quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Zoinho renunciará se Neto perder recurso, mas evita promessas de campanha.

Em entrevista coletiva concedida no início da noite desta quarta-feira, na Câmara de Volta Redonda, o deputado federal Zoinho (PR) confirmou que renunciará ao cargo na Câmara de Deputados caso seja negada a liminar pedida pelo prefeito Antônio Francisco Neto para retornar ao Palácio 17 de Julho até o julgamento da ação que resultou no seu afastamento. 

“O pedido já está assinado, nas mãos do meu líder, Anthony Garotinho, e será apresentado assim que sair a decisão, no mais tardar até amanhã”, informou.

Ele disse que, se a liminar a Neto for negada, será diplomado às 15 horas no cartório da 133ª Zona Eleitoral e em público pediu ao presidente interino da Câmara, Paulo Conrado (PSL), que lhe seja dada a posse já na noite da próxima terça-feira.

Mal organizada, a coletiva do deputado, que ficou em segundo lugar na eleição municipal do ano passado, foi realizada no plenário do Legislativo, lotado de simpatizantes dele. E só quando começou a ser indagado sobre as promessas de campanha, o deputado, orientado pelo vice, Rogério Loureiro, informou à imprensa que não desejava falar de assuntos que não fossem relacionados à sua decisão. 

Com isso, perguntas que os jornalistas queriam fazer, como a implantação do PCCS (Plano de Cargos, Salários e Carreiras), acabaram não sendo dirigidas ao deputado.

Em alguns momentos, o público  vaiou jornalistas pelas perguntas feitas ao deputado, que quis saber se ele se sentia seguro de renunciar ao mandato sabendo que a decisão final do processo que afastou Neto, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pode não lhe ser favorável.

O próprio Zoinho, ao abrir a coletiva, não falou somente do processo. Ele chegou a anunciar que Antônio Cardoso, presidente do PR em Volta Redonda, “fará parte da sua equipe”. Depois, preferiu não mencionar, que cargo ele ocuparia. Zoinho revelou que uma de suas primeiras medidas, se assumir o Palácio 17 de Julho, será promover uma auditoria nas contas do município.

Antes de Zoinho, Antônio Cardoso ressaltou a importância para o PR de ter uma prefeitura do porte de Volta Redonda e que Zoinho "dará as respostas sempre a favor do povo de Volta Redonda. Já o vice Rogério Loureiro procurou tranquilizar os empresários. "Não vamos promover uma caça às bruxas", disse ele, enfatizando que procurará ser um "fiel trabalhador de Zoinho".

Veja os principais pontos da entrevista: 

Sobre a renúncia e pensamento de governo:  “Deus sabe o quanto é difícil esta decisão ser tomada, de renunciar ao cargo de deputado federal. Se for pela vontade de Deus e pelo bem do povo de Volta Redonda, vou assumir o cargo de prefeito desta cidade. Tenho o povo de Volta Redonda como minha família e meus filhos. Terei uma relação respeitosa com a Câmara e terei consideração  com o trabalho dos vereadores. Pretendo vir à Câmara discutir os assuntos que forem de interesse da população. Todo cidadão vai ter o mesmo tratamento. Nosso secretariado será formado por pessoas altamente qualificadas, como o Antônio Cardoso. Quero me aproximar dos empresários, independente do número de funcionários que têm. Com a CSN tive uma ligação direta quando fui metalúrgico. Hoje sou independente. Vou fazer um governo para todos e não para meia dúzia, ouvindo desde os catadores de recicláveis até o grande empresário. Vou ter respeito pelo funcionários público. Estarei sempre aberto ao diálogo, independente do sindicato. Quero dar incentivo e salário justo para que o funcionário dê um atendimento de qualidade à população. Meu gabinete estará sempre aberto para a imprensa, pelo menos um dia da semana. Vamos administrar com amor e com carinho”.

Denúncia de que teria usado carros alugados de uma empresa fantasma: “Essa denúncia partiu de um jornal do governo, montado para me perseguir politicamente. Estou processando o jornal. Tenho a consciência limpa.”

