida matrimonial possibilita ao casal desenvolver-se nas duas dimensões do Amor: éros e ágape. A primeira dimensão é marcada pelo desejo de conquista, de posse. A segunda dimensão se caracteriza pela capacidade de sair de si, de doar-se. Nesse sentido, ensina o Santo Padre Bento XVI em sua encíclica DEUS CARITAS EST (DCE, 7) que eros e agape “nunca se deixam separar completamente um do outro. Quanto mais os dois encontram a justa unidade, embora em distintas dimensões, na única realidade do amor, tanto mais se realiza a verdadeira natureza do amor em geral”. Um matrimônio que não busque construir-se nesses dois sentidos do amor está fadado à frustração, pois se não há doação, não há comunhão e a sacralidade não é vivenciada. 
__________
Professor Ricardino Lassadier é graduado em Filosofia. Especialista em Filosofia e Teologia. Leciona no IRFP e na Rede Pública Estadual, é ministrante de cursos no CCFC (Centro de Cultura e Formação Cristã).

Cidades Sustentáveis e o Branding de Políticas e Lugares

O exemplo do Programa Cidades Sustentáveis é o que me motivou a escrever este post, por já começar a mostrar frutos de um trabalho notável de articulação da sociedade civil, mídia e iniciativa privada. Recomendo uma visita ao site do programa, que em poucas palavras, consiste em uma agenda de ações e iniciativas do governo local para a sustentabilidade, estruturada em 12 eixos temáticos:
  • Governança
  • Bens Naturais Comuns
  • Equidade, Justiça Social e Cultura de Paz
  • Gestão Local para a Sustentabilidade
  • Planejamento e Desenho Urbano
  • Cultura para a Sustentabilidade
  • Educação para a Sustentabilidade e Qualidade de Vida
  • Economia Local Dinâmica, Criativa e Sustentável
  • Consumo Responsável e Opções de Estilo de Vida
  • Melhor Mobilidade, Menos Tráfego
  • Ação Local para a Saúde
  • Do Local para o Global
LIÇÃO DE ARTICULAÇÃO
O Programa Cidades Sustentáveis tem um número grande de participantes (que preferi não enumerar aqui pois são muitos, mas você encontra no site do programa), da iniciativa privada ao terceiro setor. O que achei oportuno destacar é que há uma lição de articulação de atores sociais que é um belo exemplo a ser seguido em qualquer localidade que queira empreender um trabalho de Place Branding. Não importa de quem seja a iniciativa de promover a localidade, seja para a revitalização de um bairro ou o desenvolvimento econômico de um estado, haverá sempre a necessidade de envolver outros setores, outros atores, outras perspectivas, pois no final, sozinho, nem mesmo o poder público consegue implantar um projeto de marca-localidade que seja relevante a seus públicos. No caso do ‘Cidades Sustentáveis’, o Poder Público está sendo convidado a assumir-se parte do programa através do compromisso público que os pré-candidatos e os partidos estão fazendo. Ao assinar a carta-compromisso eles se comprometem em seguir a agenda de ações e a publicarem uma prestação de contas baseada nos indicadores elaborados para o ‘Cidades Sustentáveis’.
BRANDING E A POLÍTICA DE INFLUÊNCIA
Um segundo ponto que eu gostaria de destacar, e está relacionado a alguns assuntos que retomaremos em outros momentos do blog, é em relação ao tipo de política que será praticada com mais frequência nesta eleição (palpite meu). Há paralelos entre princípios que identificamos em branding (criação e gestão de marcas) e o que estou chamando de uma política de influência.
A marca é uma construção simbólica e, na sua criação e proposição de valor para seus públicos, a matéria-prima é o conjunto de percepções e associações que são entrelaçados e administrados conforme a influência que exercem sobre seus públicos-alvo. O mundo em que vivemos hoje já está saturado de uma linguagem apelativa / argumentativa / racional com a qual muitos produtos / serviços / marcas se apresentam como sendo os melhores e merecedores da sua preferência. Grandes marcas são construídas de maneira mais complexa e sutil, tornando-se capazes de influenciar seus públicos em diversos níveis de percepção.
Anúncio - Voto SustentávelAgora pense na linguagem usada na construção de uma plataforma política. Se estabelecermos um paralelo entre a criação de marcas – branding – e a construção de uma plataforma política, veremos que ambos têm se utilizado ultimamente de ferramentas mais soft, onde a força está na capacidade de influenciar seus públicos através de diversos níveis de percepção e emoção, conduzindo a uma projeção das aspirações das pessoas na marca.
Ao assinar o compromisso público de seguir a agenda ‘Cidades Sustentáveis’, os políticos não estão sendo coagidos pela força da lei a seguirem tais ações, nem estão submetidos aos tradicionais meios de ‘comando e controle’. A força que os moverá a assumir e honrar este compromisso é a necessidade de se gerar valor para sua ‘marca-política’. Esta imagem percebida, ou podemos chamar de imagem de sua ‘marca-política’, é um ativo importante na sociedade em que vivemos. Já sabemos que discurso e promessas acrescentam muito pouco ou quase nada a essa ‘marca-política’, e muitas vezes nem mesmo a assinatura de um político significa um compromisso real (pelo menos é assim que as pessoas percebem).  Como incluir na agenda de campanha o tema sustentabilidade indo além das palavras de um discurso com jeitão de blábláblá?
O programa ‘Cidades Sustentáveis’ entende esta necessidade e oferece visibilidade para incrementar a marca dos que quiserem se comprometer com o programa . O programa construiu uma consistente plataforma para sustentabilidade das cidades, escapando da superficialidade com que o termo tem sido empregado e, ao articular a mídia e a sociedade de maneira consciente, oferecem a plataforma sobre a qual muitos políticos poderão se apoiar. Fazem uso dos meios de comunicação para divulgar a plataforma e distinguir os que aderirem ao programa. Mas as mesmas plataformas que podem promover a imagem dos políticos que nelas se apoiarem, podem também oferecer um belo tombo aos oportunistas, que não levarem a sério essa enorme mobilização de pessoas sérias que há em torno do programa.
Vida longa a esta e a outras iniciativas cidadãs em prol de maior participação na vida pública.

