quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Bento XVI e o Silêncio dos Bispos.

Faltando três dias para a votação do segundo turno, o acalorado debate eleitoral ganhou um interlocutor de peso: o Papa Bento XVI.

Num discurso pronunciado, nesta manhã de quinta-feira, para bispos do Nordeste – reconhecida base eleitoral do PT de Dilma Rousseff – Bento XVI condenou com clareza “os projetos políticos” que “contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto”.

Com o discurso de hoje, Bento XVI rompe, desde o mais alto grau da hierarquia católica, o patrulhamento ideológico que o PT vem impondo a bispos do Brasil através de ameaças, pressões diplomáticas, xingamentos e abusos de poder.

É conhecida a absurda apreensão, a pedido do PT, de milhares de folhetos contendo o “Apelo a Todos os Brasileiros e Brasileiras”, em que a Comissão em Defesa da Vida, da Regional Sul I da CNBB, exortava os católicos a não votar em políticos que defendam a descriminação do aborto. É conhecida a denúncia do bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, de que tem sido vítima de censura e perseguição por parte do PT (cf. Revista Veja). É arquiconhecida a prisão de leigos católicos que realizavam o “ato subversivo” de distribuir nas ruas o documento dos bispos de São Paulo.

O Papa convida os bispos à coragem de romper este patrulhamento e falar. Ao defender a vida das crianças no ventre das mães, os bispos não devem temer “a oposição e a impopularidade, recusando qualquer acordo e ambigüidade”.

O pronunciamento de Bento XVI ainda exorta os bispos a cumprirem “o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas”. E, numa clara alusão a uma das propostas do PNDH-3 do PT, se opõe à ausência “de símbolos religiosos na vida pública”.

Com seu discurso, o Papa procura evitar que o Brasil continue protagonista de um fenômeno que seria mais típico do feudalismo medieval, do que de uma suposta democracia moderna. De fato, durante a Baixa Idade Média, era comum que os posicionamentos e protestos mais decididos fossem os do Papa, enquanto os do episcopado local, mais exposto às pressões e ao poder imediato dos senhores feudais, eram como os de um cão atado à coleira. Pode até ensaiar uns latidos, mas quem passa por perto sabe que se trata de barulho inofensivo.

Ao apagar das luzes da campanha de segundo turno, o Pontífice parece preparar o terreno para que a Igreja do Brasil compreenda, sejam quais forem os resultados das eleições, que é inútil apelar para um currículo de progressos sociais e de defesas dos oprimidos do Partido dos Trabalhadores, quando seu “projeto político” está tão empenhado em eliminar os seres humanos mais fracos e indefesos no ventre das mães.

Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Meu filho diz que é homossexual, e agora?

A importância do socorro da fé e da conquista do filho.

É grande o número de pais que estão enfrentando o problema do homossexualismo em casa. Muitos são surpreendidos quando o filho ou a filha lhes dizem que são homossexuais e, pior ainda, quando mostram o desejo de "assumir" esta situação, o que infelizmente é muito incentivada pela sociedade, como se fosse algo bom, natural e "normal". Lamentavelmente, em algumas aulas de "educação sexual" os alunos são orientados a assumirem as tendências homossexuais, ao invés de lutar contra elas, como ensina a Igreja. Fala-se muito e se propaga nas escolas a tal "igualdade de gêneros", como se não houvesse diferença natural entre ser homem e ser mulher.

O Catecismo da Igreja é claro ao mostrar o desregramento dos "atos homossexuais", não a tendência: apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (Gênesis 19,1-29; Romanos 1,24-27; 1Coríntios 6,9-10; 1Timóteo 1,10), a tradição sempre declarou que 'os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados' (CDF, decl. Persona humana, 8). São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados (Catecismo §2357).


.: Homem testemunha libertação do homossexualismo.
http://www.cancaonova.com/portal/canais/eventos/novoeventos/cobertura.php?tit=Liberto+no+Nome+de+Jesus+-+%3Cb%3EHomem+testemunha+liberta%E7%E3o+do+homossexualismo%3C%2Fb%3E&cod=173&sob=796
Liberto no Nome de Jesus - Homem testemunha libertação do homossexualismo. O professor universitário Antônio Carlos (RJ) testemunhou sua libertação do homossexualismo, neste sábado, dia 11, na sede da Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP).
A mudança foi resultado das orações insistentes de seus pais e da "manifestação de Deus" através do seu filho, fruto de um relacionamento, no qual sua esposa faleceu após 2 dias do nascimento da criança.

A sociedade secularizada está confundindo educação sexual, com liberação sexual, ou permissividade sexual, para não usar o termo depravação. As escolas estão dando aulas de anatomia sexual e ensinando aos jovens que não pode haver "tabus", de "origem religiosa", sobre o comportamento sexual. Então, a primeira coisa que os pais precisam fazer é saber o que estão ensinando para os seus filhos na escola sobre sexo, para não serem surpreendidos amanhã.

Os jovens estão aprendendo, perigosamente, "que tudo é válido" em termos de vivência sexual, e que "nada deve ser proibido". A conseqüência disso são as milhões de adolescentes grávidas, sem a mínima condição de constituir uma família e educar seu filho e muitos jovens que estão se iniciando no homossexualismo e lesbianismo.

Antes de tudo, é preciso lembrar que a melhor terapia é a preventiva. O homossexualismo tem causas complexas e difíceis de entender, mas certamente uma delas é de fundo educacional e familiar. Não há qualquer comprovação científica de que o homossexualismo seja genético ou fruto de uma disfunção glandular, diz o Dr. Gerard van den Aardweg, PhD em Psicologia pela Universidade de Amsterdam (Holanda), o qual há mais de 30 anos realiza terapia com homossexuais, e escreveu um livro a respeito "A Batalha pela Normalidade Sexual" (Editora Santuário, 2001).

Ele afirma que a homossexualidade não é normal e não pode ser considerada como "o terceiro sexo". Não é devida a genes, nem a fatores hereditários, mas tem geralmente sua origem em falhas da educação ministrada a um menino ou a uma menina, que cria em si o complexo de inferioridade em relação aos indivíduos do mesmo sexo; daí querer o menino comportar-se como menina e vice-versa. Ele recomenda a consulta a um bom terapeuta e sugere que se tome consciência de que há um tanto de infantilidade nas tendências homossexuais; sugere que seja o paciente perseverante na luta; recorrendo à oração e ao autocontrole.

Segundo este pesquisador, há fortes evidências de que ninguém nasce com a tendência ao homossexualismo, mas que este desequilíbrio se desenvolve na criança ou no jovem por problemas familiares (separações, brigas dos pais, mãe dominante, pai fraco, obsessão da mãe pelo filho, desinteresse e grosseria do pai, forte insegurança, experiência sexual fracassada ou traumática na adolescência, educação sexual mal conduzida, etc); como relata o Dr. Clyde M. Marromore, em seu livro "The Psychology of Couseling" (Psicologia do Aconselhamento).

No tratamento da homossexualidade, o mais importante, segundo o Dr. Gehard, é que o jovem queira deixar o homossexualismo; então, os pais precisam desde cedo mostrar aos filhos, e, especialmente ao filho com esta tendência, que isto não é um comportamento normal, que é contra a natureza e contra a lei de Deus, como vimos.

Os pais cristãos não podem permitir que o seu filho traga o "namorado" para casa ou que sua filha traga a "namorada"; isto é contra a lei de Deus e deve ser mostrado de maneira muito clara aos filhos. Se os pais forem coniventes com este comportamento errado, estarão incentivando os filhos nesta prática.

É preciso notar também que em alguns lugares, especialmente na alta sociedade, a coisa está virando meio moda; o que tem arrastado muitos adolescentes de ambos os sexos. Os pais precisam ficar atentos e perceber as inseguranças dos filhos as quais podem gerar esses comportamentos.

Para os pais cristãos esta é uma cruz que deve ser carregada como os demais sofrimentos: jamais com desânimo ou desespero, mas com fé, oração constante, ajuda da psicoterapia (cristã), e, sobretudo, com muito amor e diálogo com os filhos. Tenho para comigo que o socorro da fé e da conquista do filho serão o melhor remédio para a sua recuperação.

Foto
Felipe Aquino
- felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe.
Site do autor: www.cleofas.com.br

domingo, 24 de outubro de 2010

Entrevista com Dom Filippo sobre momento político no Brasil.



POR FERNANDO MOLICA

Coordenador da Pastoral Católicos na Política no Estado, Dom Filippo Santoro, bispo de Petrópolis, afirma que a Igreja Católica não considerou suficiente a retirada, pelo governo, da proposta de legalização do aborto incluída no Plano Nacional de Direitos Humanos 3.

Nesta entrevista, concedida por e-mail, o bispo critica outros pontos do PNDH 3 que, segundo ele, tende “a alterar profundamente as bases da nossa sociedade”.
Dom Filippo acaba de voltar de Roma, onde participou de visita de bispos do Rio ao papa. Segundo ele, Bento XVI “manifestou plena confiança no processo democrático do nosso País”.
A seguir, os principais trechos da entrevista.

Não é comum que muitos setores da Igreja se posicionem de forma tão direta contra uma candidatura. O que gerou isto?

Identifico duas razões. A primeira é a participação intensa da Igreja Católica no processo que levou à aprovação da Lei 9.840 (que pune a compra de votos) e depois da Lei da Ficha Limpa, envolvendo fiéis normalmente estranhos às disputas políticas.

Significa que o povo não ficou indiferente diante de tantos escândalos que afetaram e continuam caracterizando negativamente a vida política do País; isto pesa de forma determinante.
O outro motivo foi a questão da defesa total da vida desde a concepção até o seu fim natural. É uma questão que diz respeito não só à questão do aborto, mas também à saúde, à família, ao direito de ir e vir livremente. Também afeta a liberdade de imprensa e de educação, incluindo a questão do ensino religioso confessional e plural, reconhecido pelo Acordo entre Brasil e Santa Sé.

Setores da Igreja, entre os quais a Pastoral Católicos na Política criticaram muito o PNDH 3. Por quê?

Não é aceitável a visão da pessoa fechada ao transcendente, sem referência a critérios objetivos e determinada substancialmente pelo poder dominante e pelo Estado. A dignidade da pessoa, aberta ao mistério, é o fundamento dos Direitos Humanos e da convivência social de uma sociedade justa. No PNDH 3, a maneira como são tratados temas como a vida, família, educação, liberdade de consciência, de religião e de culto, de propriedade em sua função social e de imprensa, revela esta antropologia reduzida.

O governo assumiu o compromisso de retirar a legalização do aborto do PNDH 3. Não é suficiente?

Não é suficiente um remendo pelo qual a questão do aborto foi retirada do PNDH 3 e falaciosamente considerada “questão de saúde pública”. É necessário levar em conta a orientação de vastos setores da sociedade entre os quais muitos não são católicos e que têm um profundo senso religioso que influencia positivamente a vida social.

A religião, falo especificamente da fé católica, não serve só para a outra vida, mas dá sentido, beleza e dignidade a esta vida.

O Estado é leigo, mas não ateu; deve respeitar a religiosidade das pessoas e das agregações sociais. O PNDH 3 tem também aspectos positivos, mas como está, tende a alterar profundamente as bases da nossa sociedade.

Que pontos são essenciais para que um candidato à Presidência tenha o apoio unânime da Igreja?

São os pontos apresentados na nota da CNBB nacional, a Declaração Sobre o Momento Político Nacional, e especificamente no caso do Regional Leste 1, dos bispos do Estado do Rio de Janeiro: as Orientações e Critérios para as Próximas Eleições.

Em primeiro lugar, a defesa da dignidade da pessoa humana e da vida em todas as suas manifestações, desde a sua concepção até o seu fim natural com a morte. Rejeitamos veementemente toda forma de violência, bem como qualquer tipo de aborto, de exploração e mercado de menores, de eutanásia e qualquer forma de manipulação genética.

Em seguida, os bispos apresentam os outros critérios da defesa da família segundo o plano de Deus (rejeitando o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a adoção de crianças por casais homoafetivos, a legalização da prostituição, das drogas, do tráfico de seres humanos), a liberdade de educação, o princípio de solidariedade (a opção preferencial pelos pobres), de subsidiariedade (o Estado deve apoiar e não abafar a ação de grupos, associações e famílias que trabalham em vista do bem comum), a construção de uma cultura da paz em todos os níveis, particularmente na defesa da infância e da adolescência contra qualquer forma de violência.

A posição que o senhor e muitos setores da Igreja defendem não são unânimes. Setores da própria direção da CNBB deixaram isto claro. O senhor não teme que as manifestações contra uma das candidaturas – no caso, a da ex-ministra Dilma Rousseff – criem uma divisão na Igreja?

Nós, Bispos do Regional Leste 1 da CNBB, tomamos uma posição no início do processo eleitoral e agora a confirmamos, em sintonia com a nota da CNBB de 8 de outubro 2010, não indicando partidos ou candidatos, exortando os fiéis católicos a terem presentes critérios éticos. A mesma nota da CNBB nacional afirmava que “é direito – e mesmo, dever – de cada Bispo, em sua Diocese, orientar seus próprios diocesanos, sobretudo em assuntos que dizem respeito à fé e à moral cristã”.

O senhor e outros bispos brasileiros acabam de voltar de Roma. Os senhores estiveram com o Papa? As eleições brasileiras foram discutidas com ele? Há alguma preocupação de Roma com os eventuais resultados da eleição?

O encontro dos bispos do Estado do Rio com o Papa foi algo extraordinário. Na minha conversa particular, ele manifestou plena confiança no processo democrático do nosso País, que tem o maior número de católicos no mundo. Em nós, bispos, depois do encontro com o Santo Padre, cresceu o desejo de confirmar na fé e no espírito missionário os nossos fiéis, para que possam fazer coerentemente suas escolhas também em campo político, e dar a toda a nossa sociedade um suplemento de esperança.

Um Bispo incomoda muita gente, dois Bispos incomodam muito mais.

