quarta-feira, 22 de julho de 2009

Começar e concluir a leitura da Bíblia orando

Dez sugestões aos católicos , as 10 sugestões são :

1. Ler a Bíblia é para os católicos, sim. A Igreja estimula os católicos para que façam da leitura da Bíblia parte de sua vida diária de oração. Ao ler estas palavras inspiradas, as pessoas aprofundam em sua relação com Deus e chegam a entender seu lugar na comunidade daqueles que Deus chamou para si.

2. Orar no começo e no final. Ler a Bíblia não é como ler um romance ou um livro de história. Deveríamos começar com uma oração pedindo ao Espírito Santo que abra nosso coração e nossa mente à Palavra de Deus. A leitura da Sagrada Escritura deveria terminar com uma oração para que esta Palavra dê fruto em nossa vida, ajudando-nos a ser pessoas mais santas e mais fiéis.

3. Fique por dentro de toda a história! Ao escolher uma Bíblia, procure uma edição católica. A edição católica inclui a lista completa dos livros que a Igreja considera sagrados, assim como introduções e notas para compreender o texto. Toda edição católica inclui uma nota de imprimatur no verso da página de título; ele indica que o livro está livre de erros doutrinais segundo o ensinamento católico.

4. A Bíblia não é um livro, é uma biblioteca. Ela é uma coleção de 73 livros escritos ao longo de muitos séculos. Tais livros incluem a história dos reis, profecias, poesias, cartas que desafiam as novas comunidades de crentes em dificuldade e relatos da pregação e da paixão de Jesus, transmitidos por parte dos crentes. O conhecimento do gênero literário do livro que se está lendo o ajudará a entender as ferramentas literárias que o autor utiliza e o significado que este procura transmitir.

5. Saiba o que é a Bíblia – e também o que ela não é. A Bíblia é o relato da relação de Deus com o povo que Ele escolheu para si. Não está escrita para ser lida como um livro de história, nem de ciência, nem como um manifesto político. Na Bíblia, Deus nos ensina aquelas verdades de que precisamos para o bem da nossa salvação.

6. O todo é maior que as partes. Leia a Bíblia em seu contexto. O que acontece antes e depois – inclusive em outros livros – nos ajuda a entender o verdadeiro significado do texto.

7. O antigo tem relação com o novo. O Antigo e o Novo Testamentos se iluminam mutuamente. Ainda que leiamos o Antigo Testamento à luz da morte e ressurreição de Cristo, este tem também seu valor próprio. Juntos, os testamentos nos ajudam a entender o plano de Deus para a humanidade.

8. Você não está lendo sozinho. Ao ler e refletir sobre a Sagrada Escritura, os católicos se unem àqueles homens e mulheres fiéis que levaram a sério a Palavra de Deus e a puseram em prática em sua vida. Lemos a Bíblia na tradição da Igreja para beneficiar-nos da santidade e sabedoria de todos os fiéis.

9. O que Deus está me dizendo? A Bíblia não se dirige somente às pessoas que morreram há muito tempo em um lugar distante. Também se dirige a cada um de nós em suas próprias circunstâncias. Quando lemos, devemos entender o que o texto diz e como os fiéis entenderam seu significado no passado. À luz desse entendimento, então nos perguntamos: “O que Deus está me dizendo”.

10. Ler não é suficiente. Se a Sagrada Escritura ficar somente em palavras em uma página, nossa tarefa não terminou. Precisamos meditar sobre a mensagem e colocá-la em prática em nossa vida. Somente então a Palavra pode ser “viva e eficaz” (Hb 4, 12).

terça-feira, 14 de julho de 2009

Esclarecimento da Congregação para a Doutrina da Fé sobre o aborto provocado

Após o artigo do arcebispo Fisichella sobre a “menina brasileira”.