sábado, 16 de junho de 2012

Ponto de Vista

A recente entrevista do psicanalista George Gouvêa, presidente da ONG Grupo Pela Vida, ao portal de notícias UOL é, no mínimo, estranha. Ao comentar o surto de aids no Brasil, Gouvêa comete o erro crasso de responsabilizar a Igreja e setores conservadores pelo fracasso das políticas públicas de prevenção da doença. Declara o psicanalista: “Há uma intromissão em políticas públicas de saúde no Estado laico de determinados setores religiosos. Se o Estado é laico, o nosso ordenamento político, com todo respeito, não é a Bíblia, é a Constituição”.


George Gouvêa parece não saber que a Constituição Federal foi promulgada “sob as bênçãos de Deus”. Os direitos, em geral, pressupõem um fundamento. E o que seria esse fundamento, senão a lei natural? A Igreja, sendo uma instituição formada por cidadãos, deve opinar e zelar para que os governos democraticamente instituídos respeitem a dignidade e o valor da vida humana em suas ações.

Todavia, o respeito à dignidade da pessoa humana é o que mais está em falta nos projetos do governo, inclusive os de combate à aids. O enfoque exclusivo na irresponsável distribuição de camisinhas e outros contraceptivos já se mostrou um verdadeiro fracasso. É antes o problema do que a solução. Além de não ser cem por cento segura, a camisinha estimula o sexo casual e a banalização dos relacionamentos humanos. Não é à toa que o Brasil é o país onde os adolescentes perdem a virgindade mais cedo.

Fechar os olhos para isso é contraproducente. Até mesmo a Universidade Harvard já reconheceu que a melhor maneira de se combater as doenças sexualmente transmissíveis é a apresentada pela Igreja: castidade e fidelidade conjugal. Uganda, por exemplo, conseguiu reduzir de 30% para 7% o número de soropositivos no país, através de campanhas que incentivam a abstinência e a monogamia.

Contudo, a atitude desonesta de Gouvêa em se eximir de suas responsabilidades e colocar a culpa em outrem, no caso, na Igreja, não é novidade. A prática remonta o primeiro século, quando Nero, após atear fogo em Roma, responsabilizou os cristãos pela tragédia. A ordem é essa: na dúvida, culpe a Igreja.

Assim, um skinhead mata um homossexual e a culpa é do Padre Paulo Ricardo; uma mulher é estuprada e a culpa é da Igreja; crianças morrem de fome na África e a culpa é do trono do Papa. E ai daquele que se atrever a contestar. Corre o risco de ser amordaçado e xingado de xiita por gente tão “tolerante” que faz campanha para criminalizar opiniões alheias.

O filósofo Luiz Felipe Pondé, em uma recente entrevista sobre o conceito de “politicamente correto”, declarou que “o único preconceito que no jantar inteligente é aceito é contra católico”. Há alguns anos, isso soaria como uma bobagem do filósofo. Hoje, no entanto, a declaração de Pondé não poderia ser mais lúcida!

Renan Cunha é estudante de Jornalismo na UEL.

O PAPA, OS JOVENS E A ALEGRIA.