Por Pedro Ravazzano


O brasileiro tem total liberdade para exercer a cidadania na forma que mais convém, entretanto, essas eleições têm mostrado o maniqueísmo caricatural da política nacional e se faz necessária uma breve reflexão.

As polêmicas acerca do aborto e das posições religiosas da Sra. Dilma foram formadas no âmago da Igreja, preocupada, isto sim, com a crescente ascensão do espírito da cultura de morte no nosso país. Essa observação é crucial para o correto entendimento de todo o cenário. Entretanto, é fato que o forte discurso ideológico, polarizado das eleições quer acusar a Igreja de ser um simples instrumento de manipulação que, no caso, estaria ligado às lideranças tucanas.

Por muitas décadas a Igreja Católica no Brasil esteve amordaçada pelas alas progressistas da Teologia da Libertação que, numa perspectiva totalmente horizontal da fé, embebida na concepção materialista do marxismo, boicotavam qualquer ação que não fosse as diretrizes “sociais”.

A comprovação da ineficiência de tal modelo é perceptível na incapacidade dessa visão de movimentar a juventude rumo à vocação religiosa. Com a inversão das prioridades da fé e a adesão a uma ótica extremamente distante da experiência pessoal e interior com Cristo obstrui-se a via do sagrado.

A preocupação da Igreja é no tocante à ascensão da cultura de morte claramente presente nos programas do PT. A omissão também configura uma ofensa grave, portanto os católicos têm a obrigação de anunciar os ensinamentos do Evangelho, ainda que seja motivo de revolta e contenda. Ademais, a leitura de que exista alguma relação partidária da ação clerical é muito impertinente e temerária.

Durante anos Bispos defenderam o Partido dos Trabalhadores e respaldaram as ações intransigentes de células esquerdistas. Agora que o progressismo “libertador” vive o seu crepúsculo querem taxar de “politicagem” a movimentação da Igreja em defesa não do partido A ou B, mas da vida e da moralidade. Muito irônico! A Igreja, como Mãe e Mestra, tem o dever de se levantar quando a verdade é alvo de ataques pelos arautos da cultura de morte.

Vale frisar que “cultura de morte” é um termo cunhado por S.S João Paulo II – muito citado, mas pouco seguido – representando todos os anti-valores da modernidade encarnados no aborto, eutanásia, “casamento” homossexual etc. Sem dúvida alguma o aborto é o tema fundamental, pois a sua defesa representa uma deformação em toda a consciência e quem o defende já coloca a premissa que sanciona, indiretamente, todas as aberrações morais.

Não podemos incidir numa visão maniqueísta da política. Serra não representa o bem e nem Dilma o mal em si. Ademais, é leviano afirmar e acreditar que ao se posicionar contra as objetivas relações do PT com a cultura de morte a Igreja esteja aliando-se aos tucanos.

Recomendar aos católicos a não votarem em partidos contra a vida faz parte da missão de educadora da Igreja. Se faz mister pontuar que tal posicionamento se baseia na realidade concreta e factual de que o PT legitima em seu programa oficial posições abertamente opostas aos princípios e valores cristãos. Resumidamente, a Igreja Católica, diferente de certas seitas protestantes, não declara apoio a políticos – ainda que outrora, não tão outrora assim, as alas libertadoras defendessem publicamente o PT sem qualquer receio e agora acusam, temerariamente, irmãos no episcopado de uma aliança com o PSDB – mas tem o dever de combater as ideologias que carregam um projeto na clara oposição aos valores e virtudes.

Enquanto os petistas pedem “Por um Brasil de mulheres e homens livres e iguais”, que inclui a “defesa da autodeterminação das mulheres, da descriminalização do aborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviço público”, como definido pelo último Congresso do PT, a Igreja ensina que “§ 2270 A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida.” e que“Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae” “pelo próprio fato de cometer o delito” e nas condições previstas pelo Direito. Com isso, a Igreja não quer restringir o campo da misericórdia. Manifesta, sim, a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao ‘inocente morto, a seus pais e a toda a sociedade.”

Os católicos não negociam a vida! Como acreditar em políticos que ostentam bandeiras de programas sociais enquanto buscam sorrateiramente legitimar leis que autorizam o aborto? Quais os princípios que norteiam uma consciência tão relaxada? Quem luta pela vida luta em todas as esferas e em todos os campos, tendo apenas em vista a construção de uma sociedade onde o ser humano é respeitado desde a sua concepção até a morte natural.

A vida no sertão da Bahia que o programa social “do PT” salva é a vida no útero da mãe que o mesmo PT quer assassinar. Ademais, por mais que a Sra. Dilma se esforce para não parecer aliada da cultura de morte – e de forma totalmente caricatural – o fato é que o seu partido não apenas se engaja nessa bandeira como nutre uma concepção totalmente totalitária no que se refere a tais temas.

Além disso, o PT não criou a corrupção, de fato, mas vivendo plenamente as diretrizes definidas por Antonio Gramsci, utilizou-a como instrumento para a consolidação do seu projeto de poder, vide o mensalão. Vale frisar, outrossim, que em Dilma nada é original; seu discurso, sua defesa da “vida” e da “família”, nem sua aparência é original.

Acusam a Igreja de estar aliada ao PSDB, de que a gráfica na qual a Diocese de Garulhos encomendou os polêmicos panfletos seja de um tucano – ainda que o mesmo estabelecimento tenha imprimido material de campanha de candidatos petistas e de revistas de organizações trabalhistas pró-PT -, de que o posicionamento do Regional Sul 1 da CNBB foi intransigente – apenas os sindicatos podem fazer apologia à candidatura da Sra. Dilma, usando verba do Estado, sem qualquer crítica por parte dos petistas – e de que o nosso país é uma nação laica – todos podem se pronunciar; do MST até a CUT, menos a Igreja, por mais que a religião seja fator determinante em um dos sistemas que sustenta a sociedade; ético-moral-cultural – e por isso a moralidade deveria estar fora da agenda das eleições.

De fato, a Boa Nova sempre será motivo de escândalo! A Igreja não mudou seu posicionamento em 2000 anos e não mudará. É preferível morrer sendo taxado de alienado e discriminatório do que abdicar de uma vírgula dos ensinamentos do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo como anunciado pela Sua Esposa. Vivemos o que o Papa Bento XVI anunciou em sua visita à Inglaterra:

“Em nosso tempo, o preço a ser pago pela fidelidade ao Evangelho pode não ser o enforcamento, afogamento ou esquartejamento, mas muitas vezes implica ser considerado irrelevante, ridículo ou ridicularizado. No entanto, a Igreja não pode se esquivar do dever de proclamar Cristo e o seu Evangelho como a verdade salvífica, fonte de nossa felicidade definitiva como indivíduos e base para uma sociedade justa e humana”.

A caridade jamais deve tolher a verdade! O contrário, deformar a verdade tendo em vista a caridade, é contra-testemunhar a Misericórdia!

Email divulgado no Jornal Aqui - Edição 709 - 16/10/2010

Eu sempre leio o Jornal Aqui, principalmente no que se refere a CARTAS, para sentir como está a opinião dos leitores. Mas é tão engraçada a "revolta" do Henri Nicholas do Carmo Coutinho, da Comunidade Santa Edwiges da VILA RICA, dizendo coisas absurdas, tais como:

"... mas conheço não só sua história, sua trajetória, suas ideologias, mas como também toda sua doação em lutar, junto conosco da Igreja Católica Apostólica Romana, em prol dos desfavorecidos, dos miseráveis, dos discriminados pela sociedade e contra as injustiças sociais."

A única coisa que liga o PT a "nós" católicos, é o nefasto movimento marxista sócio-político da TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO - que, aliás, foi condenado duas vezes pelo magistério da Igreja. Acham que tudo é pelo social. Então a Igreja Católica Apostólica Romana só faz ações sociais por causas dessas pTaiadas, faça-me o favor.

O Padre Flávio talvez não acertasse o momento, poderia ter falado no final da Missa antes da benção, na hora dos avisos, mas mentira ele não falou não. Aí me vêm as seguintes perguntas, que não querem calar: Foi o social que morreu na cruz por mim? Foi o sangue do social que verteu na cruz pela minha salvação? Foi o social que se encarnou no ventre de Maria? Já estou cansado de ver este tipo de discurso, que é enraizado desde o bispado de D. Waldir.

Este senhor que sempre vai à rádio desmerecer a Canção Nova e a RCC falando impropérios, mas não fala o porquê do estacionamento pago em área da Cúria? O porquê de apoiar candidato do PT em nome da diocese? E outras coisas mais, até porque como bispo emérito, ele não fala em nome da diocese porque não participa do governo da Igreja. O bispo da nossa diocese chama-se Dom João Maria Messi, ao qual dou meus cumprimentos, Se o deixassem trabalhar, essa diocese teria outro legado.

Por favor, Henri, baseie-se na sua indignação antes de torná-la pública. Estude um pouquinho a Igreja da qual você faz parte e contribui com seu esforço - como os da TL gostam de falar - luta pelos menos desfavorecidos.

Domingo dia 09/10/2010 na Comunidade Eclesial Bom Jesus o Vigário Geral Padre Bernardo Thuss, fez do altar de Deus palanque político, "... quem decidiremos que irá governar o país, a classe elitista capitalista paulistana ou (blá, blá...) a candidata do POVO que dará a continuidade a este governo..." é nestas horas que eu digo no meu coração: Só por Ti Jesus.

No final da Missa fui questioná-lo, respeitando a posição dele, para os que iam bajular, ele era só sorrisinho, comigo esbravejava "você não entende... você acha que nós padres somos burros", não entendi nada e ele não me deixava falar.

Até na questão da Carta da CDDVs (Comissão Diocesanas em Defesa da Vida) do Regional Sul 1 da CNBB assinada pelos bispos Dom Nelson Westrpp, Dom Benedito Beni dos Santos e Dom Airton José dos Santos, "pode rasgar porque ela não é oficial", mas não é o que diz a CNBB quando explica o que é Conselho Permanente e Membros Participantes, porque lá está o nome dos dois primeiros bispos, que são presidente e vice do CONSER SUL 1, e ai?

Podem conferir lá: www.cnbb.org.br/site/cnbb/conselho-permanente.

Confiram também: http://ow.ly/2qrof

A diocese de Barra do Pirai/Volta Redonda tem que deixar de ser serviçal de interesses políticos e ideológicos e EVANGELIZAR e obedecer ao que diz a Santa Sé. Amo esta Igreja e não aceito este tipo de posição, porque não representa a posição da Igreja e sim de um grupo de partidários diocesanos.

Sem mais na fé, crendo na mudança Leandro Costa
www.leandro-rodrigues.blogspot.com

sábado, 23 de outubro de 2010

DOM BENI: OS FATOS DEVEM CHEGAR AO CONHECIMENTO DO POVO.

DOM BENI: OS FATOS DEVEM CHEGAR AO CONHECIMENTO DO POVO.

Em novo vídeo divulgado dia 18 de agosto pelo You Tube
[http://www.youtube.com/watch?v=c-FFx5167Z0],

Dom Benedito Beni dos Santos, bispo de Lorena, interior de São Paulo, afirma que o APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS, cuja difusão ampla é recomendada pelos bispos,

"CITA FATOS CONCRETOS EM QUE O GOVERNO BRASILEIRO E O PARTIDO DOS TRABALHADORES PROPÕEM A DESCRIMINALIZAÇÃO E A LEGALIZAÇÃO DO ABORTO DURANTE TODOS OS NOVE MESES DA GRAVIDEZ. TRATA-SE DO SUBSTITUTIVO DO
PL 1135/91, APRESENTADO PELO ATUAL GOVERNO EM 2005 E AINDA TRAMITANDO NO CONGRESSO".

Dom Beni esclarece que:

"OS BISPOS DO ESTADO DE SÃO PAULO, REUNIDOS EM ASSEMBLÉIA DAS IGREJAS,
NESTE 16 DE OUTUBRO, FIZERAM UM ALERTA COM RESPEITO A FOLHETOS QUE ESTÃO SENDO DISTRIBUÍDOS SEM A APROVAÇÃO DA LEGÍTIMA AUTORIDADE DIOCESANA. ESTE NÃO É O CASO DO APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS, ELABORADO EM VISTA DO PRIMEIRO E DO SEGUNDO TURNO
DAS ELEIÇÕES. NA DIOCESE DE LORENA ESTES FOLHETOS CONTINUAM A SER DISTRIBUÍDOS NAS 31 PARÓQUIAS".

O Apelo tem sido acusado pela propaganda partidária do Partido dos Trabalhadores de ser um texto apócrifo e difusor de boatos. Dom Beni comenta a este respeito:

"O APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS, ELABORADO PELA COMISSÃO
EM DEFESA DA VIDA DO REGIONAL SUL 1, É UM TEXTO LEGÍTIMO, E NÃO FALSO. CONTÉM FATOS, E NÃO BOATOS. É EXPRESSÃO LEGÍTIMA DA CIDADANIA DEMOCRÁTICA. NÃO SE TRATA DE INTERESSE PARTIDÁRIO OU IDEOLÓGICO, MAS DA DEFESA DA VIDA, ATRAVÉS DE ISTRUMENTOS LEGÍTIMOS DE EXPRESSÃO DA CIDADANIA E, PORTANTO, DE PARTICIPAÇAÕ NA PROMOÇÃO DO BEM COMUM
DA NAÇÃO. AS PESSOAS QUE ESTÃO DIVULGANDO O DOCUMENTO FIZERAM APENAS O QUE NÓS, BISPOS, LHES PEDIMOS. AS INFORMAÇÕES DO APELO SÃO FATOS AMPLAMENTE DOCUMENTADOS. CONTRA FATOS NÃO HÁ ARGUMENTOS. OS FATOS SÃO A PARTE MAIS IMPORTANTE DO APELO. A SUA DIVULGAÇÃO É LEGÍTIMA. ESTES FATOS DEVE CHEGAR AO CONHECIMENTO DO POVO E DEVEM CONTINUAR A SER DIVULGADOS O MAIS AMPLAMENTE POSSÍVEL".