Recentemente chegaram à Santa Sé várias cartas, inclusive da parte de altas personalidades da vida política e eclesial, que informaram sobre a confusão que se criou em vários países, sobretudo na América Latina, após a manipulação e instrumentalização de um artigo de sua excelência Dom Rino Fisichella, presidente da Academia Pontifícia para a Vida, sobre o triste caso da “menina brasileira”.
Nesse artigo, publicado no "L'Osservatore Romano" a 15 de março de 2009, apresentava-se a doutrina da Igreja, levando em consideração a situação dramática desta menina, que –como se pôde constatar posteriormente– tinha sido acompanhada com toda delicadeza pastoral, em particular pelo então arcebispo de Olinda e Recife, sua excelência Dom José Cardoso Sobrinho.
A esse respeito, a Congregação para a Doutrina da Fé confirma que a doutrina da Igreja sobre o aborto provocado não mudou nem pode mudar.

Esta doutrina foi exposta nos números 2270-2273 do Catecismo da Igreja Católica nestes termos:

A vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento da sua existência, devem ser reconhecidos a todo o ser humano os direitos da pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo o ser inocente à vida (cf. Congregação para a Doutrina da Fé, instrução Donum vitae 1, 1).

«Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi: antes que saísses do seio da tua mãe, Eu te consagrei» (Jr 1, 5).

«Vós conhecíeis já a minha alma e nada do meu ser Vos era oculto, quando secretamente era formado, modelado nas profundidades da terra» (Sl 139, 15)”.

A Igreja afirmou, desde o século I, a malícia moral de todo o aborto provocado.
E esta doutrina não mudou. Continua invariável. O aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, é gravemente contrário à lei moral:
«Não matarás o embrião por meio do aborto, nem farás que morra o recém-nascido» (Didaké 2, 2; cf. Epistola Pseudo Barnabae 19. 5; Epistola a Diogneto 5, 6: Tertuliano, Apologeticum, 9, 8).

"Deus, Senhor da Vida, confiou aos homens, para que estes desempenhassem dum modo digno dos mesmos homens, o nobre encargo de conservar a vida. Esta deve, pois, ser salvaguardada, com extrema solicitude, desde o primeiro momento da concepção; o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis"(Gaudium et spes, 51).

A colaboração formal num aborto constitui falta grave.
A Igreja pune com a pena canónica da excomunhão este delito contra a vida humana.

«Quem procurar o aborto, seguindo-se o efeito («effectu secuto») incorre em excomunhão latae sententiae (CIC can. 1398), isto é, «pelo facto mesmo de se cometer o delito»
(CIC can. 1314) e nas condições previstas pelo Direito (cf. CIC can. 1323-1324).

A Igreja não pretende, deste modo, restringir o campo da misericórdia. Simplesmente, manifesta a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente que foi morto, aos seus pais e a toda a sociedade.
O inalienável direito à vida, por parte de todo o indivíduo humano inocente, é um elemento constitutivo da sociedade civil e da sua legislação:

«Os direitos inalienáveis da pessoa deverão ser reconhecidos e respeitados pela sociedade civil e pela autoridade política. Os direitos do homem não dependem nem dos indivíduos, nem dos pais, nem mesmo representam uma concessão da sociedade e do Estado.
Pertencem à natureza humana e são inerentes à pessoa, em razão do acto criador que lhe deu origem. Entre estes direitos fundamentais deve aplicar-se o direito à vida e à integridade física de todo ser humano, desde a concepção até à morte» (Donum vitae, 3).
Desde o momento em que uma lei positiva priva determinada categoria de seres humanos da protecção que a legislação civil deve conceder-lhes, o Estado acaba por negar a igualdade de todos perante a lei. Quando o Estado não põe a sua força ao serviço dos direitos de todos os cidadãos, em particular dos mais fracos, encontram-se ameaçados os próprios fundamentos dum «Estado de direito».
Como consequência do respeito e da protecção que devem ser garantidos ao nascituro, desde o momento da sua concepção, a lei deve prever sanções penais apropriadas para toda a violação deliberada dos seus direitos(Donum vitae, 3).
Na encíclica "Evangelium vitae", o Papa João Paulo II afirmou esta doutrina com sua autoridade de Supremo Pastor da Igreja: “com a autoridade que Cristo conferiu a Pedro e aos seus Sucessores, em comunhão com os Bispos — que de várias e repetidas formas condenaram o aborto e que, na consulta referida anteriormente, apesar de dispersos pelo mundo, afirmaram unânime consenso sobre esta doutrina — declaro que o aborto directo, isto é, querido como fim ou como meio, constitui sempre uma desordem moral grave, enquanto morte deliberada de um ser humano inocente. Tal doutrina está fundada sobre a lei natural e sobre a Palavra de Deus escrita, é transmitida pela Tradição da Igreja e ensinada pelo Magistério ordinário e universal” (n. 62).