OS JOVENS E O FUTURO DA IGREJA
As pesquisam cientificas comprovam que o ser humano precisa viver em comunidade. E em comunidade se encontra a felicidade. E a família é a primeira e mais importante delas. Mas, a vida na Igreja nos coloca na família de Deus, em convivência com os irmãos de fé. Jesus Cristo nunca ficava sozinho, a não ser nos momentos de oração pessoal. Ele estava sempre rodeado por muitas pessoas que buscavam alívio para os sofrimentos, sabedoria, conhecimento a respeito de Deus, da vida, do céu e dos mistérios da fé. E Jesus preenchia o coração de todos que O buscavam. E tudo isso nós encontramos na Santa Madre Igreja. Deus Pai, em sua infinita misericórdia, está sempre de braços abertos esperando por cada um de nós, seus filhos. Ele quer nos dar a verdadeira fonte da felicidade. Basta abrir o coração para que optarem pelos caminhos santo do nosso bondoso Pai Celestial.
A ESIRITUALIDADE DO AMOR
A espiritualidade cristã é a vivência sob a direção do Divino Espírito Santo, ao máximo possível o amor a Deus, sobre todas as coisas, e ao próximo como Cristo nos amou (Jo15,12). Nesta espiritualidade estão inseparavelmente a fé, a esperança e a caridade. O amor é, afinal, o motor, a força propulsora de nossa vida de discípulos missionários de Jesus Cristo. E não há amor sem o desejo e nada de grande conseguimos fazer sem o desejo e o amor. Aqui está a raiz da santidade, isto é, viver em Deus e para Deus, para fazer sua santa vontade. “A vontade de Deus é a nossa santificação” (1Ts 4,3). 
O PAPA, OS JOVENS E A ALEGRIA.
O Papa Bento XVI manifestou o desejo de confiar aos jovens o futuro da Igreja e do mundo. Durante a sua visita ao Brasil, em 2007, ele disse: “O meu apelo de hoje, a vós jovens, é que não desperdiceis a vossa juventude. Não tenteis fugir dela. Vivei-a intensamente. Consagrai-a aos elevados ideais da fé e da solidariedade humana. Vós, jovens, não sois apenas o futuro da Igreja e da humanidade, como uma espécie de fuga do presente. Pelo contrário: vós sois o presente jovem da Igreja e da humanidade, sois  seu rosto jovem. A Igreja precisa de vós, como jovens, para manifestar ao mundo o rosto de Jesus Cristo, que se desenha na comunidade cristã. Sem o rosto jovem a Igreja apresentar-se-ia desfigurada.”
Saibam, meus amados jovens, que ser Igreja não anula o ser jovem. Um complementa o outro, um precisa do outro, um preenche o outro. Através da Igreja os jovens chegam ao conhecimento de Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida; através dos jovens, a Igreja ganha vida nova, perpetuando a verdade do Evangelho Jesus Cristo. Jovem, procure Jesus Cristo, procure a Igreja e veja sua vida tomar uma direção que você jamais pensou ou idealizou. Como diria o Papa João Paulo II: “Não tenham medo”. A verdadeira felicidade, ou seja, o sentido real, eficaz e eterno da vida, só se encontra em Cristo e Sua Santa Igreja.
“Exorto todos vocês a serem missionários da alegria. Não se pode ser feliz se os outros não são: a alegria deve ser partilhada. Contem aos outros jovens a alegria de ter encontrado o tesouro precioso que é o próprio Jesus. Não podemos guardar para nós a alegria da fé: para que ela possa permanecer nós, devemos transmiti-la”. (Papa Bento XVI).

Pe. Inácio José do Vale / Pregador de Retiros Espirituais
Doutor e Professor de História da Igreja / Instituto Teológico Bento XVI
Sociólogo em Ciência da Religião / E-mail: pe.inacio.jose@gmail.com

Por que o Católico não pode ser Espírita?