Assista o vídeo completo no You Tube:
http://www.youtube.com/watch?v=c-FFx5167Z0

QUAIS SÃO OS FATOS?

Em mensagem enviada às igrejas evangélicas e publicada na sexta feira dia 15 de outubro de 2010, a candidata à presidência da República pelo PT afirma Dilma afirma que

"ELEITA PRESIDENTE DA REPÚBLICA, NÃO TOMAREI A INICIATIVA DE PROPOR
ALTERAÇÕES DE PONTOS QUE TRATEM DA LEGISLAÇÃO DO ABORTO".

Promessa inútil, porque o Presidente Luis Inácio Lula da Silva já apresentou, em 2005, um projeto de lei, que continua tramitando no Congresso Nacional e pode ser aprovado no Plenário da Camara.

O projeto pretende tornar o aborto completamente livre durante todos os nove meses da gravidez, desde a concepção até o momento do parto. Trata-se do Substitutivo do PL 1135/11, o infame projeto cujos detalhes de sua tramitação podem ser lidos nas páginas 19 a 24 do dossiê "COMO FOI PLANEJADA A INTRODUÇÃO DA CULTURA DA MORTE NO BRASIL".

[http://www.votopelavida.com/defesavidabrasil.pdf].

"A própria redação interna do projeto já era, ela própria, outra desonestidade à parte. O primeiro artigo do projeto declarava que o aborto seria um direito da mulher durante os três primeiros meses da gravidez. Os parlamentares pensariam que o projeto legalizaria o aborto apenas durante o primeiro trimestre da gestação. Porém o último artigo do projeto suprimia todos os dispositivos do Código Penal que tipificavam o aborto como crime, de modo que a prática, na
verdade, passaria a ser permitida EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS, DURANTE TODOS OS NOVE MESES, DESDE A CONCEPÇÃO ATÉ MOMENTO DO PARTO, e não apenas durante os três primeiros meses da gestação. A desonestidade quase alcançou seu objetivo. Segundo as
testemunhas presentes na câmara, o engodo foi descoberto pelos deputados somente dez minutos antes da primeira votação, e por um mero acaso, ao qual chamaríamos de Providência. Até aquele momento os parlamentares estavam certos de que estariam votando a legalização do aborto apenas durante os três primeiros meses da gestação, e não durante todos os nove meses".

http://www.youtube.com/watch?v=j2q2DI9RsUo

Se quisesse impedir a legalização do aborto no Brasil, Dilma Rousseff deveria ter prometido que vetaria qualquer projeto de lei a favor do aborto que pudesse ser aprovado pelo Congresso. A omissão, porém, não foi por esquecimento.

Os evangélicos fizeram a proposta desta outra redação à candidata, mas ela recusou-se a assinar.


Mas, mesmo que tivesse assinado, tais declarações já não teriam nenhum valor.

Em 2005, poucas semanas antes de apresentar ao Congresso o substitutivo do PL 1135/91 que legaliza o aborto durante os nove meses da gravidez, o presidente Lula enviou à Assembléia Geral dos Bispos do Brasil, reunida em Itaici, no dia 8 de agosto de 2005, uma carta assinada de próprio punho, publicada por toda a imprensa, na qual ele negava, jurando "PELA FÉ QUE HAVIA RECEBIDO DE SUA MÃE", que tivesse qualquer intenção de legalizar o aborto no país. Na época, Lula declarou aos bispos:

"Reafirmo nosso compromisso com a afirmação da dignidade humana em todos os momentos e circunstâncias e com a rigorosa proteção do direito dos indefesos. Nesse sentido quero, pela minha identificação com os valores éticos do evangelho, e pela fé que recebi de minha mãe, reafirmar minha posição em defesa da vida em todos os seus aspectos e em todo o seu alcance. Nosso governo não tomará nenhuma iniciativa que contradiga os princípios cristãos, como expressamente mencionei no palácio do planalto."

Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República Federativa do Brasil".
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1008200506.htm

Quando, algumas semanas depois, o presidente entregou ao Congresso um projeto que pretendia legalizar o aborto durante todos os nove meses da gravidez, esta carta tornou-se um gravíssimo sinal dado a toda a nação, pois mostra o quanto o presidente brasileiro não se importa em mentir abertamente, mesmo consciente da impossibilidade de ocultar a verdade. Quando os representantes do governo se expressam deste modo, continuamente e de caso pensado, não existe mais credibilidade para suas afirmações. As intenções e os métodos do governo não mudaram. Vendo que não conseguia legalizar imediatamente o aborto, o governo federal, em
parceria com a Fundação Osvaldo Cruz, montou, desde 2007, um GRUPO DE ESTUDO E PESQUISA PARA DESPENALIZAR O ABORTO NO BRASIL.
O presidente e a candidata Dilma Rousseff diante do povo se manitesfam contra a legalização do aborto mas, logo após o primeiro turno, na segunda feira dia 4 de outubro de 2010, o dia seguinte à votação do primeiro turno, o Diário Oficial da União publicou a notícia da assinatura de um contrato entre o governo federal e a Fundação Osvaldo Cruz para a prorrogação do Grupo de Estudo e Pesquisa para Despenalizar o Aborto no Brasil. Está no Diário Oficial, na primeira coluna à esquerda, no alto, na página 88 da
Seção 3:

http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=3&pagina=88&data=04/10/2010

Segundo entrevista publicada no jornal o Estado de São Paulo com o diretor do grupo formado,

"A IDEIA DO GRUPO É IR MAIS LONGE E NÃO FAZER MAIS DO ABORTO UM CRIME. O
OBJETIVO MAIOR NO FUTURO É A [COMPLETA] DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO".

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,governo-prorroga-estudo-para-mudar-lei-do-aborto,625412,0.

Por que o Diário Oficial somente publicou a prorrogação deste convênio justamente no dia seguinte à votação do primeiro turno, quando todos pensavam que a candidata que, uma semana antes, havia prometido não promover o aborto no Brasil, já teria vencido as eleições?

MATÉRIA DO ESTADÃO: BISPO AFIRMA QUE É LEGÍTIMO DISTRIBUIR TEXTO DE APELO.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101018/not_imp626198,0.php

O bispo de Lorena, d. Benedito Beni dos Santos, defendeu a distribuição do folheto apreendido pela Polícia Federal na gráfica do Cambuci. Em declaração gravada e distribuída a um grupo de
assessores, ele afirma que o material reflete a opinião da Igreja.

"O documento é legítimo e não se enquadra nos casos que a CNBB tem falado de textos não autorizados. Não é falso, contém fatos e é a expressão legítima da cidadania democrática", diz o religioso."

D. Beni é um dos signatários do texto impresso no folheto e ocupa a vice-presidência da Regional Sul 1, subdivisão da CNBB cujo presidente é d. Nelson Westrupp. bispo de Santo André. Segundo d. Nelson, a impressão dos panfletos apreendidos pela PF não foi autorizada pela Regional Sul 1.

Na gravação entregue a assessores, d. Beni afirma que vai continuar a distribuir o documento "Apelo a todos os brasileiros e brasileiras" na paróquia do Lorena. Até agora já foram entregues
cerca de 10 mil cópias do documento em 31 paróquias da cidade.

"Nós, bispos, discutimos o assunto e fizemos uma lista de dez mandamentos para votar bem. O terceiro diz respeito ao aborto e recomenda o voto aos candidatos que respeitam a vida humana", afirma.

Até o fim. "Não se trata de interesse partidário ou ideológico, mas de defesa da vida", argumenta o bispo.

"Sua divulgação (do folheto) é legítima e as pessoas que o estão divulgando fazem o que
nós, bispos, lhes pedimos."

De acordo com ele, o texto continuará a ser distribuído nas missas e paróquias até o fim do segundo turno das eleições:

"O material deve ser amplamente divulgado em todas as paróquias."

O bispo ressalta que o texto reproduzido no folheto relata atitudes do PT em relação ao aborto com base em documentos do próprio partido.

"São fatos amplamente documentados. O PT apoiou amplamente o Plano Nacional de Direitos Humanos, que prevê a descriminalização do aborto."

VEJA TAMBÉM: VÍDEO DE SACERDOTE CONFIRMA AS DENÚNCIAS DOS BISPOS DO
REGIONAL SUL 1 DA CNBB.

Pe. Paulo Ricardo convoca todos os cristãos e homens de boa vontade a lutar pela vida. Apoia e confirma as denúncias dos bispos da Regional Sul 1 contra o Partido dos Trabalhadores (PT).

PRIMEIRA PARTE:
http://www.youtube.com/watch?v=bjUWtAQJ8YI

SEGUNDA PARTE:
http://www.youtube.com/watch?v=fnvmNt-azJM

VEJA AINDA MATÉRIA NO ESTADÃO: DILMA E O ABORTO.

Renomado jornalista enumera uma lista do que o atual governo, seu partido e sua candidata têm feito em matéria de aborto. Em seguida afirma:

"São fatos comprováveis. Somente fatos.

VOCÊ, AMIGO LEITOR, AINDA ACHA QUE ESTAMOS DIANTE DE BOATOS?

A legalização do aborto, independentemente da dissimulação de Dilma Rousseff, é prioridade do PT. Os eleitores, no primeiro turno, disseram não à tentativa de camuflar a opção abortista do PT.

O BRASILEIRO ESTÁ CANSADO DE FALSIDADE E JOGO DUPLO.

A opinião pública reagiu aos que pretendem impor, contra a vontade expressa da sociedade e em nome da "democracia".

A ELIMINAÇÃO DO PRIMEIRO DIREITO HUMANO FUNDAMENTAL: O DIREITO À VIDA".
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101018/not_imp626220,0.php

Um Pronunciamento Fundamental.

Queridos Irmãos,

Shalom!

Há dias tenho me contido para evitar escrever a vocês e a outros amigos de forma mais clara sobre o que estamos correndo o risco de viver. Entretanto, o Evangelho de hoje ( a luz colocada no alto e nao sob o alqueire) questionou-me bastante e o e-mail de um irmao santo sensato e querido veio a confirmar minha lectio.

Infelizmente, com uma possível vitória do PT, estaremos entrando mais diretamente do que agora no que está sendo chamado de "comunismo moderno". A par disso, todos os escândalos, distorçoes da verdade, mentiras deslavadas e manipulaçao de toda espécie constituem ameaça especial. Será que, daqui a alguns meses, poderemos estar escrevendo um e-mail tao aberto como esse? Será que nao apenas os valores da fé católica (como acontece hoje) como a própria fé nao estarao sendo perseguidos, questionados, despresados? Será que agora mesmo, nesse instante, o sigilo de meu e-mail pessoal nao está sendo rompido? Falo a vocês como uma pessoa, católica, que nao quer ser uma luz sob um alqueire. Nao falo como formadora ou como co-fundadora. Falo como católica que lê no Catecismo que todo aquele que promover o aborto ou colaborar com ele (e é esse o caso do voto dado ao PT) está automaticamente excomungado. Falo como católica que precisa levar o Evangelho com liberdade a todos os que nao conhecem Jesus. Falo como católica que crê ser o Evangelho e o Magistério a Verdade e a felicidade para todos. Como dizia o Evangelho desse domingo, ou Deus, ou o dinheiro. Nosso povo está esquecendo-se de Deus em nome do dinheiro, está idolatrando um pseudo bem-estar como se "ter um celular no bolso" fosse capaz de apagar todos os erros absurdos do governo e da candidata do governo. É interessante o que os artigos abaixo dizem sobre isso. Se você quiser saber mais, abra o "you-tube" e digite "Dilma". Seus olhos terao mais razoes para abrir-se e rezar, pedindo ao Deus dos Impossíveis, que faça um milagre em favor do Brasil.

Repito que falo como cidadã, como pessoa, como irmã. Deus nos abençoe a todos e nos livre de todo mal. Dinheiro, especialmente o ilusório, nao é tudo! Passo a vocês trecho de artigo da revista canadense.

Logo a seguir, Dirceu, que, ao convidar Dilma para substituí-lo na Casa Civil, chamou-a de "MInha companheira de armas".


"O purgatório brasileiro está prestes a começar. A triste verdade sobre as próximas eleições no Brasil é que não será decidida com base em princípios ou valores. Ninguém se importa se Dilma Roussef tenha assassinado ou roubado. É apenas o populismo na forma mais cruel. Ela é a senhora Lula. Os pobres se beneficiaram um pouco do fim da inflação, e se esqueceram que esta situação foi herdada por Lula.

O interessante é que o Partido dos Trabalhadores não é comunista nem o que auxilia os trabalhadores. IBGE, a principal instituição de estatística no Brasil, acaba de lançar a informação dando conta que o analfabetismo no Brasil aumentou, durante o reinado de Lula. O saneamento básico está no mesmo nível que era no momento da sua coroação. 50 mil brasileiros morrem mortes violentas, a maioria causados por armas e drogas contrabandeadas para o país pelos terroristas marxistas das FARC, os aliados de Lula. A próxima Copa do Mundo será no Rio de Janeiro.


FASCISMO

Esta é uma economia fascista, na sua mais pura definição. Mussolini estaria orgulhoso. É difícil para o povo a entender como o comunismo mudou a partir de uma utopia social para este fascismo na forma mais primata. O motivo é que eles mantêm a aparência sob o velho charme por causas culturais, como o aborto livre, o casamento gay, o globalismo, o radicalismo ecológico, etc. Assim como na China, dizem-lhe como viver sua vida particular.

Censura ou "controle da mídia" está na agenda de Dilma, da mesma forma como se encontra em pleno andamento na Argentina e Venezuela hoje em dia.