No que se refere ao aborto provocado em algumas situações difíceis e complexas, é válido o ensinamento claro e preciso do Papa João Paulo II:

“É verdade que, muitas vezes, a opção de abortar reveste para a mãe um carácter dramático e doloroso: a decisão de se desfazer do fruto concebido não é tomada por razões puramente egoístas ou de comodidade, mas porque se quereriam salvaguardar alguns bens importantes como a própria saúde ou um nível de vida digno para os outros membros da família. Às vezes, temem-se para o nascituro condições de existência tais que levam a pensar que seria melhor para ele não nascer. Mas estas e outras razões semelhantes, por mais graves e dramáticas que sejam, nunca podem justificar a supressão deliberada de um ser humano inocente”. (Evangelium vitae, 58).

Pelo que se refere ao problema de determinados tratamentos médicos para preservar a saúde da mãe, é necessário distinguir bem entre dois fatos diferentes: por um lado, uma intervenção que diretamente provoca a morte do feto, chamada em ocasiões de maneira inapropriada de aborto “terapêutico”, que nunca pode ser lícito, pois constitui o assassinato direto de um ser humano inocente; por outro lado, uma intervenção não abortiva em si mesma que pode ter, como consequência colateral, a morte do filho:
“Se, por exemplo, a salvação da vida da futura mãe, independentemente de seu estado de gravidez, requerer urgentemente uma intervenção cirúrgica, ou outro tratamento terapêutico, que teria como consequência acessória, de nenhum nenhum modo querida nem pretendida, mas inevitável, a morte do feto, um ato assim já não se poderia considerar um atentado direto contra a vida inocente. Nestas condições, a operação poderia ser considerada lícita, igualmente a outras intervenções médicas similares, sempre que se trate de um bem de elevado valor –como é a vida– e que não seja possível postergá-la após o nascimento do filho, nem recorrer a outro remédio eficaz”
(Pio XII, discurso “Frente à Família” e à Associação de Famílias Numerosas, 27 de novembro de 1951).

Pelo que se refere à responsabilidade dos agentes sanitários, é necessário recordar as palavras do Papa João Paulo II: “a sua profissão pede-lhes que sejam guardiães e servidores da vida humana. No actual contexto cultural e social, em que a ciência e a arte médica correm o risco de extraviar-se da sua dimensão ética originária, podem ser às vezes fortemente tentados a transformarem-se em fautores de manipulação da vida, ou mesmo até em agentes de morte. Perante tal tentação, a sua responsabilidade é hoje muito maior e encontra a sua inspiração mais profunda e o apoio mais forte precisamente na intrínseca e imprescindível dimensão ética da profissão clínica, como já reconhecia o antigo e sempre actual juramento de Hipócrates, segundo o qual é pedido a cada médico que se comprometa no respeito absoluto da vida humana e da sua sacralidade”. (Evangelium vitae, 89)

sábado, 11 de julho de 2009

HOJE É TEMPO DE SER FELIZ !