Por que o Católico não pode ser Espírita?
Cada religião possui seus dogmas, seus artigos de fé. Se duas religiões possuíssem os mesmos pensamentos e dogmas não seriam duas, mas apenas uma. Por isso, uma pessoa não pode participar de duas religiões, pois não cumprirá honestamente nem uma, nem outra.
O católico não pode ser espírita porque:
1. O católico admite a possibilidade do Mistério e aceita Verdades sempre que tem certeza que foram reveladas por Deus.
2. O espírita proclama que não há mistérios e tudo o que a mente humana não pode compreender é falso e deve ser rejeitado.
3. O católico instruído crê que Deus pode e faz milagres.
4. O espírita rejeita a possibilidade de milagres e ensina que Deus também deve obedecer as leis da natureza.
5. O católico crê que a Bíblia foi inspirada por Deus e, portanto, não pode conter erros em questão de fé e moral.
6. O espírita declara que a Bíblia está cheia de erros e contradições e que esta nunca foi inspirada por Deus.
7. O católico crê que Jesus enviou o Espírito Santo aos apóstolos e seus sucessores para que pudessem transmitir fielmente a sua doutrina.
8. O espírita declara que os apóstolos e seus sucessores não entenderam os ensinamentos de Cristo e que tudo quanto transmitiram está errado ou foi falsificado.
9. O católico crê que o papa, sucessor de São Pedro, é infalível em questões de fé e moral.
O espírita declara que os papas só espalharam o erro e a incredulidade.
10. O católico crê que Jesus instituiu a Igreja para continuar a sua obra.
O espírita declara que até a vinda de Allan Kardec, a obra de Cristo estava inutilizada e perdida.
11. O católico crê que Jesus ensinou toda a Revelação e que não há mais nada para ser revelado.O espírita proclama que o Espiritismo é a terceira revelação, destinada a retificar e até mesmo substituir o Evangelho de Cristo.
12. O católico crê no mistério da Santíssima Trindade.
13. O espírita nega esse augusto mistério.
14. O católico crê que Deus é o Criador de tudo, Ser pessoal, distinto do mundo.
O espírita afirma que os homens são partículas de Deus (verdadeiro panteísmo).
15. O católico crê que Deus criou a alma humana no momento de sua união com o corpo.
O espírita afirma que nossa alma é resultado de lenta e longa evolução, tendo passado pelo reino mineral, vegetal e animal.
16. O católico que o homem é uma composição substancial entre corpo e alma.
O espírita afirma que é composto entre perispírito e alma e que o corpo é apena um invólucro temporário, um "alambique para purificar o espírito".
17. O católico obedece a Deus que, sob severas penas, proibiu a evocação dos mortos.
O espírita faz desta evocação uma nova religião.
18. O católico crê na existência de anjos e demônios.
19. O espírita afirma que não há anjos, mas espíritos evoluídos e que eram homens; que não há demônios, mas apenas espíritos imperfeitos que alcançarão a perfeição.
20. O católico crê que Jesus é verdadeiramente o Filho Unigênito de Deus, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.
21. O espírita nega esta verdade fundamental da fé cristã e afirma que Cristo era apenas um grande médium e nada mais.
22. O católico crê também que Jesus é verdadeiro homem, com corpo real e alma humana.
Grande parte dos espíritas afirma que Cristo tinha apenas um corpo aparente ou fluídico.
23. O católico crê que Maria é a Mãe de Deus, Imaculada e assumpta ao céu.
O espírita nega e ridiculariza todos os privilégios de Maria.
24. O católico crê que Jesus veio para nos salvar, por sua Paixão e Morte.
O espírita afirma que Jesus não é nosso Redentor, mas apenas veio para ensinar algumas verdades e de modo obscuro; e que cada pessoa precisa remir-se a si mesma.
25. O católico crê que Deus pode perdoar o pecador arrependido.
O espírita afirma que Deus não pode perdoar os pecados sem que se proceda rigorosa expiação e reparação feita pelo próprio pecador, sempre em novas reencarnações.
26. O católico crê nos Sete Sacramentos e na graça própria de cada Sacramento.
O espírita não aceita nenhum Sacramento, nem mesmo o poder da graça santificante.
27. O católico crê que o homem vive uma só vez sobre a Terra e que desta única existência depende a vida eterna.
28. O espírita afirma que a gente nasce, vive, morre e renasce, e progride continuamente (reencarnação).
29. O católico crê que após esta vida exista o céu e o inferno.
30. O espírita nega, pois crê em novas reencarnações.
Professor Felipe Aquino

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ponto de Vista

A recente entrevista do psicanalista George Gouvêa, presidente da ONG Grupo Pela Vida, ao portal de notícias UOL é, no mínimo, estranha. Ao comentar o surto de aids no Brasil, Gouvêa comete o erro crasso de responsabilizar a Igreja e setores conservadores pelo fracasso das políticas públicas de prevenção da doença. Declara o psicanalista: “Há uma intromissão em políticas públicas de saúde no Estado laico de determinados setores religiosos. Se o Estado é laico, o nosso ordenamento político, com todo respeito, não é a Bíblia, é a Constituição”.


George Gouvêa parece não saber que a Constituição Federal foi promulgada “sob as bênçãos de Deus”. Os direitos, em geral, pressupõem um fundamento. E o que seria esse fundamento, senão a lei natural? A Igreja, sendo uma instituição formada por cidadãos, deve opinar e zelar para que os governos democraticamente instituídos respeitem a dignidade e o valor da vida humana em suas ações.


