sábado, 21 de março de 2009

Papa a sacerdotes: maior dedicação à penitência e à direção espiritual

Formar a consciência dos fiéis retamente, «prioridade pastoral»

O Papa exortou os sacerdotes a cuidarem especialmente da formação de uma reta consciência nos fiéis, através sobretudo do sacramento da Penitência e da direção espiritual.
Em uma mensagem aos participantes do curso sobre o «Fórum Interno», organizado pelo tribunal da Penitenciaria Apostólica, que a Santa Sé divulgou no sábado passado (14 de março), o Papa afirma que esta questão é «prioritária».

«Neste novo tempo, constitui sem dúvida uma de nossas prioridades pastorais formar retamente as consciências dos crentesexplicou o Papaestimulando-as a perceber cada vez melhor o sentido do pecado

Este sentido do pecado, acrescentou, «hoje, em parte, está o perdido ou, pior ainda, obscurecido por um modo de pensar e viver "etsi Deus non daretur" , segundo a conhecida expressão de Grócio, que está agora de grande atualidade, e que denota um relativismo fechado ao verdadeiro sentido da vida».

Contudo, este obscurecimento do sentido do pecado provocou um aumento dos «sentimentos de culpa , que se quiseram eliminar com remédios paliativos insuficientes», acrescenta.
Diante disso, propõe a necessidade de uma maior dedicação dos sacerdotes a este campo, especialmente através da catequese, da homilia e da direção das almas na confissão.

Hoje mais que nunca, afirma, precisamos «de mestres de espírito sábios e santos: um importante serviço eclesial, para o que é necessária sem dúvida uma vitalidade interior que deve implorar-se como dom do Espírito Santo mediante a oração prolongada e intensa e uma preparação específica que se adquiri com cuidado».

«Nos diversos contextos em que se encontrarão vivendo e trabalhando, procurem manter sempre viva em si mesmos a consciência de dever ser dignos ministros da misericórdia divina e educadores responsáveis das consciências

A respeito disso, propôs como modelo o Cura d'Ars, São João Maria Vianney, agora no 150º aniversário de sua morte.

Dele se escreveu que «na catequese que ministrava cada dia a crianças e a adultos, na reconciliação que administrava aos penitentes e nas obras impregnadas dessa caridade ardente, que ele obtinha da santa Eucaristia como de uma fonte, avançou até tal ponto que difundiu em todo lugar seu consenso e aproximou muitos sabiamente de Deus», recorda o Papa.

Por outro lado, afirma que neste campo, a pregação, mais concretamente as homilias, são um veículo muito importante de formação dos fiéis.

«A homilia, que, com a reforma querida pelo Concílio Vaticano II, voltou a adquirir seu papel sacramental dentro do único ato de culto constituído pela liturgia da Palavra e pela da Eucaristia, é sem dúvida a forma de pregação mais difundida, com a qual cada domingo se educa a consciência de milhões de fiéis», afirma.

É necessário, adverte, adaptar a pregação à mentalidade contemporânea. Também aconselha, no campo da catequese, não deixar de utilizar os meios telemáticos necessários, pois «oferecem oportunidades providenciais para anunciar, de forma nova e mais próxima das sensibilidades contemporâneas, a perene e imutável Palavra de verdade que o Divino mestre confiou à sua Igreja».

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