A privacidade fiscal de oponentes Dilma foi quebrada sem consequências. Os direitos fundamentais garantidos pela Constituição nada valem para o Partido dos Trabalhadores, e eles estão desafiando os direitos de propriedade. Um grupo de camponeses comunistas, todos financiados e liderados por agitadores profissionais, invadem fazendas, matam pessoas (como o fazem agora) e a questão será decidida por consulta popular, da comuna. Estamos sendo preparados para sermos peões do governo mundial. Prevejo tempos difíceis à frente para o Brasil. Dilma é incompetente e teimosa. A dívida pública do Brasil quase triplicou, e está prestes a explodir, devido às altas taxas de juros. O 'boom' da exportação de minerais e agro-commodities, que impulsionaram a popularidade de Lula, pode acabar a qualquer momento, especialmente se uma crise pesada atingir o dólar. O nível de tributação no Brasil é um dos mais altos do mundo, com 40,5%, e a burocracia, com 85 diferentes impostos na última contagem, é astronômica. Eles não serão mais capazes de aumentar os impostos para sustentar os vagabundos empregados do governo e a alta corrupção. Quando o governo quebrar, as ajudas sociais que apoiaram a popularidade de Lula estarão em risco. Sem o crescimento das exportações, haverá menos postos de trabalho, e é possível que nós venhamos a ter tumultos e protestos. As coisas têm sempre sido muito fáceis neste país, onde o alimento cresce até nas rachaduras na calçada. Talvez já esteja na hora de os brasileiros amadurecerem pelo sofrimento.

PS: O pai de Dilma era búlgaro. Ele fugiu de seu país porque ser um comunista ativista .Surpreendentemente no Brasil, era um capitalista e muito rico. Dilma teve uma vida burguesa muito previlegiada, vivendo em uma casa grande e estudando em escolas privadas. É sempre bom fazer parte da elite comunista."


O projeto petista

Rodrigo Constantino

O ex-ministro José Dirceu voltou à cena, fazendo um discurso no mínimo constrangedor para a campanha de Dilma, que tenta se manter estrategicamente afastada dele. Dirceu quis deixar claro que a vitória de Dilma nas eleições representaria a escolha popular do projeto do PT para o país. Segundo ele, a vitória de Dilma será ainda mais importante para o partido do que a de Lula, uma vez que o presidente seria "duas vezes maior" que o PT. Representantes do PMDB chegaram a se manifestar, lembrando que Dilma representa uma coligação, e não apenas o PT. Mas para o poderoso Dirceu, os eleitores estarão votando no projeto petista de governo. Resta perguntar: que projeto é esse? Afinal, o projeto enviado para o TSE pelo PT, contando com a rubrica de Dilma, era uma compilação dos sonhos autoritários dos petistas, na linha da "revolução bolivariana" feita por Chávez na Venezuela. O controle da imprensa, para dar um exemplo de fundamental importância, estaria na ordem do dia segundo este projeto. Como a própria Dilma não desmentiu nem rebateu as afirmações de Dirceu, e como este ainda parece apitar bastante dentro do partido, não temos porque duvidar de suas palavras. O recado está dado, e de forma um tanto clara. Os eleitores, pela ótica dos próprios petistas do alto escalão, estariam dando seu aval ao projeto autoritário de poder no dia 3 de outubro. Será que o povo está ciente disso? Não falo dos mais ignorantes que trocam seu voto por migalhas e promessas vazias, mas dos eleitores de maior escolaridade e renda que votam em Dilma. Eles não são poucos!

(Nao é demais lembrar que o Serra, em um encontro com eleitores pediu que levantasse a mão quem sabia o que era o escândalo da Casa Civil. Menos de 10 pessoas levantaram o braço! Realmente, é ter um celular e uma tv o que realmente importa: o velho e conhecido "Pão e Circo"!

Caso o PT seja bem-sucedido em seu projeto de poder, será difícil alegar surpresa. Quem tem acesso aos jornais, quem viu a fala de Dirceu, quem tem um mínimo de capacidade de compreensão dos fatos não poderá fingir que não sabia de nada depois, se caminharmos mais alguns longos passos em direção ao modelo venezuelano. Dirceu avisou. E Dirceu ainda é PT. Não custa lembrar, já que a memória do brasileiro costuma ser fraca, o que Dirceu disse no auge do escândalo do "mensalão", sobre sua relação com o presidente Lula: "Não faço nada que não seja de comum acordo e determinado por ele". E se o recado não estivesse cristalino ainda, Dirceu fez questão de dissipar quaisquer dúvidas: "Sou um soldado do partido e do governo". O simples fato de José Dirceu ainda ter a relevância que tem dentro do PT, e de fazer as articulações políticas para a campanha de Dilma, demonstra que ele falava a verdade na época. Não aparecer em público na campanha é apenas uma estratégia de marketing, uma vez que sua imagem ainda está arranhada perante o grande público - tanto que a oposição tem batido nesta tecla, lembrando que o eleitor vota em Dilma e leva Dirceu. Mas não existe confissão maior de culpa do PT como um todo no escândalo do "mensalão" do que a permanência de Dirceu na cúpula de poder do partido. O presidente Lula chegou a dizer que tinha sido traído na época; mas sabemos que não foi por Dirceu. Afinal, quem é traído e mantém o traidor por perto, repleto de poder? Somente aquele que não foi traído de verdade, mas sim cúmplice. Dirceu sabe demais. Ele é um "soldado" do partido, e fez tudo de "comum acordo" com o presidente Lula. O projeto petista é, portanto, aquele defendido por estas mesmas pessoas poderosas dentro do PT. O projeto é o mesmo que contou com o "mensalão" para comprar deputados e concentrar o poder político. O projeto é o mesmo que colocou Erenice Guerra, braço-direito de Dilma, no cargo poderoso que já foi de Dirceu. A explosão de novos escândalos que culminou na saída de Erenice do ministério, mas não do círculo de confiança de Dilma e Lula, representa apenas mais um capítulo desta novela proibida para menores de idade. O projeto petista, enfim, é um só e o mesmo de sempre: tomar o poder total de uma vez, calar a imprensa independente que ainda incomoda muito, e partir para a "revolução bolivariana" brasileira. Hugo Chávez sabe disso e aplaude abertamente o projeto, declarando seu regozijo com a quase certa vitória de Dilma. Seus eleitores não poderão, insisto, alegar desconhecimento dos fatos no futuro. É muito triste vivenciar uma época em que as futuras vítimas escolhem de bom grado o caminho da servidão. Resta apenas o consolo do filósofo Schopenhauer, cuja morte faz 150 anos dia 21 de setembro: "É preciso ser paciente, pois um homem de intelecção justa entre pessoas enganadas assemelha-se àquele cujo relógio funciona com precisão numa cidade na qual todos os relógios de torre fornecem a hora errada".

Nós, católicos, não podemos ser esses tolos!!!

Maria Emmir -
co-fundadora da Comunidade Shalom, sobre a questão política no Brasil, corajosa, sóbria e esclarecida.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

“PT 20 anos no poder” está propondo uma mobilização contra a Igreja Católica.

Um site petista-dilmista chamado “PT 20 anos no poder” está propondo uma mobilização contra a Igreja Católica.

E dá a receita:

“Precisamos salvar o Brasil do atraso, e fazer a defesa enfática de um Estado laico, que só será possível com a eleição de Dilma Rousseff.

A Igreja é que deve se submeter ao Estado, e não o contrário.
Este caminho já foi traçado pelo companheiro Hugo Chávez na Venezuela: depois de sofrer uma campanha sórdida como a que estamos sofrendo agora, decretou a laicidade do Estado, e agora é o governo venezuelano que controla sua própria Igreja.”

O texto expõe a sua noção de liberdade religiosa:

“Nós acreditamos na liberdade religiosa, desde que a fé não seja usado como instrumento de dominação da vontade do povo por parte do Vaticano, como vemos acontecer desde as Cruzadas. Pesquisem o histórico dos chamados sacerdotes que se opõem ao PT e tentam manipular a opinião pública contra nós.”

Nem Dom Paulo Evaristo Arns escapa:

“Está claro que D. Paulo já não tem mais a capacidade de liderar sua Igreja, e uma intervenção se mostra cada vez mais necessária.”

Íntegra da carta de Dom Bergonzini aos Bispos.

"Diante desses fatos, sou obrigado a enviar uma reclamação ao Papa Bento XVI."

Caríssimos irmãos,

Como é de conhecimento de todos, em 01.07.2010, iniciei uma campanha contra os candidatos favoráveis ao aborto, de todos os partidos, a qualquer cargo.

O PT - Partido dos Trabalhadores - é o principal articulador dessa ação no Brasil e, também, do "casamento" de homossexuais.

Desde 1991, vem tentando implantar o aborto, com o projeto de lei n. 1.135/91, dos então deputados do PT Sandra Starling e Eduardo Jorge. Os Congressos do PT aprovaram a liberação do aborto como programa do partido.

O projeto de lei 1935/91 foi derrotado na Comissão de Seguridade e Saúde por 33 a 0 e na Comissão de Constituição e Justiça, dor 57 a 4, na Câmara Federal.

O deputado do PT, José Genoino, demonstrando o ferrenho propósito de implantar o aborto, requereu a aprovação do projeto de lei 1935/91 diretamente pelo plenário, onde a bancada de deputados da "base aliada" do governo tem a maioria e pode ser aprovado a qualquer momento.

Projeto de Lei n.º 1.151/95, sobre o casamento civil entre homossexuais, foi apresentado por Marta Suplicy em 26 de outubro de 1995, quando ela ocupava a cadeira de deputada federal pelo PT.

Iara Bernardes, então deputada federal do PT, apresentou o projeto de lei 122/ 2006, que impede as pessoas e os religiosos de emitirem opinião sobre homossexuais, sob pena de prisão.

O meu comportamento é baseado em minha consciência e no Evangelho. E visa a discussão de valores com a sociedade. Seja qual for o resultado das eleições, filósofos, sociólogos, antropólogos, religiosos e a população já começaram a debater o que chamam de "agenda de valores".

O relativismo na sociedade e na Igreja Católica, sempre lembrado pelo Papa Bento XVI, também tem sido questionado: o meu sim é sim e o meu não é não.

Não estou me esquecendo dos problemas dos pobres. Para isso, no Brasil, há leis especiais que devem ser cumpridas por qualquer governante. Sem contar a ajuda voluntária dos católicos realizada em todas as paróquias, pelas várias pastorais.

Ocorre que, no dia 07.10.2010, tive uma grande surpresa. Dom Demétrio Valentini, da Diocese de Jales, publicou uma matéria de meia página, no jornal Diário de Guarulhos, editado em minha diocese, com uma acusação de crime eleitoral.

Um bispo acusando outro de crime, pela imprensa. É algo muito grave e inadmissível. Anteriormente, recebi uma carta anônima com velada ameaça à minha vida, que já está nas mãos da polícia.

Imaginava ter sido um destempero momentâneo do bispo de Jales. Enviei-lhe uma carta, com cópia ao presidente da CNBB-Regional Sul-1, Dom Nelson Westrupp, reclamando do fato e apontando a suspeita de o bispo de Jales estar atuando partidariamente.

A confirmação da atuação partidária de Dom Demétrio Valentini veio na revista Isto É, pg. 40, edição 2135, de 13.10.2010.

Nessa revista está escrito: " A exemplo do pastor Manoel Ferreira, dom Valentim é amigo de Lula, tem exercido papel fundamental no diálogo com os católicos."


Além disso, Dom Valentini insiste em que "esta situação precisa ser esclarecida e denunciada" dando a entender que existe qualquer interesse além do Evangelho."

Há igrejas evangélicas no Brasil, cujos pastores são a favor do aborto ou tem interesses políticos, que estão se posicionando partidariamente a favor da candidatura do PT.

Por essas circunstâncias, sou forçado a concluir que:

a) a matéria publicada no jornal de Guarulhos teve a mão do Partido dos Trabalhadores e visou me amedrontar;

b) a matéria visou, também, assustar os fiéis de minha diocese;

c) em âmbito nacional, visou assustar os Bispos e a comunidade cristã;

d) parece que há Bispos da Igreja Católica, no Brasil, que estão trocando o Evangelho do Senhor pela política partidária e por amizades pessoais.

O histórico do aborto, desde 1974, pode ser visto no link http://www.youtube.com/watch ?v=4cJZZzWysN4

Dom Aldo Pagotto lembra que situação semelhante à brasileira, com a destruição da moral e da ética, para implantação do comunismo na Itália, somente não aconteceu por conta da atuação do Papa. Dom Aldo historiou os fatos no vídeo postado no link http://www.youtube.com/watch?v=j2q2DI9RsUo

Como lembrou Dom Aldo, na época o Papa disse "Não podemos nos calar."

Nós, agora no Brasil, também não podemos nos calar. Vamos agir e orientar o povo para que não se deixe enganar pelos oportunismos de última hora.

Diante desses fatos, sou obrigado a enviar uma reclamação ao Papa Bento XVI, imediatamente, com toda a documentação, pedindo-lhe que tome as providências que julgar cabíveis e necessárias, para reorientar a Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil, inclusive me orientar, se eu estiver agindo em desconformidade com o Evangelho.

Quero deixar claro que nunca indiquei apoio a qualquer candidato, como agora não o faço. Estou sendo coerente com meu artigo "Daí a César o que é de César", publicado em 01/07/2010.

Estou comunicando, também, estes fatos todos os irmãos Bispos e Cardeais do Brasil, e a imprensa, através de replicação deste email. A carta a Dom Demétrio Valentim será publicada no site www.diocesedeguarulhos.org.br.

Não tenho intenção de polemizar, mas simplesmente de deixar clara a minha posição como Bispo, em defesa da Igreja, dos mandamentos de Deus.

Rogo a Deus Nosso Senhor e a Nossa Senhora de Aparecida, Padroeira do Brasil, que proteja a Igreja Católica e nos proteja a todos.

Guarulhos, 12 de outubro de 2010, dia da Mãe Aparecida.

Luiz Gonzaga Bergonzini
Bispo Diocesano de Guarulhos

Obs: Diante dos fatos não há como nos calar. Valoroso bispo, Dom Bergonzini tem todo meu apoio como católico e como cidadão, na qual a Constituição me dá direito da livre expressão. NÃO NOS CALEMOS DIANTE DESSA SITUAÇÃO QUE AFLINGE A TODOS NOS! Sua benção bispo e que Deus abençõe poderosamente nesta missão diante da sua vocação.