Todavia, o respeito à dignidade da pessoa humana é o que mais está em falta nos projetos do governo, inclusive os de combate à aids. O enfoque exclusivo na irresponsável distribuição de camisinhas e outros contraceptivos já se mostrou um verdadeiro fracasso. É antes o problema do que a solução. Além de não ser cem por cento segura, a camisinha estimula o sexo casual e a banalização dos relacionamentos humanos. Não é à toa que o Brasil é o país onde os adolescentes perdem a virgindade mais cedo.


Fechar os olhos para isso é contraproducente. Até mesmo a Universidade Harvard já reconheceu que a melhor maneira de se combater as doenças sexualmente transmissíveis é a apresentada pela Igreja: castidade e fidelidade conjugal. Uganda, por exemplo, conseguiu reduzir de 30% para 7% o número de soropositivos no país, através de campanhas que incentivam a abstinência e a monogamia.


Contudo, a atitude desonesta de Gouvêa em se eximir de suas responsabilidades e colocar a culpa em outrem, no caso, na Igreja, não é novidade. A prática remonta o primeiro século, quando Nero, após atear fogo em Roma, responsabilizou os cristãos pela tragédia. A ordem é essa: na dúvida, culpe a Igreja.


Assim, um skinhead mata um homossexual e a culpa é do Padre Paulo Ricardo; uma mulher é estuprada e a culpa é da Igreja; crianças morrem de fome na África e a culpa é do trono do Papa. E ai daquele que se atrever a contestar. Corre o risco de ser amordaçado e xingado de xiita por gente tão “tolerante” que faz campanha para criminalizar opiniões alheias.


O filósofo Luiz Felipe Pondé, em uma recente entrevista sobre o conceito de “politicamente correto”, declarou que “o único preconceito que no jantar inteligente é aceito é contra católico”. Há alguns anos, isso soaria como uma bobagem do filósofo. Hoje, no entanto, a declaração de Pondé não poderia ser mais lúcida!


Renan Cunha é estudante de Jornalismo na UEL.

domingo, 10 de junho de 2012

Origem de Corpus Christi


As procissões com a Eucaristia são um testemunho público de fé e piedade a Jesus Cristo

Eucarístico. Mas, nosso amor pela Eucaristia não se comprova na hora das procissões:

comprova-se na hora do Banquete Eucarístico (missa)


Qual o sentido da adoração eucarística?

A Igreja Católica sempre conservou como tesouro preciosíssimo o mistério da fé presente no dom da Eucaristia. Ao longo da história exprimiu a fé eucarística não só através de uma atitude interior de devoção, mas também mediante várias expressões exteriores. Disto surge a devoção eucarística, explicitada na adoração ao Santíssimo Sacramento (na vigília da Sexta-feira Santa e, sobretudo, na Solenidade de Corpus Christi).

Origem do Corpus Christi

A origem desta solenidade começa quando a Ir. Juliana de Mont Cornillon teve visões de Cristo demonstrando o desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com maior destaque. Após apurada investigação das visões, estas foram acolhidas e oficializadas. Outro milagre eucarístico ocorreu durante uma missa, quando o Pe. Pietro de Praga duvidou da presença real de Cristo; imediatamente todos viram brotar sangue da hóstia consagrada por ele. Esta hóstia consagrada foi levada a Oviedo, na Espanha, em grande procissão, sendo recebida solenemente pelo Papa Urbano IV e levada para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corpo Eucarístico. Dentro deste contexto, o Papa Urbano IV instituiu a Festa de Corpus Christi em 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade.

Os frutos da devoção eucarística

A exposição da Eucaristia é ao mesmo tempo uma proclamação pública da presença real de Cristo nas espécies do pão e do vinho, bem como uma devoção revelada por Deus e ensinada pela Igreja. Esta prática é edificante para os fiéis, conduzindo-os à comunhão mais perfeita com Deus e ao testemunho social. São notáveis os frutos da piedade eucarística. Todos os fiéis (comungantes ou não) que se aproximam da Eucaristia recebem graças para dominar a concupiscência, lavar as culpas leves cotidianas e prevenir as faltas graves.

Na presença da Eucaristia reconhecemos que Jesus Cristo é Emanuel (Deus-conosco). Não só durante a missa, mas também depois, quando a Eucaristia é conservada no sacrário ou exposta à adoração. Ali o Senhor permanece no meio de nós, habita conosco, ouve pacientemente nossas orações, consola os aflitos, educa os costumes, alimenta as virtudes, fortifica os fracos e cura as feridas da alma.

Na oração diante do Santíssimo Sacramento os fiéis abrem o coração e pedem por si e por suas famílias, rogam pela paz e salvação do mundo. Oferecem com Cristo sua vida ao Pai no Espírito Santo, e recebem o aumento da fé, esperança e caridade. Assim fomentam as disposições devidas que lhes permitem celebrar com devoção o Memorial do Senhor (missa).