A vida é fruto da decisão de cada momento.
Talvez seja por isso, que a idéia de plantio seja tão reveladora sobre a arte de viver.
Viver é plantar. É atitude de constante semeadura, de deixar cair na terra de nossa existencia as mais diversas formas de sementes.
Cada escolha, por menor que seja, é uma forma de semente que lançamos sobre o canteiro que somos. Um dia, tudo o que agora silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós,será plantação que poderá ser vista de longe. Para cada dia, o seu empenho.
A sabedoria bíblica nos confirma isso, quando nos diz que "debaixo do céu há um tempo para cada coisa !"
Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita futura.
Felcidade talvez seja isso : alegria de recolher da terra que somos, frutos que sejam agradáveis aos olhos ! Infelicidade, talvez seja o contrário. O que não podemos perder de vista é que a vida não é real fora do cultivo. Sempre é tempo de lançar sementes...
Sempre é tempo de recolher frutos. Tudo ao mesmo tempo. Sementes de ontem, frutos de hoje, Sementes de hoje, frutos de amanhã ! Por isso, não perca de vista o que você anda escolhendo para deixar cair na sua terra. Cuidado com os semeadores que não lhe amam. Eles têm o poder de estragar o resultado de muitas coisas. Cuidado com os semeadores que você não conhece. Há muita maldade escondida em sorrisos sedutores.
Cuidado com aqueles que deixam cair qualquer coisa sobre você, afinal, você merece muito mais que qualquer coisa.
Cuidado com os amores passageiros , eles costumam deixar marcas dolorosas que não passam. Cuidado com os invasores do seu corpo , eles não costumam voltar para ajudar a consertar a desordem. Cuidado com os olhares de quem não sabe lhe amar , eles costumam lhe fazer esquecer que você vale à pena. Cuidado com as palavras mentirosas que esparramam por aí... elas costumam estragar o nosso referencial da verdade.
Cuidado com as vozes que insistem em lhe recordar os seus defeitos, elas costumam prejudicar a sua visão sobre si mesmo.
Não tenha medo de se olhar no espelho. É nessa cara safada que você tem, que Deus resolveu expressar mais uma vez, o amor que Ele tem pelo mundo.
Não desanime de você, ainda que a colheita de hoje não seja muito feliz.
Não coloque um ponto final nas suas esperanças. Ainda há muito o que fazer, ainda há muito o que plantar, e o que amar nessa vida.
Ao invés de ficar parado no que você fez de errado, olhe para frente, e veja o que ainda pode ser feito. A vida ainda não terminou. E já dizia o poeta "que os sonhos não envelhecem..."
Vai em frente. Sorriso no rosto e firmeza nas decisões. Deus resolveu reformar o mundo, e escolheu o seu coração para iniciar a reforma.Isso prova que ele ainda acredita em você , e se ele acredita, quem sou eu pra duvidar.

sábado, 4 de julho de 2009

Estudo do Vaticano diz que Inquisição matou menos do que se pensava.

Caríssimo Orlando Fedeli ,
Acompanho as publicações da Monfort quase diariamente, e devo congratulá-los pela competencia com que defendem a fé ortodoxa nestes dias de barbárie intelectual e moral. Costumo visitar sites das mais diversas orientações espirituais, para que possa melhor conhecer e, assim, defender a Igreja Católica de seus detratores. Porém, tenho poucas informações sobre a inquisição e busco alguns esclarecimentos. É veraz a existencia de instruentos de tortura utilizados pela Igreja?
Qual a verdadeira história da Inquisição Espanhola [apontada por muitos como a mais violenta delas?
Abaixo transcrevo um texto do Centro Apologético Cristão de Pesquisas que presumo ser mentiroso, nada concluindo, no entanto, devido minha falta de contra-argumentos.
Gostaria de ver seu comentário.
A propósito, onde eu poderia adquirir o Liber Sententiarum Inquisitionis de Bernardus Giudonis?

Segue em anexo :

CENTRO APOLOGÉTICO CRISTÃO DE PESQUISAS
CACPINSTRUMENTOS DE TORTURA DA IDADE MÉDIA

Finalidades dos Instrumentos:

No seu "Livro das Sentenças da Inquisição" (Liber Sententiarum Inquisitionis) o padre dominicano Bernardo Guy (Bernardus Guidonis, 1261-1331), "um dos mais completos teóricos da Inquisição", descreveu vários métodos para obter confissões dos acusados, inclusive o enfraquecimento das forças físicas do prisioneiro.