Descriminalização do aborto: Nilcéa Freire pede liberdade até 12ª semana de gravidez.

"O Poder Executivo fez a sua parte. Agora, cabe ao Congresso e à sociedade intensificar o debate”, afirma ministra da Secretaria Especial de Política para as Mulheres Evandro Éboli escreve para “O Globo”.

A ministra da Secretaria Especial de Política para as Mulheres, Nilcéa Freire, defendeu ontem, pela primeira vez desde o início da polêmica entre o Papa Bento XVI e autoridades do governo brasileiro, a descriminalização do aborto no país.

A ministra afirmou que a sua posição é a mesma que está na proposta enviada, em 2005, por uma comissão que envolveu Executivo, Legislativo e a sociedade civil.

O texto, que virou projeto de lei, propõe a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gravidez e, em qualquer período de gestação, quando implicar risco de vida à mulher ou em caso de má formação do feto. (Ai todas terão o direito de alegar "risco" quando quiser abortar, querem criar leis para legalização porque há vozes contrárias ao aborto, ai criam leis para que eu aceite o aborto por força, porque baseim-se em filosofia feminista, o nascituro não é prolongação do corpo da mulher e sim outra vida com direito a vida.)

A ministra defendeu o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que levantou essa questão ao propor plebiscito sobre o tema.

“O Poder Executivo fez a sua parte no processo. Agora, cabe ao Congresso e à sociedade intensificar o debate. Mas é preciso enfatizar que o mais importante hoje, e ao lado do ministro Temporão, é que se possa fazer um debate qualificado na sociedade”, disse Nilcéa.

O relatório citado pela ministra foi encaminhado pessoalmente por ela à Comissão de Seguridade Social da Câmara, em setembro de 2005, e causou muita polêmica à época. O documento foi aprovado na 1ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres. O governo não encampou a proposta, assumida pela então deputada Jandira Feghali. A ministra reagiu às declarações do Papa Bento XVI de que as mulheres deveriam receber ajuda estatal para se dedicar exclusivamente aos filhos e à família.

Ela criticou a declaração.

“Sinto-me compelida a dizer que Papa precisa olhar para o mundo real. No mundo real, as mulheres participam da economia de seus países, não só pelo desejo de autonomia, mas porque também o desenvolvimento econômico precisa do talento, da qualificação e da mão-de-obra feminina.”

(O Globo, 16/5) - http://www.ghente.org/clippings/clipping.php?Chave=2677

A SAGRADA VIRGINDADE.

Virgindade e castidade perfeita são o mais belo florão da Igreja

1. A sagrada virgindade e a perfeita castidade consagrada ao serviço de Deus contam-se sem dúvida entre os mais preciosos tesouros deixados como herança à Igreja pelo seu Fundador.

2. Por isso, os santos padres observam que a virgindade perpétua é um bem excelso nascido da religião cristã. Com razão notam que os pagãos da antigüidade não exigiram das vestais tal estado de vida senão por certo tempo; e mandando o Antigo Testamento conservar e praticar a virgindade, fazia-o só como exigência prévia do matrimônio (cf. Ex 22,16-17; Dt 22,23-29; Eclo 42,9); além disso, como escreve santo Ambrósio;

"Lemos de fato que havia virgens no templo de Jerusalém. Mas que diz delas o apóstolo? 'Todas estas coisas lhes aconteciam em figura' (1Cor 10,11), para serem indícios dos tempos futuros".

3. De fato, desde os tempos apostólicos viceja e floresce esta virtude no jardim da Igreja. Quando nos Atos dos Apóstolos (At 21,9) se diz que as quatro filhas do diácono Filipe eram virgens, a expressão significa certamente bem mais um estado de vida do que a idade juvenil. E pouco depois, santo Inácio de Antioquia, saudando-as, nomeia as virgens que então, juntamente com as viúvas, constituíam parte importante entre os cristãos da comunidade de Esmirna. No século II, como testemunha são Justino, "muitos homens e mulheres, de sessenta e setenta anos, educados desde a infância na doutrina de Cristo, mantêm perfeita integridade". Pouco a pouco, cresceu o número dos que consagravam a Deus a castidade; e ao mesmo tempo aumentou consideravelmente a importância deles na Igreja, como expusemos na nossa Constituição Apostólica Sponsa Christi.

4. Também os santos padres - como são Cipriano, santo Atanásio, santo Ambrósio, são João Crisóstomo, são Jerônimo, santo Agostinho e muitos outros -, escrevendo sobre a virgindade, lhe dedicaram os maiores louvores. Ora, esta doutrina dos santos padres, desenvolvida no correr dos séculos pelos doutores da Igreja e pelos mestres da ascética cristã, contribui muito para suscitar ou confirmar nos cristãos de ambos os sexos o propósito firme de se consagrarem a Deus em perfeita castidade e de perseverarem nela até à morte.

A virgindade floresceu entre os féis de todas as condições

5. Não se pode contar a multidão daqueles que, desde os começos da Igreja até aos nossos tempos, dedicaram a sua castidade a Deus, uns conservando ilibada a própria virgindade, outros consagrando-lhe para sempre a viuvez, outros finalmente escolhendo, em penitência dos seus pecados, uma vida perfeitamente casta; todos esses, porém, propuseram abster-se para sempre dos deleites da carne por amor de Deus. A doutrina dos santos padres sobre a grandeza e o mérito da virgindade seja incitamento e forte sustentáculo para todas essas almas, a fim de perseverarem no sacrifício oferecido e não retomarem para si nem a mínima parte do holocausto já colocado sobre o altar de Deus.

6. A castidade perfeita é a matéria de um dos três votos constitutivos do estado religioso e exigida aos clérigos da Igreja latina para as ordens maiores e também aos membros dos institutos seculares. Mas é igualmente praticada por grande número de simples leigos: homens e mulheres há que, sem viverem em estado público de perfeição, fizeram o propósito ou mesmo o voto privado de se abster completamente do matrimônio e dos prazeres da carne para mais livremente servir ao próximo, e mais fácil e intimamente se unirem com Deus.

7. Dirigimo-nos com coração paterno a todos e cada um desses muito amados filhos e filhas, que de algum modo consagraram a Deus corpo e alma, e exortamo-los vivamente a confirmarem sua santa resolução e a pô-la em prática com diligência.

8. Não falta contudo quem, saindo do bom caminho, nos dias de hoje exalte o matrimônio a ponto de o colocar praticamente acima da virgindade, depreciando conseqüentemente a castidade consagrada a Deus e o celibato eclesiástico. Por isso nos pede agora a consciência do nosso cargo apostólico que declaremos e defendamos a doutrina da excelência da virgindade, para acautelarmos de tais erros a verdade católica.

I - A DOUTRINA SOBRE A VIRGINDADE

9. Antes de mais, é preciso notarmos que o essencial da doutrina sobre a virgindade o recebeu a Igreja dos próprios lábios do seu divino Esposo.

10. Pareceram aos discípulos muito pesados os vínculos e encargos do matrimônio, que manifestara o divino Mestre, e disseram-lhe: "Se tal é a condição do homem a respeito de sua mulher, não convém casar" (Mt 19,10). Respondeu-lhes Jesus Cristo que nem todos compreendem tal linguagem, mas só aqueles a quem isso é concedido, porque, se alguns são de nascença ou pela violência e malícia dos homens incapazes de se casar, outros há pelo contrário que por espontânea vontade se abstêm do matrimônio "por amor do reino dos céus"; e conclui dizendo: "Quem pode compreender, compreenda" (Mt 19,11-12).

11. Com essas palavras o divino Mestre não trata dos impedimentos físicos do casamento, mas da resolução livre e voluntária de quem, para sempre, renuncia às núpcias e aos prazeres da carne. Pois, ao comparar os que fazem renúncia espontânea com aqueles que se vêem impedidos ou pela natureza ou pela violência dos homens, não é verdade que o divino Redentor nos ensina que a castidade, para ser perfeita, deve ser perpétua?

O que é a virgindade cristã no ensino dos padres e doutores

12. Daqui se segue - como os santos padres e os doutores da Igreja claramente ensinaram - que a virgindade não é virtude cristã se não é praticada "por amor do reino dos céus" (Mt 19,12); isto é, para mais facilmente nos entregarmos às coisas divinas, para mais seguramente alcançarmos a bem-aventurança, e para mais livre e eficazmente podermos levar os outros para o reino dos céus.

13. Não podem, portanto, reivindicar o título de virgens as pessoas que se abstêm do matrimônio por puro egoísmo, ou para evitarem seus encargos, como nota santo Agostinho, ou ainda por amor farisaico e orgulhoso da própria integridade corporal: já o concílio de Gangres condena a virgem e o continente que se afastam do matrimônio por o considerarem coisa abominável, e não por se moverem pela beleza e santidade da virgindade.

14. Além disso, o apóstolo das gentes, inspirado pelo Espírito Santo, observa: "Quem está sem mulher, está cuidadoso das coisas que são do Senhor, como há de agradar a Deus... E a mulher solteira e virgem cuida das coisas que são do Senhor, para ser santa de corpo e de espírito" (1Cor 7,32.34). É essa, portanto, a finalidade primordial e a razão principal da virgindade cristã: encaminhar-se apenas para as coisas de Deus e orientar, para ele só, o espírito e o coração; querer agradar a Deus em tudo; concentrar nele o pensamento e consagrar-lhe inteiramente o corpo e a alma.

15. Nunca deixaram os santos padres de interpretar desse modo a lição de Jesus Cristo e a doutrina do apóstolo das gentes: pois, desde os primitivos tempos da Igreja, consideravam a virgindade como consagração do corpo e da alma a Deus. São Cipriano pede às virgens que, "tendo-se consagrado a Cristo pela renúncia à concupiscência da carne e tendo-se dedicado a Deus de alma e corpo, não procurem agora adornar-se nem pretendam agradar a ninguém senão a Deus". E mais longe vai ainda santo Agostinho: "Não honramos a virgindade por si mesma, mas por estar consagrada a Deus... Nem nós louvamos nas virgens o serem virgens, mas o estarem consagradas a Deus com piedosa continência". Os príncipes da sagrada teologia, santo Tomás de Aquino e são Boaventura, apóiam-se na autoridade de santo Agostinho para ensinarem que a virgindade não possui a firmeza de virtude se não deriva do voto de a conservar ilibada perpetuamente. E, sem dúvida, os que mais plena e perfeitamente põem em prática a lição de Cristo neste particular são os que se obrigam com voto perpétuo a observar a continência; nem se pode afirmar com fundamento que é melhor e mais perfeita a condição dos que desejam conservar uma porta aberta, para voltarem atrás.

Só a caridade inspira e anima a virgindade cristã...

16. Esse vínculo de perfeita castidade consideraram-no os santos padres como uma espécie de matrimônio espiritual da alma com Cristo; e, por isso, chegaram alguns a comparar com o adultério a violação dessa promessa de fidelidade. Santo Atanásio escreve que a Igreja católica costuma chamar esposas de Cristo às virgens. E santo Ambrósio diz expressamente da alma consagrada: "É virgem quem possui a Deus como esposo". Mais ainda, vê-se pelos escritos do mesmo doutor de Milão, que, já no quarto século, o rito da consagração das virgens era muito semelhante ao que a Igreja usa ainda hoje na bênção matrimonial.

17. Por isso os santos padres exortam as virgens a amarem com mais ardor o seu divino Esposo do que amariam os próprios maridos, e a conformarem, a todo o momento, pensamentos e atos com a vontade dele. Recomenda santo Agostinho: "Amai com todo o coração o mais belo dos filhos dos homens: bem o podeis, porque o vosso coração está livre dos vínculos do casamento... Se tivésseis maridos, estaríeis obrigadas a ter-lhes grande amor; quanto mais não estais obrigadas a amar aquele por cujo amor não quisestes ter maridos? Esteja fixo no vosso coração inteiro aquele que por vós está fixo na cruz".Tais são aliás os sentimentos e as resoluções que a própria Igreja exige das virgens no dia da consagração, convidando-as a pronunciar estas palavras rituais: "O reino do mundo e toda a sedução do século desprezei-os por amor de nosso Senhor Jesus Cristo, que eu vi, que eu amei, em quem confiei, a quem preferi". É portanto o amor, e só o amor, que leva suavemente a virgem a consagrar completamente o corpo e a alma ao divino Redentor, segundo o pensamento que são Metódio, bispo de Olimpo, atribui tão belamente a uma delas: "Tu, Cristo, és tudo para mim. É para ti que me conservo casta, e com a lâmpada acesa vou ao teu encontro, ó meu Esposo". Sim, é o amor de Cristo que persuade a virgem a encerrar-se para sempre nos muros dum mosteiro, afim de contemplar e amar, mais fácil e livremente, o celeste Esposo; e é ele ainda que a leva a praticar, com todas as forças, até à morte, as obras de misericórdia para o bem do próximo.

18. Acerca dos homens "que não se contaminaram com mulheres, pois são virgens" (Ap 14,4), afirma o apóstolo são João: "Estes seguem o Cordeiro para onde quer que ele vá" (Ib.). Meditemos o conselho que lhes dá santo Agostinho: "Segui o Cordeiro, porque também a sua carne é virgem... Com razão o seguis, em virgindade de coração e de carne, para onde quer que ele vá. Afinal, que é seguir senão imitar? Na verdade Cristo sofreu por nós deixando-nos exemplo, como diz o apóstolo são Pedro, 'para seguirmos as suas pisadas'" (1Pd 2,21). De fato, todos esses discípulos e esposas de Cristo abraçaram o estado de virgindade, como diz são Boaventura, "para se conformarem com Cristo, seu esposo, a quem o mesmo estado torna as virgens semelhantes". Para o amor ardente que têm a Cristo não podiam bastar os laços do afeto; era absolutamente necessário que esse mesmo amor se mostrasse pela imitação das virtudes, que nele brilham, e de modo especial pela conformidade com a sua vida, toda dedicada à salvação do gênero humano. Se os sacerdotes, os religiosos e as religiosas, se todos os que de um modo ou do outro se consagraram ao serviço de Deus observam a castidade perfeita, é afinal porque o divino Mestre foi virgem até à morte. Assim se exprime são Fulgêncio: "É este o Filho unigênito de Deus, e também filho unigênito da Virgem, esposo único de todas as virgens consagradas, fruto, ornamento e prêmio da santa virgindade; dado à luz corporalmente pela santa virgindade, e à santa virgindade unido espiritualmente; ele torna fecunda a santa virgindade sem lhe destruir a integridade, adorna-a de permanente beleza e coroa-a de glória no reino eterno".