Prioridades do governo: “Fizemos uma campanha em cima das pessoas. Vamos dar prioridade a saúde e educação. Teremos pessoas competentes em seu lugar.”

Apoio ao futebol e ao vôlei profissional: “Desde vereador sempre incentivei o esporte e como deputado também. Como prefeito, continuarei apoiando dentro do que for possível.

Demissões na Cohab (determinadas pela Justiça em caso em que não cabe recurso): “Conheço o assunto só através de jornal. Como prefeito terei que chamar os procuradores e ver os meios legais [para não demitir]. Não tenho intenção de colocar um servidor sequer na rua, só os secretários [do Neto]. Não vamos fazer injustiça com ninguém”. Neste ponto da entrevista, Rogério Loureiro interveio pedindo para que as perguntas fosse limitadas à questão da renúncia de Zoinho para assumir a prefeitura. “Ainda não fomos diplomados nem tomamos posse e a discussão fica inócua”, justificou o vice. Zoinho completou: “As pessoas estavam em dúvida se eu iria colocar meu mandato em risco”, afirmou, justificando o motivo da entrevista. Em seguida, ele declarou acreditar que em no máximo 90 dias o julgamento do mérito final da ação contra Neto deve estar resolvida no TSE.

Relacionamento com o governador Sérgio Cabral: “A disputa política é até o dia da votação. Tivemos divergências, mas o povo de Volta Redonda é do estado do Rio de Janeiro e ele é governador do Rio de Janeiro.”

Passagem a R$ 1: “Eu disse que depois que fosse prefeito implantaria a passagem em seis meses. Mas a gente não está no poder ainda. Já se passaram nove meses [do atual mandato]. Vamos ter  que sentar e ver a situação da prefeitura. Agora mesmo acabaram de fazer um empréstimo de R$ 60 milhões.”

Auditoria na prefeitura: “Será um das primeiras medidas que vou tomar.”

FONTE: Foco Regional - http://www.focoregional.com.br

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A proibição à ordenação de mulheres é definitiva?