Usava-se, dentre outros, os seguintes processos de tortura:

A manjedoura, para deslocar as juntas do corpo ; arrancar unhas ; ferro em brasa sob várias partes do corpo ; rolar o corpo sobre lâminas afiadas ; uso das "Botas Espanholas" para esmagar as pernas e os pés ; a Virgem de Ferro : um pequeno compartimento em forma humana , aparelhado com facas , que , ao ser fechado , dilacerava o corpo da vítima ; suspensão violenta do corpo , amarrado pelos pés , provocando deslocamento das juntas ; chumbo derretido no ouvido e na boca ; arrancar os olhos ; açoites com crueldade ; forçar os hereges a pular de abismos , para cima de paus pontiagudos ; engolir pedaços do próprio corpo , excrementos e urina ; a "roda do despedaçamento funcionou na Inglaterra , Holanda e Alemanha , e destinava-se a triturar os corpos dos hereges ; o "balcão de estiramento" era usado para desmembrar o corpo das vítimas ; o "esmaga cabeça" era a máquina usada para esmagar lentamente a cabeça do condenado, e outras formas de tortura.

CENTRO APOLOGÉTICO CRISTÃO DE PESQUISAS.
Pr. João Flávio & Presb. Paulo Cristiano.

Nome: Ricardo , 15 anos - Enviada em: 04/04/2004
Religião: Católica - Salvador - BA

RESPOSTA

Muito prezado Ricardo, salve Maria !
Sobre a Inquisição , tenho recomendado que se leia o livro do Professor João Bernardino Gonzaga A Inquisição em seu Mundo , no qual ele demonstra como a tortura era usada por todos os governos. Aliás, ela foi usada comumente por todos os estados até o século XIX, oficialmente.
E será que hoje ela não é usada ?
A Imprensa está cheia de denúncias de que ela ainda é usada.
O Cardeal Mindzenty foi barbaramente torturado pelos comunistas, e disso pouco se fala.
Como se fala pouco que a Igreja --e através da Inquisição -- foi a primeira instituição a não reconhecer como válidas as confissões obtidas sob tortura.
No livro La Vera Storia dell Inquisizione de Rino Camilleri (Ed Piemme, Casale Monferrato, 2.001) se pode ler:

"Onde mais se escurece o negrume da lenda [sobre a Inquisição] é quanto à tortura. Também aqui, porém a inquisição revela uma insuspeitada modernidade. Antes de tudo, deve ser dito que a tortura -- como meio de interrogatório e também como pena -- era usada normalmente na justiça do antigo regime. O primeiro monarca a abolir a tortura foi, de fato, Luis XVI, no fim do século XVIII."
(Rino Camilleri,.La Vera Storia dell ´Inquisizione, Ed Piemme, Casale Monferrato, 2.001, pp. 45-46).

E ainda:

"As fontes [históricas] demonstram muito claramente que a Inquisição recorria à tortura muito raramente. O especialista Bartolomé Benassa, que se ocupou da Inquisição mais dura, a espanhola, fala de um uso da tortura "relativamente pouco frequente e geralmente moderado, era o recurso à pena capital, excepcional depois do ano 1500".

O fato é que os inquisidores não acreditavam na eficácia da tortura. Os manuais para inquisidores convidavam a que se desconfiasse dela, porque os fracos, sob tortura, confessariam qualquer coisa, e nela os "duros" teriam persistido facilmente. Ora, porque quem resistia à tortura sem confessar era automaticamente solto, vai de si que como meio de prova a tortura era pouco útil. Não só. A confissão obtida sob tortura devia ser confirmada por escrito pelo imputado posteriormente, sem tortura (somente assim as eventuais admissões de culpa podiam ser levadas a juízo). (Rino Camilleri , La Vera Storia dell ´Inquisizione , Ed Piemme, Casale Monferrato, 2.001, p.p. 46-47).
Ainda agora o vaticano ditou um estudo pormenorizado sobre a Inquisição que desfaz muitas das lendas sobre as mortes na Inquisição.