...para servir a Deus mais livre e facilmente

19. Julgamos oportuno, veneráveis irmãos, mostrar agora mais exatamente por que motivo o amor de Cristo leva as almas generosas a renunciarem ao matrimônio, e quais são os laços misteriosos que existem entre a virgindade e a perfeição da caridade cristã. Já as palavras de Jesus Cristo, que mencionamos acima, davam a entender que a perfeita abstenção do matrimônio liberta os homens dos pesados encargos e deveres deste.

Inspirado pelo Espírito Santo, o apóstolo das gentes dá o motivo desta libertação: "Quero que vivais sem inquietação... O que está casado está cuidadoso das coisas que são do mundo, como há de agradar a sua mulher, e está dividido" (lCor 7,3233). Note-se porém que o Apóstolo não repreende os maridos por estarem cuidadosos das esposas, nem as esposas por procurarem agradar aos maridos; mas nota que estão divididos os corações entre o amor do cônjuge e o amor de Deus, e que estão demasiado absorvidos pelos cuidados e obrigações da vida conjugal para poderem entregar-se facilmente à meditação das coisas divinas.

Porque o dever do casamento prescreve claramente: "Serão dois numa só carne" (Gn 2,24; cf. Mt 19,5). Os esposos estão ligados um ao outro tanto na infelicidade como na felicidade (cf.lCor 7,39). Compreende-se portanto por que é que as pessoas, que desejam dedicar-se ao divino serviço, abraçam o estado de virgindade como libertação, quer dizer, para poderem mais inteiramente servir a Deus e contribuir com todas as forças para o bem do próximo.

Por exemplo, o admirável missionário são Francisco Xavier, o misericordioso pai dos pobres são Vicente de Paulo, o zelosíssimo educador da juventude são João Bosco, e a incansável "mãe dos emigrantes" santa Francisca Xavier Cabrim, como poderiam eles suportar tantos incômodos e trabalhos, se tivessem de prover às necessidades corporais e espirituais dos filhos, e da mulher ou do marido?

Facilita a elevação da vida espiritual e fecunda o apostolado

20. Mas há ainda outra razão para abraçarem o estado de virgindade todos os que se querem dedicar completamente a Deus e à salvação do próximo. Os santos padres enumeram todas as vantagens, para o progresso na vida espiritual, de uma completa renúncia aos prazeres da carne. Sem dúvida - como eles claramente fizeram notar - tal prazer, legítimo no casamento, não é repreensível em si mesmo; pelo contrário, o uso casto do casamento está nobilitado e santificado por um sacramento. Todavia, tem de se reconhecer igualmente que as faculdades inferiores da natureza humana, em conseqüência da queda do nosso primeiro pai, resistem à reta razão e algumas vezes até levam o homem a cometer atos desonestos. Como escreve o Doutor Angélico, o uso do matrimônio "impede a alma de se entregar completamente ao divino serviço".

21. Para os ministros sagrados conseguirem essa liberdade espiritual de corpo e alma, e para não se embaraçarem com negócios terrenos, a Igreja latina exige-lhes que se obriguem voluntariamente à castidade perfeita. "Se tal lei - afirma nosso predecessor de imortal memória Pio XI - não obriga de todo os ministros da Igreja oriental, também entre eles o celibato eclesiástico é honrado e em certos casos - sobretudo quando se trata dos mais altos graus da hierarquia - é condição necessária e obrigatória".

22. Deve notar-se, além disso, que não é apenas por causa do ministério apostólico que os sacerdotes renunciam completamente ao matrimônio. É também porque são ministros do altar. Pois, se já os sacerdotes doAntigo Testamento se abstinham do uso do matrimônio enquanto serviam no templo, com receio de serem declarados impuros pela Lei, como o resto dos homens (cf. Lv 15,16-17; 22,4;1Sm 21,5-7), com quanto mais razão não convém que os ministros de Jesus Cristo, que todos os dias oferecem o sacrifício eucarístico, se distingam pela castidade perpétua? São Pedro Damião exorta os sacerdotes à castidade perfeita com esta pergunta: "Se o nosso Redentor amou tanto a flor duma pureza intacta, que não só quis nascer dum ventre virginal, mas quis também ser entregue aos cuidados dum guarda virgem, e isso, quando ainda criança vagia no berço, dizei-me: A quem quererá ele confiar o seu corpo, agora que reina na imensidão dos céus"?

Sua excelência sobre o matrimônio

23. É sobretudo por esse motivo que se deve afirmar como ensina a Igreja - que a santa virgindade é mais excelente que o matrimônio. Já o divino Redentor a aconselhara aos discípulos como vida mais perfeita (cf. Mt 19,10-11); e são Paulo, depois de dizer que o pai que dá em casamento a filha "faz bem", acrescenta logo a seguir: "E quem não a casa, faz melhor ainda" (1Cor 7,38).

Ao comparar as núpcias com a virgindade, manifesta o Apóstolo mais de uma vez o seu pensamento, sobretudo ao dizer:

"Eu queria que todos vós fôsseis como eu... Digo aos não casados e às viúvas que lhes é bom permanecerem assim, como também eu" (1Cor 7,7-8; cf. l e 26).

Se portanto a virgindade, como dissemos, é mais excelente que o matrimônio, isso vem em primeiro lugar de ela ter um fim mais alto: contribui com a maior eficácia para nos dedicarmos completamente ao divino serviço, enquanto o coração das pessoas casadas sempre estará mais ou menos "dividido" (cf.1Cor 7,33).

24. Considerando, porém, a abundância dos frutos que dela nascem, mais clara aparecerá ainda a excelência da virgindade "pois pelo fruto se conhece a árvore" (Mt 12,33).

Multidões de virgens foram sempre a honra e a glória da Igreja

25. Não podemos deixar de sentir profunda alegria ao pensarmos na inúmera falange das virgens e dos apóstolos que, desde os primeiros séculos da Igreja até aos nossos tempos, renunciaram ao casamento para mais fácil e inteiramente se dedicarem à salvação do próximo por amor de Cristo, e assim realizaram admiráveis obras de religião e caridade. De modo nenhum queremos diminuir os méritos dos militantes da Ação católica nem os frutos do seu apostolado: podem muitas vezes atingir almas de que não se poderiam aproximar os sacerdotes, os religiosos ou as religiosas. Todavia, é às pessoas consagradas que se deve sem, dúvida, atribuir a maioria das obras de caridade. Com ânimo generoso, acompanham e endereçam a vida dos homens de todas as idades e condições; e quando esses religiosos ou religiosas desfalecem com a idade ou as doenças, como herança passam a outros o múnus sagrado. Não raro é o recém-nascido agasalhado por mãos virginais, sem nada lhe faltar dos cuidados que nem a mãe lhe poderia prestar com maior amor; e se já chegou ao uso da razão, é confiado a educadores que o formam cristãmente e, ao mesmo tempo, o instruem e lhe modelam o caráter; se está doente, encontrará sempre enfermeiros ou enfermeiras que, por amor de Cristo, o tratem com dedicação incansável; se fica órfão, se vem a cair na miséria material ou moral, ou se é lançado numa prisão, não ficará abandonado: esses sacerdotes, esses religiosos ou religiosas reconhecerão nele um membro padecente de Cristo e lembrar-se-ão das palavras do divino Redentor: "Tive fome, e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino, e me recolhestes; nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; estava no cárcere e fostes visitar-me... Na verdade vos digo que todas as vezes que vós fizestes isso a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes" (Mt 25,35-36.40). Quem poderá nunca louvar devidamente os missionários que se dedicam, no meio das maiores fadigas e longe da pátria, à conversão de multidões de infiéis? Que dizer finalmente das esposas de Cristo, que lhes prestam tão preciosos serviços? A todos e cada um desses aplicamos de coração o que escrevemos na exortação apostólica Menti Nostrae: "...Por esta lei do celibato, muito longe de perder inteiramente a paternidade, o sacerdote aumenta-a imensamente, porque não gera família para a vida terrena e caduca, mas para a vida celeste que há de permanecer perpetuamente".

26. Todavia a virgindade não é só fecunda pelas obras exteriores, às quais permite uma dedicação mais pronta e mais completa, mas também por formas de caridade perfeita com o próximo, como a oração por intenção dele e os graves sacrifícios por ele suportados da melhor vontade. A essa missão consagraram toda a sua vida, de modo especial, aqueles servos e esposas de Cristo que vivem nos claustros.

27. Enfim, a virgindade consagrada a Cristo constitui, por si mesma, tal testemunho de fé no reino dos Céus e tal prova de amor ao divino Redentor, que não é de admirar dê frutos tão abundantes de santidade. Inumeráveis são as virgens e os apóstolos que professam a castidade perfeita; constituem a honra da Igreja pela excelsa santidade da sua vida. De fato, a virgindade dá às almas força espiritual capaz de as levar até ao martírio: é a lição manifesta da história, que propõe à admiração de todos grande multidão de virgens, desde santa Inês até santa Maria Goretti.

A "virtude angélica" atesta o amor ardente da Igreja por seu divino Esposo

28. A virgindade merece bem o nome de virtude angélica. São Cipriano lembra-o com razão às virgens: "O que nós havemos de ser todos, já vós o começastes a ser. Possuis já neste mundo a glória da ressurreição; vós passais através do mundo sem as manchas do mundo. Enquanto perseverais castas e virgens, sois iguais aos anjos de Deus". A alma sequiosa de vida pura e abrasada pelo desejo de possuir o reino dos Céus, oferece a virgindade "como uma pérola preciosa", por amor da qual a alma "vende tudo o que tem e a compra" (Mt 13,46). Às pessoas casadas e mesmo aos que se revolvem no lodo do vício, a presença das virgens revela muitas vezes o esplendor da pureza e inspira o desejo de vencer os prazeres dos sentidos. Se santo Tomás pôde afirmar "que se atribui à virgindade a mais alta beleza", foi porque sem dúvida o exemplo da virgindade é atraente. Pela castidade perfeita, não dão todos esses homens e mulheres a prova mais brilhante de que o domínio do espírito sobre o corpo é efeito da ajuda divina e sinal de sólida virtude?

29. Apraz-nos considerar especialmente que o fruto mais suave da virgindade está em as virgens manifestarem, só pela sua existência, a virgindade perfeita da mãe delas, a Igreja, e a santidade da união íntima que têm com Cristo. No rito da consagração das virgens, o bispo pede a Deus "que haja almas mais elevadas a quem não seduza o atrativo das relações carnais, mas aspirem ao mistério que elas representam, não imitando o que se pratica no matrimônio, mas amando o que ele significa".

30. A maior glória das virgens está em serem elas imagens vivas da perfeita integridade que une a Igreja com o seu Esposo divino; e esta sociedade fundada por Cristo alegra-se o mais possível ao ver que as virgens são o sinal maravilhoso da sua santidade e da sua fecundidade espiritual, como escreve tão bem são Cipriano: "São flor nascida da Igreja, beleza e esplendor da graça espiritual, alegria da natureza, obra perfeita e merecedora de toda a honra e louvor, imagem em que se reflete a santidade do Senhor, a mais ilustre porção do rebanho de Cristo. Compraz-se nelas a Igreja e nelas floresce exuberante a sua gloriosa fecundidade; de modo que, quanto mais aumenta o número de virgens, tanto mais cresce a alegria da mãe".

II - REFUTAÇÃO DOS ERROS OPOSTOS
À VIRGINDADE E AO CELIBATO

31. Esta doutrina da excelência da virgindade e do celibato, e da superioridade de ambos em relação ao matrimônio, tinha sido declarada, como dissemos, pelo divino Redentor e pelo apóstolo das gentes; do mesmo modo foi também definida solenemente no concílio Tridentinocomo dogma de fé, e comentada sempre unanimemente pelos santos padres e doutores da Igreja. Além disso, os nossos predecessores e nós próprio a explicamos muitas vezes e recomendamos insistentemente. Mas, perante recentes ataques a esta doutrina tradicional da Igreja, e por causa do perigo que eles constituem e do mal que produzem entre os fiéis, somos levado pelo dever do nosso cargo a desmascarar nesta encíclica e a reprovar de novo esses erros, tantas vezes propostos sob aparências de verdade.

A castidade não é nociva ao organismo humano

32. Primeiramente, apartam-se do senso comum, a que a Igreja sempre atendeu, aqueles que vêem no instinto sexual a mais importante e mais profunda das tendências humanas, e concluem daí que o homem não o pode coibir durante toda a sua vida sem perigo para o organismo e sem prejuízo do equilíbrio da sua personalidade.

33. Ora, segundo a acertada observação de santo Tomás, a mais profunda das inclinações naturais é o instinto da conservação: o instinto sexual não vem senão em segundo lugar. Além disso, compete à razão, privilégio singular da nossa natureza, regular essas tendências e instintos profundos e, por meio da direção que lhes dá, enobrecê-los.

34. Infelizmente, depois do pecado de Adão, as faculdades e as paixões do corpo, estando alteradas, não só procuram dominar os sentidos mas até o espírito, obscurecendo a razão e enfraquecendo a vontade. Mas é-nos dada a graça de Cristo, especialmente nos sacramentos, para nos ajudar a manter o nosso corpo em servidão e a viver do espírito (cf. Gl 5,25;1Cor 9,27). A virtude da castidade não exige de nós que nos tornemos insensíveis ao estímulo da concupiscência, mas que o subordinemos à razão e à lei da graça, esforçando-nos, segundo as próprias forças, por seguir o que é mais perfeito na vida humana e cristã.