Nota da Igreja sobre a ordenação de mulheres
Algumas pessoas me perguntam se a decisão da Igreja de não ordenar mulheres, confirmada pelo Papa João Paulo II na Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis (22 maio 1994), se é definitiva e válida para sempre. A Congregação da Doutrina da Fé do Vaticano foi consultada sobre esta questão, e respondeu que SIM. 
Portanto, a discussão desse assunto deve ser encerrada na Igreja, e os católicos e católicas devem aceitar na “obediência da fé” (Rom 1,5) esse ponto de doutrina que o Papa e o magistério da Igreja definiram como verdade de fé. Sugiro que os fiéis leiam a importante Carta Apostólica do Papa João Paulo II sobre a dignidade e a vocação da mulher: “Mulieris Dignitatem”, para melhor entender o assunto.
Em 28/10/95 esta Congregação emitiu uma Nota que confirma o caráter definitório e irrevogável do pronunciamento do S. Padre João Paulo II. O Papa afirmou que segundo a Sagrada Escritura e a Tradição da Igreja, em relação ao sacramento da Ordem,  nem Jesus Cristo nem algum sucessor de Apóstolo conferiu a ordenação sacerdotal a mulheres, tanto entre os cristãos ocidentais como entre os orientais. O Papa se baseou no procedimento do próprio Cristo, que não chamou mulheres para a Última Ceia (na qual instituiu e conferiu o sacramento da Ordem). Segundo ele a Igreja não tem autorização para mudar este ponto. Eis o que disse o Papa João Paulo II: “Para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição da Igreja divina, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cf. Lc 22, 32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”.
A decisão do Papa, por mais precisa que fosse, deixou margem a dúvidas sobre o caráter revogável ou não de tal sentença. As dúvidas foram levadas à Congregação para a Doutrina da Fé, que em Nota datada de 28/10/95, respondeu em favor da irrevogabilidade da sentença.
Em seguida publicamos o texto em que a autoridade competente explicita o sentido da Declaração do Papa.
Dúvida: “Se a doutrina segundo a qual a Igreja não tem faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, proposta como definitiva na Carta Apostólica “Ordinatio sacerdotalis”, deve ser considerada pertencente ao depósito da fé.”
Resposta: Afirmativa. “Esta doutrina exige um assentimento definitivo, já que, fundada na Palavra de Deus escrita e constantemente conservada e aplicada na Tradição da Igreja desde o início, é proposta infalivelmente pelo magistério ordinário e universal (cf. Conc. Vaticano II, Const. dogm. Lumen gentium, 25, 2). Portanto, nas presentes circunstâncias, o Sumo Pontífice, no exercício de seu ministério próprio de confirmar os irmãos (cf. Lc 22, 32), propôs a mesma doutrina, com uma declaração formal, afirmando explicitamente o que deve ser mantido sempre, em todas as partes e por todos os fiéis, enquanto pertencente ao depósito da fé.”
O Sumo Pontífice João Paulo II, durante a Audiência concedida ao abaixo-assinado Cardeal Prefeito, aprovou a presente Resposta, decidida na reunião ordinária desta Congregação, e ordenou sua publicação. Roma, da Sede da Congregação para a Doutrina da Fé, aos 28 de outubro de 1995. + JOSEPH Cardeal RATZINGER – Prefeito/+ TARCÍSIO BERTONE – Secretário
Fonte: Revista “Pergunte e Responderemos”: N. 407/1996, pp. 153-155; e N. 492/2003, p. 266.
A Nota da Congregação para a Doutrina da Fé  transcrita cita a Constituição Lumen Gentium nº 25, que reza o seguinte:
“A infalibilidade da qual quis o Divino Redentor estivesse sua Igreja dotada ao definir doutrina de fé e Moral, tem a mesma extensão do depósito da Revelação Divina, que deve ser santamente guardado e fielmente exposto. Esta é a infalibilidade de que goza o Romano Pontífice, o Chefe do Colégio dos Bispos, em virtude de seu cargo, quando, com ato definitivo, como Pastor e Mestre Supremo de todos os fiéis que confirma seus irmãos na fé (cf. Lc 22, 32), proclama uma doutrina sobre a fé e os costumes. Esta é a razão por que se diz que suas definições são irreformáveis por si mesmas e não em virtude do consentimento da Igreja, pois são proferidas com a assistência do Espírito Santo a ele prometida na pessoa do Bem-aventurado Pedro. E por isto não precisam da aprovação de ninguém nem admitem apelação a outro tribunal. Pois neste caso o Romano Pontífice não se pronuncia como pessoa particular, mas expõe ou defende a doutrina da fé católica como Mestre supremo da Igreja universal, no qual, de modo especial, reside o carisma da infalibilidade da própria Igreja”.
“São estes conceitos que fundamentam o caráter definitório e irrevogável da Carta Apostólica 'Ordinatio Sacerdotalis'. Deve-se ainda enfatizar que a posição assumida pela Igreja Católica não implica depreciação da mulher, pois, na verdade, o sacerdócio é uma função de serviço muito mais do que uma honra ou promoção. O único carisma que realmente se deve almejar, é o ágape ou o amor cristão (cf. 1 Cor 13, 1-13). Na sua Carta Apostólica sobre a Dignidade da Mulher (15/08/1988) o S. Padre lembra que o homem e a mulher são diferentes e complementares entre si, de modo que têm suas funções específicas tanto na sociedade civil como na Igreja; os maiores no Reino dos Céus não são os ministros, mas são os Santos. De resto, observa S. Santidade que à mulher foca um papel de preeminência sobre o homem, que é o de educar o futuro cidadão, talvez chefe e dirigente de projeção na sociedade. Nunca o homem poderá retribuir à mulher que ela assim lhe presta; cf. nº 18.” (D. Estevão Bettencourt)