O que ensina a Igreja?

O fim primeiro e primordial da eucaristia fora da missa é a administração do viático (aos enfermos acamados). Como fim secundário estão a distribuição da comunhão fora da missa e a adoração de Jesus Cristo, velado sobre as mesmas espécies (Eucharisticum Misterium 49).
A Eucharisticum Mysterium ensina que todo culto de adoração eucarística deve manifestar sua relação com a missa, portanto não deve ser um ato isolado, fora de contexto litúrgico. Algumas práticas ambíguas e abusivas, por melhor intenção que se tenha, devem ser evitadas porque não harmonizam com o caráter próprio da devoção eucarística. A liturgia nunca é propriedade privada de alguém, nem do presidente da celebração, nem da comunidade onde é celebrada, e nem do pregador/condutor.

É importante que os fiéis que adoram a Cristo presente na Hóstia Sagrada sejam instruídos que esta presença real provem do sacrifício na missa e se ordena à comunhão com todas as outras dimensões eucarísticas (comunitária, social, sacrificial). Exorta ainda que está proibida a celebração da missa diante do Santíssimo exposto, para evitar ambiguidade e confusão na fé. O documento ressalta a dimensão comunitária, celebrativa e originária da eucaristia na missa, porque Cristo instituiu a eucaristia numa refeição, antes de tudo, para que fosse nosso alimento, consolo e remédio.

As procissões com a Eucaristia são um testemunho público de fé e piedade a Jesus Cristo Eucarístico. Mas, nosso amor pela Eucaristia não se comprova na hora das procissões: comprova-se na hora do Banquete Eucarístico (missa). Quando cumprimos o mandato: “Fazei isto em memória de mim”, nós atualizamos nosso compromisso de amar como Ele amou. A participação ativa e consciente na Santa Missa frutifica em bênçãos ao fiel, e este, por sua vez, compromete-se a ser uma bênção de Deus no mundo e para o mundo. As procissões manifestam valor quando testemunham a nossa comum união, seja na Igreja ou nos desafios vividos na família, no trabalho, na escola entre outros.

O compromisso social

A piedade que impulsiona os fiéis a adorarem o Cristo Eucarístico os leva também a promover a presença Dele nos desvalidos: “Tudo o que fizerdes a um destes pequeninos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40). Os verdadeiros adoradores (Jo 4) são aqueles que (re)conhecem o Cristo nos pobres: preocupam-se em ter um templo bonito, mas também que os pobres tenham moradia digna; que o altar tenha uma linda toalha e o ostensório seja grande e brilhante, mas que todos tenham agasalhos no inverno; pessoas que se alimentam do Corpo e do Sangue em todas as missas, mas também preocupam-se em dar de comer a quem tem fome; são aqueles que passam horas diante do Santíssimo, mas também são capazes de passar alguns minutos com os enfermos.

O adorador eucarístico é um promotor da vida! Santo Agostinho fala de um amor “social” (Comen. Psl 98), que nos leva a antepor o bem comum ao bem particular, a fazer nossa a causa da comunidade, da paróquia e da Igreja universal, e a dilatarmos este amor a Cristo até abraçarmos o mundo inteiro, pois em toda parte há membros de Cristo (Mysterium Fidei 71).
A Igreja, Mãe misericordiosa, ensina que mesmo os fiéis que estão canonicamente impossibilitados de comungar sacramentalmente, não estão isentos da graça de Deus.

O Guia Litúrgico-pastoral da CNBB n.9 orienta que: “Não podendo vivenciar e assimilar, no contexto da celebração, todos os aspectos da Ceia do Senhor, quem se coloca em oração silenciosa diante da Eucaristia retome as diversas partes da ação litúrgica, por exemplo, o prefácio, a oração eucarística, a oração do dia ou a oração após a comunhão, as leituras proclamadas na liturgia da Palavra. Ou então, repetir no silêncio do coração: ‘Eis o mistério da fé’; ‘Felizes os convidados para a Ceia do Senhor’; ‘Ele está no meio de nós!’; ‘Demos graças ao Senhor nosso Deus!’ e outras expressões ou aclamações próprias da celebração eucarística.”

Só é possível amar o que conhecemos. É necessário conhecer sempre mais o valor e a adoração para participar dela com mais consciência, e assim, colher as graças que de Cristo provém. Bom encontro com Deus!

Padre Fernando Garcia (fernandoteos@hotmail.com)
Paróquia Nossa Senhora de Fátima
Marialva - PR

sábado, 9 de junho de 2012

Corpus Christi – Tesouro de exemplos.