35. Para conseguir, porém, o domínio perfeito do espírito sobre a vida dos sentidos, não basta abstermo-nos apenas dos atos diretamente contrários à castidade, mas é absolutamente necessário renunciar com generosidade a tudo o que ofende de perto ou de longe esta virtude: poderá então o espírito reinar plenamente no corpo e ver a sua vida espiritual em paz e liberdade. Quem não verá, à luz dos princípios católicos, que a castidade perfeita e a virgindade, bem longe de prejudicarem o desenvolvimento normal do homem e da mulher, os elevam pelo contrário à mais alta nobreza moral?

A santificação não é mais fácil no matrimônio que na virgindade

36. Reprovamos recentemente com tristeza a opinião que apresenta o casamento como meio único de garantir à personalidade humana o seu desenvolvimento e a sua perfeição natural. Alguns afirmam, de fato, que a graça, comunicada ex opere operato pelo sacramento do matrimônio, santifica o uso do casamento a ponto de o tornar instrumento mais eficaz que a mesma virgindade para unir as almas a Deus, porque o casamento cristão é um sacramento, mas não o é a virgindade. Nós declaramos porém essa doutrina falsa e nociva. Sem dúvida, o sacramento concede aos esposos a graça de cumprirem santamente o dever conjugal e reforça os laços do afeto recíproco que os une; mas não foi instituído para fazer do uso do matrimônio o meio mais apto, em si, para unir com o próprio Deus a alma dos esposos pelos laços da caridade. Quando o apóstolo são Paulo reconhece aos esposos o direito de se absterem algum tempo do uso do casamento para se entregarem a oração (cf. l Cor 7,5), não é exatamente porque tal renúncia torna a alma mais livre para se dar às coisas divinas e orar?

37. Finalmente, não se pode afirmar, como fazem alguns, que "a ajuda mútua", que os esposos procuram no matrimônio cristão, é ajuda mais perfeita para conseguir a santidade do que a apregoada solidão do coração das virgens e dos continentes. Pois, não obstante a renúncia a tal amor humano, não se pode dizer que as pessoas, que abraçam o estado de perfeita castidade, empobrecem por isso mesmo a sua personalidade humana. De fato, recebem do próprio Deus um socorro espiritual muito superior à "mútua ajuda" prestada pelos cônjuges entre si. Dedicando-se completamente àquele que é seu princípio e lhes dá a participação da sua vida divina, longe de se diminuírem a si mesmos, só se engrandecem o mais possível. Quem, com mais verdade que os virgens, pode aplicar a si aquelas admiráveis palavras do apóstolo são Paulo: "Vivo, já não eu, mas é Cristo que vive em mim"? (Gl 2,20).

38. Por esse motivo, a Igreja mantém sapientissimamente o celibato dos padres; sabe que ele é e há de ser fonte de graças espirituais e de união com Deus, cada vez mais íntima.

O apostolado não é mais eficaz no matrimônio do que na virgindade

39. Parece-nos útil dizer também alguma coisa dos que apartam a juventude dos seminários e institutos religiosos, esforçando-se por incutir a idéia de que hoje a Igreja tem maior necessidade do auxílio e da profissão da vida cristã dos casados, vivendo no século como os demais, do que dos sacerdotes e das religiosas, que por assim dizer se separaram do mundo pelo voto de castidade. Semelhante idéia, veneráveis irmãos, é completamente falsa e muito perniciosa.

40. Não é certamente intenção nossa negar a fecundidade do testemunho que os esposos católicos podem dar, com o exemplo da vida e a eficácia da virtude, em todos os lugares e circunstâncias. Mas invocar esse motivo para aconselhar que se prega o matrimônio à consagração total a Deus é inverter e transtornar a reta ordem das coisas. Muito desejamos, veneráveis irmãos, que não só se ensinem a tempo aos já casados ou aos noivos os deveres de pais e mães, mas que se esclareçam também sobre o testemunho que devem dar aos outros da sua fé e do exemplo das suas virtudes. Mas, como o exige a consciência do nosso dever, não podemos deixar de reprovar em absoluto os maus conselheiros, que apartam jovens de entrarem nos seminários ou na vida religiosa, sob o pretexto que farão maior bem como pais ou mães de família, professando a vida cristã publicamente à vista de todos. Melhor fariam tais conselheiros exortando as inúmeras pessoas casadas a cooperarem nas obras de apostolado, do que teimando em apartar da virgindade os poucos jovens que desejam consagrar-se ao divino serviço. A esse propósito lembra santo Ambrósio: "Sempre foi próprio da graça sacerdotal lançar a semente da integridade e excitar o amor da virgindade".

41. Também julgamos dever notar que é completamente falso dizer que as pessoas que professam castidade perfeita, deixam, em certo modo, de pertencer à comunidade humana. As religiosas que dedicam a vida toda a servir os pobres e os doentes, sem distinção de raça, de categoria social ou religião, acaso não se associam intimamente a essas desgraças e dores, e porventura não se compadecem delas como se fossem verdadeiras mães? E o sacerdote não é o bom pastor, que, a exemplo do divino mestre, conhece as suas ovelhas e as chama pelos seus nomes? (cf. Jo 10,14;10,3). Ora foi exatamente a castidade perfeita que permitiu que esses sacerdotes e religiosos, e essas religiosas, pudessem se dedicar a todos e amar a todos por amor de Cristo. E também os contemplativos e contemplativas, oferecendo a Deus as suas orações e a sua própria imolação pela salvação do próximo, contribuem muito para o bem da Igreja; mais ainda: como nas circunstâncias presentes se dão ao apostolado e às obras de caridade, segundo as normas estabelecidas pela nossa carta apostólica Sponsa Christi, merecem todo o louvor por este novo motivo; nem podem ser considerados como estranhos à sociedade humana, pois trabalham desses dois modos para o bem espiritual dela.

III - CONSEQÜÊNCIA PRÁTICA DA DOUTRINA SOBRE A EXCELÊNCIA DA VIRGINDADE.

42. Passemos, veneráveis irmãos, às conseqüências práticas desta doutrina da Igreja sabre a excelência da virgindade.

43. Primeiramente, deve-se conceder sem rodeios que, por ser a virgindade mais perfeita que o matrimônio, não se segue que seja necessária para alcançar a perfeição cristã. Pode-se chegar a ser santo mesmo sem fazer voto de castidade, como o provam numerosos santos e santas, que a Igreja honra com culto público, os quais foram fiéis esposos e deram exemplo de excelentes pais ou mães de família; além disso, não raro se encontram pessoas casadas que buscam com todo o empenho a perfeição cristã. A castidade é conseqüência duma escolha livre e prudente

44. Também se há de notar que Deus não impõe a todos os cristãos a virgindade, como ensina o apóstolo são Paulo: "Quanto às virgens, não tenho mandamento do Senhor, mas dou conselho" (lCor 7,25). Portanto, é só conselho a castidade perfeita: conduz com maior certeza e facilidade à perfeição evangélica e ao reino dos céus "àqueles a quem isto foi concedido" (Mt 19,11); por isso, como bem adverte santo Ambrósio, a castidade "não se impõe, mas propõe-se".

45. Por essa razão, a castidade perfeita exige, da parte dos cristãos, que a escolham livremente, antes de se oferecerem totalmente a Deus; e, da parte de Deus, que ele comunique o seu dom e a sua graça (cf.1Cor 7,7). Já o próprio divino Redentor prevenira: "Nem todos compreendem esta palavra, mas aqueles a quem isto foi concedido... Quem pode compreender, compreenda" (Mt 19,11.12).

São Jerônimo, considerando atentamente essa sentença de Jesus Cristo, exorta "a que examine cada um as suas forças, para ver se poderá cumprir os preceitos da virgindade e da pureza. Em si, a castidade é agradável e atrai a todos. Mas há que se medir as forças, de modo que compreenda quem puder compreender. É a voz do Senhor a exortar, por assim dizer, e a animar os seus soldados para conquistarem o prêmio da pureza. Quem pode compreender, compreenda; quem pode lutar, lute, vença e triunfe".

A castidade é uma virtude difícil...

46. A virgindade é virtude difícil: para a abraçar, não se requer apenas o propósito firme e expresso de renunciar completa e perpetuamente aos prazeres legítimos do matrimônio; é preciso também dominar e acalmar, com vigilância e combate constantes, as revoltas da carne e as paixões do coração, fugir das solicitações do mundo e vencer as tentações do demônio. Com muita razão dizia são João Crisóstomo:

"A raiz e o fruto da virgindade é a vida crucificada" Porque a virgindade, segundo santo Ambrósio, é como um sacrifício, e a virgem é "a hóstia do pudor, a vítima da castidade".

São Metódio de Olimpo chega até a comparar as virgens aos mártires , e são Gregório Magno ensina que a castidade perfeita supre o martírio:

"Mesmo tendo passado o tempo da perseguição, a nossa paz tem, ainda assim, o seu martírio; porque, mesmo se já não metemos o pescoço debaixo do ferro, no entanto matamos com uma espada espiritual os desejos carnais da nossa alma". A castidade consagrada a Deus exige, portanto, almas fortes e nobres, prontas para o combate e para a vitória "por amor do reino dos céus" (Mt 19,12).

47. Por conseguinte, antes de entrarem neste caminho estreito, todos os que por experiência sabem que são demasiado fracos nesta matéria devem escutar humildemente a advertência do apóstolo são Paulo: "Se não se contêm, casem-se. Porque é melhor casar-se do que abrasar-se" (1Cor 7,9). Para muitos, com efeito, a continência perpétua seria uma carga pesada demais para lhes ser aconselhada. Do mesmo modo, os sacerdotes encarregados da direção de jovens, que julgam possuir vocação sacerdotal ou religiosa têm o grave dever em consciência de os exortar a estudá-la com cuidado e de não os deixar entrar por um caminho em que não poderiam esperar chegar ao fim com decisão e eficácia. Examinem-lhes prudentemente as aptidões e ouçam o parecer dos peritos sempre que convenha; e, se subsiste ainda dúvida séria, sobretudo em razão da vida passada, intervenham com autoridade para os fazer desistir de abraçar o estado de castidade perfeita ou para impedir que sejam admitidos às ordens sagradas ou à profissão religiosa.

...mas possível com a graça de Deus...

48. Mas, se a castidade consagrada a Deus é virtude difícil, a sua prática fiel e perfeita é possível às almas que, depois de tudo bem ponderado, correspondem generosamente ao convite de Jesus Cristo e fazem quanto podem para a observar. Com efeito, se abraçarem este estado de virgindade ou de celibato, receberão de Deus o dom da graça para cumprirem o propósito feito. Por isso, se encontrarem pessoas "que não sentem ter o dom da castidade (mesmo depois de terem feito o voto)", não julguem por isso que não podem satisfazer às suas obrigações nesta matéria: Porque "Deus não manda coisas impossíveis; mas, ao mandar, recomenda que se faça o que se pode, que se peça o que não se pode- e ajuda a poder". Essa verdade muito consoladora lembramo-la também aos doentes, cuja vontade se enfraqueceu com perturbações nervosas, e por isso ouvem com excessiva facilidade de certos médicos, às vezes até católicos, o conselho de pedirem dispensa da obrigação contraída, sob o pretexto de que não podem observar a castidade sem prejuízo do equilíbrio psíquico. Quanto mais útil não seria ajudar esses doentes a reforçarem a própria vontade e a convencerem-se de que não lhes é impossível a castidade, segundo a sentença do Apóstolo: "Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além do que podem as vossas forças, antes fará que tireis ainda vantagem da mesma tentação, para a poderdes suportar"! (1Cor 10,13).

49. Os meios recomendados pelo próprio divino Redentor, para defesa eficaz da nossa virtude, são: vigilância assídua, para fazermos o melhor que pudermos tudo o que estiver na nossa mão; e oração constante, para pedirmos a Deus o que pela nossa fraqueza não podemos conseguir: "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. O espírito na verdade está pronto, mas a carne é fraca" (Mt 26,41).

...a vigilância e a mortificação...

50. Tal vigilância de todos os instantes e em todas as circunstâncias é absolutamente necessária, "porque a carne tem desejos contrários ao espírito, e o espírito desejos contrários à carne" (Gl 5,17). Se cedemos, pouco que seja, às seduções do corpo depressa seremos levados até essas "obras da carne" enumeradas pelo Apóstolo (cf. Gl 5,1921), que são os vícios mais vergonhosos da humanidade.

51. Por este motivo, é preciso vigiar primeiramente os movimentos das paixões e dos sentidos, e dominá-los com uma vida voluntariamente austera e com a mortificação corporal, para os submeter à reta razão e à lei divina: "Os que são de Cristo crucificaram a sua própria carne com os vícios e concupiscências" (Gl 5,24). O apóstolo das gentes confessa de si mesmo: "Castigo o meu corpo e reduzo-o à escravidão, para que não suceda que, tendo pregado aos outros, eu mesmo venha a ser réprobo" (1Cor 9,27). Todos os santos e santas assim vigiaram os seus sentidos e reprimiram-lhes os movimentos, às vezes muito violentamente, segundo as palavras do divino Mestre: "Digo-vos que todo o que olhar para uma mulher, cobiçando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração. E se o teu olho direito te serve de escândalo, arranca-o e lança-o para longe de ti, porque é melhor para ti que se perca um dos teus membros, do que ser o teu corpo lançado no inferno" (Mt 5,28-29). Essa recomendação mostra bem que nosso Redentor exige antes de tudo que não consintamos nunca no pecado, nem por pensamento, e que com a maior energia cortemos em nós tudo o que poderia, mesmo levemente, manchar esta virtude belíssima. Nesta matéria, nenhuma vigilância nem severidade é excessiva. E se má saúde ou outras razões não nos permitem pesadas austeridades corporais, nunca elas nos dispensam da vigilância e da mortificação interior.

