sexta-feira, 15 de julho de 2011

Dom Raymundo Damasceno: os meios de comunicação são aliados indispensáveis para a evangelização.

Na abertura do 1º Seminário de Comunicação para os Bispos do Brasil, que teve início ontem (12) no Centro de Formação Sumaré, no Rio de Janeiro, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Aparecida, o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, destacou a importância e a necessidade dos meios de comunicação para a evangelização no contexto atual.


O evento conta com a presença de Dom Claudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais e reúne outros 80 bispos de todo o país.

O seminário foi aberto às 19h30 pelo arcebispo do Rio de Janeiro e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação Social da CNBB, Dom Orani João Tempesta quem agradeceu a presença dos bispos e ressaltou a importância desta iniciativa da CNBB, juntamente com o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais e o apoio da arquidiocese do Rio.

Em seu discurso aos prelados presentes, Dom Damasceno afirmou que "a Igreja, consciente da força e do alcance destes meios, os tem como indispensáveis aliados no anúncio da Boa Nova". O arcebispo também citou o texto da conferência de Puebla no qual os bispos latino-americanos afirmaram que "evangelização é comunicação" e por esta razão, "a comunicação social deve ser levada em conta em todos os aspectos da transmissão da Boa Nova".

«Já em Medellin, há mais de 40 anos, a Igreja da América Latina compreendeu a imprescindibilidade dos Meios de Comunicação Social ao afirmar que, sem eles, não poderia cumprir sua missão de levar a Boa Nova de Cristo "até os confins da terra"», ressaltou também o cardeal Damasceno.

"A Igreja reconhece que nestes meios está a 'versão moderna e eficaz do púlpito', como nos asseverou o papa Paulo VI, por isso, não mede esforço para se fazer presente em todos eles", acrescentou o purpurado brasileiro em declarações reunidas pela CNBB.

Falando sobre o tema do encontro (Comunicação e evangelização no contexto das transformações culturais provocadas pelas novas tecnologias), Dom Raymundo afirmou também que "a Igreja no Brasil se mostra atenta às transformações culturais provocadas pelas novas tecnologias" e destacou iniciativas eclesiais no campo das comunicações que mostram que "a CNBB leva a sério" este tema.

Concluindo seu discurso o cardeal Damasceno afirmou sobre o evento que já podia "antever seus abundantes frutos para nossas dioceses, paróquias e comunidades traduzidos no compromisso com uma comunicação que leve as pessoas à plena comunhão umas com as outras, em Jesus Cristo".

Por sua parte, o presidente do Pontifício Conselho, Dom Claudio Maria Celli recordou a importância da comunicação no ministério episcopal.

"Ao iniciar este seminário de comunicação desejo sublinhar a importância da comunicação do ministério dos bispos e de sua transversalidade em relação à pastoral da Igreja", afirmou Dom Celli e acrescentou que "é imperativo superar uma visão meramente instrumental dos meios de comunicação".

Segundo o arcebispo italiano, as novas tecnologias vão criando novas formas de socializar e novas linguagens e novas formas de relacionar-se entre as pessoas "e ao mesmo abrem horizontes e desafios à tarefa evangelizadora de cada um dos batizados".

O Seminário continua hoje com a missa que foi presidida por Dom Claudio Celli e segundo informou a CNBB seria seguida da apresentação do professor da Universidade Federal do Paraná, Elson Faxina, com o tema "Processos e meios, uma introdução ao fenômeno da Comunicação". Ainda pela manhã, o professor da ECA/USP, Mauro Wilton de Souza, profere a conferência "Evolução dos modelos da comunicação e a construção de sentidos".

I Seminário de Comunicação para os prelados brasileiros
O I Seminário de Comunicação para os Bispos do Brasil (SECOBB) teve início na noite dessa terça-feira, no Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de Janeiro.

O evento, que será realizado até o dia 16 de julho, tem como lema “Comunicação e evangelização no contexto das transformações culturais provocadas pelas novas tecnologias” e visa oferecer um ambiente para reflexões.

Segundo informa o portal da arquidiocese do Rio, durante a conferência de abertura o arcebispo Dom Orani João Tempesta saudou a todos, agradeceu a presença e desejou dias de reflexão e partilha.

Ao falar sobre as atividades, destacou a qualidade dos palestrantes e a oportunidade de conhecer a Central Globo de Produções.

Dom Orani comentou ainda a evolução dos processos comunicacionais durante os oito anos em que foi presidente da Comissão Episcopal para Comunicação Social da CNBB.

“Eu percebo uma mudança de mentalidade, uma mudança cultural que transforma a maneira de comunicar e afeta nosso trabalho de evangelização. Estamos aprendendo uma cultura digital, esse seminário é a oportunidade de oferecer aos bispos um momento de reflexão”, disse o arcebispo.

Dom Orani também destacou que todas as conferências serão transmitidas ao vivo pela WEBTV Redentor, da Arquidiocese do Rio, e ainda a Rede Vida e Canção Nova estarão preparando matérias sobre o evento.

Segundo ele, além de mostrar a comunicação da Igreja no Rio, a presença as emissoras católicas serve ainda para que os Bispos que não puderam comparecer e as demais pessoas também participem desse momento de reflexão.

Falou também na abertura do evento o presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações, Dom Cláudio Maria Celli.

Ele enfatizou para os bispos que as tão faladas “novas mídias” já não são novas para muitos, já que os jovens nasceram na geração internet. Por isso se faz tão importante que a Igreja faça parte dessa realidade.

“Se a Igreja não estiver ciente das mudanças culturais, vai encontrar muitas dificuldades para evangelizar. Um dos grandes desafios hoje é a linguagem. Só podemos dialogar com o mundo se encontramos espaços de comum entendimento”, disse.

Dom Celli também falou que é necessário valorizar o serviço dos meios de comunicações tradicionais, como jornais e rádios católicas. E, a partir de um diálogo respeitoso, aprender as novas formas de falar de Deus.


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