O Castigo não se fez esperar

Em 1931, na festa de Corpus Christi, o bispo de Nantes (França), por causa do mau tempo, suspendeu a procissão do SS. Sacramento. No dia seguinte os jornais socialistas e maçônicos de Nantes zombavam da decisão do prelado. "Que faz o vosso Deus? (escrevia um dêles em tom de desprêzo). Nós nos rimos dêle. Para o próximo domingo, 7 de junho, organizamos uma excursão a Saint-Nazaire pelo vapor 'Saint Philibert'. Vereis como tudo correrá bem, apesar de que todos os excursionistas perderão a missa para tomar o cruzeiro".

Chegou o domingo 7 de junho. Eram 600 os passageiros que bem cedo embarcaram no vapor. O "Saint Philibert" desceu bem o Loire, chegou a Saint-Nazaire e depois saiu do estuário e entrou no Atlântico para um breve giro ao largo. De repente, formou-se um denso nevoeiro; não se via nem se ouvia nada a dez metros de distância. Não demorou muito a catástrofe: um choque tremendo com um poderoso transatlântico, que partia pelo meio o pequeno vapor francês. Após dois minutos de gritos de terror, um silêncio de morte. O "Saint Philibert" submergia no oceano para sempre. 499 excursionistas desapareceram nas ondas; quatro enlouqueceram ; os outros foram salvos com dificuldade por outro vapor; o capitão, desesperado, deixou-se afundar com seu navio. Assim respondia Deus à provocação dos míseros homenzinhos da seita.

* * *

Queria pô-las como flores

Em 1873 um homem de Wisembach, povoado dos Voges, amontoava imundícies num depósito. Aos que lhe perguntavam para que serviria aquilo, respondia:

- Este lixo eu o porei como flôres nas ruas por onde há de passara procissão de Corpo de Deus. Três dias depois foi atacado de apoplexia, morrendo sem recobrar os sentidos e sendo enterrado no próprio dia de Corpus Christi.

* * *

Bravos cruzadinhos

Um missionário do longínquo Oriente, vendo um jovenzinho muito recolhido e devoto diante do altar do Santíssimo, perguntou:

- José, que faz ai tanto tempo e que é que diz a Jesus?

- Nada, Padre, pois não sei ler nos livros. Somente exponho minha alma ao Sol.

* * *

Aos seus mais pequenos Cruzadinhos, perguntou um tal Vigário:

- Quantas vêzes se deve comungar?

- Muitas vêzes, Padre.

- Bem; e quem sabe me dizer por quê?

- Eu, Padre, eu sei. Jesus tomou o pão para mostrar que o devemos comer todos os dias; porque, se tivesse tomado a sobremesa, diríamos que só se devia comungar nos dias de festa.

* * *

Um menino distribui a Comunhão

Na guerra de 1914, que durou quatro anos, os exércitos italiano e alemão pelejavam perto da povoação de Torcegno, no vale de Brenta. À meia-noite, entraram os alemães para ocupar a igreja e a tôrre e levaram consigo prisioneiros os sacerdotes que havia, sem dar-lhes tempo de retirar o Santíssimo da igreja.

De manhã, antes da aurora, o povo recebeu ordem de evacuar o povoado, pois ia dar-se ali a batalha. Eram os habitantes cristãos fervorosos que amavam muito suas roças, suas casas e mais ainda sua igreja. Mas não havia remédio; era preciso fügir.

Salvemos ao menos o Santíssimo, disseram todos; mas como, se não havia padres? Lembraram-se de escolher o menino mais inocente e angélico para abrir o sacrário e dar a comunhão a todos os presentes, consumindo-se assim tôdas as hóstias. Ao sair o sol, todo o povo estava na igreja, as velas acesas, no altar e o menino revestido de alvas veites. Sobe o mesmo com grande reverência os degraus do altar, estende o corporal, abre a portinha, toma o cibório douraclo e, tendo todos rezado o "Eu pecador", desce até à grade e vai dando as hóstias até esvaziar o cibório.

Purificou logo o vaso sagrado com todo cuidado, juntou as mãos e desceu os degraus do altar como um anjo. Levando Jesus no coração, todo o povo se apressou a fugir para os montes. Corriam lágrimas dos olhos de muitos, é verdade, mas a alma estava confortada com o manjar divino.

Ao pequeno "diácono" enviou o Santo Padre Bento XV sua bênção e suas felicitações.

* * *

A força para o Sacrifício

Em 1901, começou na França o fechamento de todos os conventos e a expulsão dos religiosos. Foi nesse ano que se deu, em Reims, o câso seguinte contado pelo Cardeal Langenieux, arcebispo daquela cidade.

Havia em Peims, entre outros, um hospital que abrigava somente os doentes atacados de doenças contagiosas, que não encontravam alhures nenhum enfermeiro que quisesse cuidar dêles. Em tais hospitais somente as Irmãs de caridade costumam tratar dos doentes e era essa a razão por que ainda não haviam expulsado as religiosas daquela casa.