...a fuga das tentações e das ocasiões do pecado

52. Além disso, segundo a lição dos santos padres e doutores da Igreja, libertamo-nos mais facilmente dos atrativos do pecado e das seduções das paixões, fugindo com todas as forças, do que atacando de frente. Segundo são Jerônimo, para conservar a pureza, a fuga vale mais do que a luta aberta: "Fujo, para não ser vencido", dizia de si mesmo. Essa fuga consiste em nos afastarmos com diligência das ocasiões do pecado, e sobretudo em elevarmos nosso espírito para as realidades divinas durante as tentações, fixando-o naquele a quem consagramos a nossa virgindade: "Olhai para a beleza do vosso amante Esposo", recomenda santo Agostinho.

53. Mas essa fuga e vigilância, para não nos expormos as ocasiões de pecado, parece que não são hoje compreendidas por todos, apesar de os santos as terem considerado sempre o melhor meio de luta nesta matéria. Pensam de fato alguns que os cristãos, e especialmente os sacerdotes, já não devem ser uns separados do mundo como outrora, mas devem pelo contrário estar presentes ao mundo e, por conseguinte, arrostar o perigo e pôr à prova a sua castidade, para assim se patentear se têm ou não suficiente força para resistir. Vejam, portanto, tudo os jovens clérigos, para se habituarem a encarar tudo sem perturbação e para se imunizarem assim contra toda a espécie de tentações. Desse modo, facilmente lhes permitem fixar sem resguardo tudo o que lhes cai debaixo dos olhos, freqüentar cinemas, mesmo para ver películas proibidas pelos censores eclesiásticos, percorrer toda a espécie de ilustrações, mesmo que sejam obscenas, e ler até os romances que estão no Índex ou que proíbe o direito natural. Concedem-lhes tudo isso sob pretexto de que hoje grande parte das pessoas alimenta o espírito com esses espetáculos e publicações, e que é preciso que aqueles a quem hão de ajudar, lhes compreendam a maneira de pensar e sentir. É fácil de ver a falsidade e o perigo de tal maneira de formar o clero e de o preparar para a santidade da sua missão: pois "quem ama o perigo nele perecerá" (Eclo 3,27 Vulg.). A recomendação de santo Agostinho não perdeu nada da sua oportunidade: "Não digais que tendes almas puras se tendes olhos impuros, porque os olhos impuros são mensageiros dum coração impuro".

54. Esse funesto método baseia-se numa confusão grave. É verdade que nosso Senhor disse dos apóstolos: "`Enviei-os ao mundo" (Jo 17,18), mas acabara de dizer: "Eles não são do mundo, como eu também não sou do mundo" (Jo 17,16) e tinha rogado ao Pai: "Não te peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal" (Jo 17,15). Segundo esses princípios, a Igreja tomou prudentes medidas para preservar os padres que vivem no meio do mundo, das tentações que os rodeiam: essas normas têm por sim defender-lhes a santidade de vida das preocupações e prazeres próprios dos leigos.

55. Com maior razão ainda, é necessário separar os jovens clérigos da agitação do século, para os formar na vida espiritual e na perfeição sacerdotal ou religiosa, antes de os lançar no combate. Por isso, devem eles ficar por longo tempo no seminário ou nas casas de noviciado e formação, e receber educação apurada, aprendendo pouco a pouco e, com prudência, a tomar contato com os problemas do nosso tempo, como nós o prescrevemos na nossa exortação apostólica Menti nostrae. Qual é o jardineiro que expõe às intempéries plantas escolhidas, mas ainda tenras, sob o pretexto de as experimentar? Ora, os seminaristas e os religiosos em formação são plantas novas e delicadas, que precisam de proteção e só progressivamente se vão habituando a resistir e a lutar.

O pudor cristão

56. Bem melhor fariam os educadores da juventude clerical, inculcando-lhe as normas do pudor cristão, que tanto contribui para manter incólume a virgindade, e bem pode chamar-se a prudência da castidade. O pudor adivinha o perigo, obsta a que se afronte, e leva a evitar aquelas mesmas ocasiões de que não se acautelam os menos prudentes. Ao pudor não agradam as palavras torpes ou menos honestas, e aborrece-lhe a mais leve imodéstia. Ele afasta-se da familiaridade suspeita com pessoas do outro sexo, porque enche a alma de profundo respeito pelo corpo, membro de Cristo (cf.l Cor 6,15), e templo do Espírito Santo (l Cor 6,19). A alma cristãmente pudica tem horror de qualquer pecado de impureza e retira-se ao primeiro assomo da sedução.

57. O pudor sugere ainda aos pais e educadores os termos apropriados para formar, na castidade, a consciência dos jovens. Evidentemente, como lembrávamos há pouco numa alocução, "este pudor não se deve confundir com o silêncio perpétuo que vá até excluir, na formação moral, que se fale com sobriedade e prudência dessas matérias".

Contudo, com freqüência demasiada nos nossos dias, certos professores e educadores julgam-se obrigados a iniciar as crianças inocentes nos segredos da geração duma maneira que lhes ofende o pudor. Ora, nesse assunto tem de se observar a justa moderação que exige o pudor.

58. Alimenta-se esse do temor de Deus, temor filial baseado numa profunda humildade, o qual inspira horror ao menor pecado. Já o afirmava o nosso predecessor são Clemente I: "Aquele que é casto no seu corpo, não se glorie, pois deve saber que recebeu de outro o dom da continência". Mas ninguém mostrou melhor que santo Agostinho a importância da humildade cristã para a defesa da virgindade: "Sendo a continência perpétua, e sobretudo a virgindade um grande bem nos santos de Deus, deve-se evitar com o maior cuidado que se corrompa com a soberba... Quanto maior vejo é este bem que eu vejo, mais temo que a soberba o roube. Esse bem virginal ninguém o conserva senão o próprio Deus que o deu: e 'Deus é caridade' (1Jo 4,8). Portanto, a guardiã da virgindade é a caridade; e a morada dessa guardiã é a humildade".

O socorro da oração e dos sacramentos

59. Outra coisa se deve ainda ponderar com atenção: para conservar ilibada a castidade não bastam a vigilância e o pudor. É preciso recorrer também aos meios sobrenaturais: à oração, aos sacramentos da penitência e da eucaristia, e a uma devoção ardente à virgem Mãe de Deus.

60. Nunca nos devemos esquecer que é dom divino a castidade perfeita. "Foi dado àqueles que o pediram", nota são Jerônimo (cf. Mt 19,11), "àqueles que o quiseram, àqueles que trabalharam para o receber. Porque a todo aquele que pede ser-lhe-á dado, aquele que procura encontrará e a quem bate ser-lhe-á aberto" (cf. Mt 7,8). Acrescenta santo Ambrósio que da oração depende a constante fidelidade das virgens ao seu divino Esposo.E santo Afonso Maria de Ligório, com a ardentíssima piedade que o caracterizava, ensina que não há meio mais necessário e mais eficaz para vencer as tentações contra a virtude angélica do que o recurso imediato a Deus pela oração.

61. À oração tem de se juntar o sacramento da penitência, que, sendo recebido com freqüência e preparação, é remédio espiritual que purifica e sara; e também a sagrada Eucaristia, que na expressão do nosso predecessor de imortal memória, Leão XIII, é o melhor "remédio contra a concupiscência". Quanto mais casta é a alma, tanto mais fome tem deste pão, que dá a força contra todas as seduções impuras e une mais intimamente ao divino Esposo: "O que come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (Jo 6,57).

A devoção a nossa Senhora

62. Mas, para conservar e fomentar a castidade perfeita, existe um meio que a experiência dos séculos mostra repetidamente ter valor extraordinário: é a sólida e fervorosa devoção a nossa Senhora. Em certo modo, essa devoção encerra em si todos os outros meios: quem a cultiva sincera e profundamente é levado a vigiar e a orar, a aproximar-se do tribunal da penitência e da sagrada mesa. Por isso exortamos com afeto paternal os sacerdotes, os religiosos e as religiosas a colocarem-se debaixo da proteção da augusta Mãe de Deus, que, sendo a virgem das virgens, é, como afirma santo Ambrósio, "a mestra da virgindade" e, de modo especial, a mãe poderosíssima das almas consagradas a Deus.

63. Por meio dela entrou a virgindade no mundo, como nota santo Atanásio,e santo Agostinho ensina claramente que "a dignidade virginal começou com a Mãe de Deus". Seguindo o mesmo santo Atanásio, propõe santo Ambrósio a vida da Virgem Maria como exemplar para as virgens:

"Imitai-a, minhas filhas,... a vida de Maria seja para vós a imagem da virgindade, da qual irradie como de espelho o encanto da castidade e o ideal da virtude. Seja ela o exemplo da vossa vida, pois os seus admiráveis ensinamentos mostram o que deveis corrigir, copiar e conservar... Ela é o modelo da virgindade. É tal a natureza de Maria que, para lição de todos, basta a sua vida...Por conseguinte, Maria deve ser a regra de nossa vida".

"Tão grande era a sua graça, que não só conservava em si a virgindade, mas comunicava o dom da integridade àqueles que visitava".

Santo Ambrósio tinha razão de afirmar: "Oh, riquezas da virgindade de Maria"! Por causa dessas riquezas, é da maior importância que, ainda hoje, as religiosas, os religiosos e os sacerdotes contemplem a virgindade de Maria para observarem com mais fidelidade e perfeição a castidade do próprio estado.

64. Mas não vos contenteis, amadíssimos filhos e filhas, com meditar nas virtudes da bem-aventurada virgem Maria; recorrei a ela com absoluta confiança, seguindo o conselho de são Bernardo: "Procuremos a graça e procuremo-la por Maria". Muito especialmente neste ano mariano, confiai-lhe o cuidado da vossa vida espiritual e perfeição, imitando são Jerônimo que dizia:

"Para mim, a virgindade é uma consagração em Maria e em Cristo".

IV - AS VOCAÇÕES À VIDA RELIGIOSA DEVEM SER SUSCITADAS E AMPARADAS.

65. Nestes tempos difíceis que a Igrej a atravessa, é grande consolação para o nosso ânimo de pastor supremo, veneráveis irmãos, ver que a virgindade floresce no mundo inteiro hoje como outrora, rodeada de estima e honra, apesar dos erros que esperamos hão de passar em breve. A diminuição das vocações

66. Não ocultamos, contudo, que à nossa alegria se mistura certa tristeza ao ver que vai diminuindo em vários países o número dos que, chamados por Deus, abraçam a vida de virgindade. Já acima dissemos o bastante sobre as causas desse fato e não precisamos mais repetir. Os educadores da juventude, que tenham caído nos erros aludidos, esperamos que os repudiarão, logo que os reconheçam, e que os procurarão remediar. Por outro lado, contamos que eles ajudem, quanto puderem, os jovens, que se sintam chamados por Deus ao sacerdócio ou à vida religiosa, a fim de atingirem esse elevado objetivo. Praza a Deus que surja quanto antes, para cultivar a vinha do Senhor, nova plêiade de sacerdotes, de religiosos e religiosas, suficientes em número e virtude para as atuais necessidades da Igreja.

67. Além disso, como pede a consciência do nosso dever apostólico, exortamos os pais a oferecerem de boa vontade a Deus os próprios filhos, que forem chamados ao seu serviço. Se lhes exigir sacrifícios, lhes causar tristeza e amargura, meditem nessas reflexões de santo Ambrósio propostas às mães de família de Milão: "Conheço muitas donzelas que desejam consagrar-se a Deus na virgindade, mas as suas mães nem as deixam sair de casa para me ouvirem... Se as vossas filhas quisessem amar um homem, pelas leis poderiam escolher quem lhes aprouvesse. E aquelas que podem escolher um homem, não poderão escolher a Deus"?

68. Considerem os pais que honra tão grande é ter um filho sacerdote ou uma filha consagrada na virgindade ao divino Esposo. A respeito dessas, assim se exprimia o mesmo bispo de Milão: "Ouvistes, pais?... A virgem é um dom de Deus, uma oferta do pai e o sacerdócio da castidade. A virgem é a hóstia oferecida pela mãe, hóstia que se sacrifica diariamente e aplaca a ira divina...".

CONCLUSÃO - Os que sofrem perseguição.

69. Não queremos terminar esta carta, veneráveis irmãos, sem volver nosso pensamento e nosso coração, de modo especial, para as almas consagradas a Deus, que sofrem dura e funesta perseguição em vários países. Tomem elas exemplo nas virgens da primitiva Igreja, que sofreram martírio pela castidade com ânimo invencível.

70. Todos os que fizeram o sagrado propósito de servir a Cristo, perseverem nele com ânimo valoroso "até a morte" (Fl 2,8). Lembrem-se de que as suas angústias, sofrimentos e orações sõo de grande valor para o estabelecimento de reino de Deus nos seus próprios países e em todo o âmbito da Igreja. Tenham também como certo que os que "seguem o Cordeiro para onde quer que ele vá" (Ap 14,4), cantarão por toda a eternidade "um cântico novo" (Ap 14,3), que ninguém mais pode cantar.

71. Comove-se o nosso coração paterno e compassivo diante dos sacerdotes, religiosos ou religiosas que valorosamente confessam a fé até ao martírio. Por esses e por todos os que, em qualquer parte da terra, se consagraram totalmente ao serviço divino, elevamos súplicas a Deus, pedindo-lhe que os confirme, robusteça e console; e a cada um de vós, veneráveis irmãos, e aos vossos rebanhos, exortamos ardentemente a que, rezando conosco, obtenhais para todos eles o necessário conforto, graças e auxílios divinos.

72. Seja penhor dessas graças e testemunho especial da nossa benevolência a bênção apostólica, que de todo o coração vos concedemos no Senhor, a vós, veneráveis irmãos, e aos outros ministros sagrados, às almas que a Deus consagraram a sua virgindade, principalmente àquelas "que sofrem perseguição por amor da justiça" (Mt 5,10), e a todos os fiéis dos vossos rebanhos.