Transcrevo para você o que foi noticiado sobre esse novo livro:

O Vaticano publicou um novo estudo sobre os abusos cometidos durante a Inquisição que traz uma conclusão surpreendente: os julgamentos por heresia não eram tão brutais quanto se acreditava.
Segundo o relatório de 800 páginas, a Inquisição , que espalhou temor na Europa durante a Idade Média, não praticou tantas execuções ou tortura como dizem os livros de história.
O editor do novo livro, professor Agostino Borromeo, sustenta que, na Espanha, apenas 1,8% dos investigados pela Inquisição espanhola foram mortos.
Apesar disso, o papa João Paulo 2º novamente pediu desculpas pelos excessos dos interrogadores, expressando pesar por "erros cometidos a serviço da verdade por meio do recurso a métodos não-cristãos".
O Papa, porém, não ultrapassou a regra da igreja segundo a qual os pontífices não criticam os seus predecessores. O Papa Gregório 9º, que criou a Inquisição em 1233 para combater a heresia (a negação da verdade da fé católica), não foi mencionado no comunicado.

Hereges

Após a consolidação do poder na Europa da Igreja Católica Romana, nos séculos 12 e 13, ela estabeleceu a Inquisição para assegurar que os hereges não minassem a sua autoridade.
O sistema tomou a forma de uma rede de tribunais eclesiásticos com juízes e investigadores.
As punições aos condenados variavam de visitas forçadas à igreja ou fazer peregrinações até a prisão perpétua ou execução na fogueira.
A Inquisição estimulava delações, e os acusados não tinham o direito de questionar a pessoa que o havia acusado de heresia. Ela atingiu o seu pico no século 16, quando a igreja enfrentava a reforma protestante. Seu julgamento mais famoso aconteceu em 1633 , quando Galileu foi condenado por postular que a Terra girava ao redor do Sol.
A Inquisição espanhola, que se tornou independente do Vaticano no século 15 , praticou os abusos mais extremos, sobretudo com o uso dos autos da fé, em que matavam os condenados em fogueiras públicas.
Seus representantes torturavam as vítimas , realizavam julgamentos sumários, forçavam conversões e aprovavam sentenças de morte. "Não há dúvidas de que, no começo, os procedimentos planejados foram aplicados com rigor excessivo, que em alguns casos foram degenerados e se tornaram verdadeiros abusos", diz o novo estudo do Vaticano.
Mas o relatório, preparado ao longo de seis anos, argumenta que a Inquisição não foi tão má como se costumava crer.

"Bonecos no fogo"

Borromeo cita como exemplo que , de 125 mil julgamentos de suspeitos de heresia na Espanha , menos de 2% foram executados. Ele afirma que muitas vezes bonecos eram queimados para representar aqueles que foram condenados à revelia. E que bruxas e hereges que demonstravam arrependimento no último minuto recebiam algum tipo de alívio para a dor quando eram estrangulados antes de serem queimados.
Para aqueles que possuem ligação com as vítimas da Inquisição , porém , a declaração do Vaticano de que ela não era tão má quanto se dizia tem pouca importância.
Os Valdesianos, membros de uma seita protestante declarada herege no século 12 , estavam entre as vítimas da Inquisição.
"Não importa se há muitos ou poucos casos. O que é importante é que você não pode dizer : Estou certo, você está errado, e eu vou te queimar", disse Thomas Noffke, um pastor valdesiano americano que vive em Roma. Ainda segundo o novo relatório, no auge da Inquisição a Alemanha matou mais bruxas e bruxos que em qualquer outro lugar, cerca de 25 mil".

Como você vê , esse livro que mandarei adquirir logo mais , demonstra que o número de execuções pela Inquisição foi mínimo.
Por outro lado, note que no texto que você me enviou - e que é de um grupo catequético que se diz católico, se escreveu que um dos instrumentos de tortura da Inquisição foi a guilhotina.
A guilhotina , ora , a guilhotina nunca foi instrumento de tortura. Era instrumento de execução da pena de morte, cortando a cabeça do condenado.
Pior ainda : a guilhotina foi inventada pelo Dr. Guillotin, durante a Revolução Francesa depois de 1789. Como é então que a Inquisição medieval a usaria se ela ainda não existia ?
Assim são os maus católicos , não tendo Fé na Igreja eles acreditam em todas as calúnias que se assacam contra a Igreja , e estão prontos a propagá-las , para agradar aos ímpios.
Esses maus católicos são os piores inimigos da Igreja Católica.

In Corde Jesu, semper, Orlando Fedeli

Obs : Roma locuta , causa finita est.
Leandro Costa - Direção do blog