Um dia, porém, chegou ao hospital um grupo de conselheiros municipais (vereadores), dizendo à Superiora que precisavam visitar tôdas as salas e quartos do estabelecimento, porque tinham de enviar um relatório ao Govêrno. A Superiora conduziu atenciosamente aquêles senhores à primeira sala, em que se achavam doentes cujos rostos estavam devorados pelo cancro.

Os conselheiros fizeram uma visita apressada, deixando perceber em suas fisionomias quanto lhes repugnava demorar-se ali. Passaram logo à segunda sala; mas ai encontraram doentes atacados de doenças piores, vendo-se obrigados a puxar logo seus lenços, pois não podiam suportar o mau cheiro. A passos rápidos percorreram as outras salas e, ao deixarem o hospital, aquêles homens estavam pálidos e visivelmente comovidos. Um dêles, ao despedir-se, perguntou à Irmã que os acompanhara:

- Quantos anos taz que a Sra. trabalha aqui?

- Senhor, já faz quarenta anos.

- Quarenta anos ! exclamou outro cheio de pasmo. De onde hauris tanta coragem?

- Da santa comunhão que recebo diariamente, respondeu a Superiora E eu lhes digo, senhores, que n o dia em que o Santíssimo Sacramento cessar de estar aqui, ninguém mais terá fôrça de ficar nesta casa.

* * *

O menino que foi enforcado três vezes

Estamos na Palestina, pâtria de Jesus, onde se disse a primeira Missa e os Apóstolos fizeram sua primeira comunhão... E que é hoje a Palestina? Terra de desolação, de maometanos, cismáticos, judeus e poucos católicos.

Um menino cismático de oito anos começou a sentir-se atraído à religião dos católicos, a seus tantos e festas que lhe contavam seus companheiros. Um dia quis ir ver. Com muito segrêdo, por temor dos pais, assistiu à missa numa capela. Ficou encantado. Depois da missa continuou ali com as crianças do catecismo. Terminada a cerimônia, o Padre, que não o conhecia, aproximou-se dele para saudá-lo carinhosamente.

O coração estava ganho, e o menino, às escondidas, continuou a ouvir a missa todos os domingos. Um dia, porém, o pai o descobriu e perguntou-lhe:

- Você estêve com os malditos católicos?

- Sim, papai.

- Eu não lho proibira?

- Sim, senhor.

- Jura-me que não voltarâ lâ?

- Não posso, pois em meu coração sou católico.

- Então você não jura?

- Não, senhor.

- Enforcá-lo-ei...

- O senhor pode enforcar-me.

Passou o bârbaro uma corda a uma viga do teto e o laço ao pescoço do filho e puxou-o para cima. Quando os pézinhos do menino deixaram de mover-se, o pai o desceu, soltou o laço e, vendo que ainda estava vivo, disse:

- Agora você me promete de não ir ter com aquêles malditos...

- Não, papai, não posso.

Segunda e terceira vez repetiu o pai o cruel suplício, mas não conseguiu mudar o propósito do menino. Disfarçando, então, a sua cólera, tentou o bárbaro pai outros meios.

Tomando em seus braços o corpo extenuado do pobrezinho, disse:

- Mas, meu filho, você não me ama?

- Amo-o, papai.

- Como é, pois, que não quer me obedecer?

- É que eu amo a minha alma mais do que a meu pai.

O menino, pouco a pouco, recobrou as fôrças e logo se fêz batizar, tornando-se católico. Seu pai e sua mãe morreram de tifo no ano seguinte e não muito depois teve o pequenino mártir a morte de um santo.

* * *

Vinham nadando

Conta um missionário que, quando chegava a alguma ilha da Oceânia, para anunciar a sua presença levantava um mastro bem grande. Os negros acudiam de tôda a parte e vinham até de muito longe. Um domingo, pela manhã, viu chegar uma turma de negros que vinham nadando de outra ilha, para terem o consôlo de ouvir a santa Missa.

* * *

Domingos Sávio ajuda à Missa

Êste angélico jovem, aos cinco anos de idade, já sabia ajudar à missa e fazia-o com grandes demonstraçõe de amor a Jesus. Como era muito pequeno, o pâdre mesmo tinha de mudar o missal. Mas era tão grande o seu desejo de servir ao altar, que muitas vêzes chegava à igreja quando esta ainda estava fechada,e ali permanecia esperando e rezando. Numa fria manhã de janeiro de 1847, ali o encontraram tiritando de frio, e coberto de neve que caía copiosamente.

Do livro Tesouro de exemplos - Padre Francisco Alves, C. SS.R. Editora Vozes Volume I Edição II 1958