segunda-feira, 30 de março de 2009

NOTÍCIA DEVIDAMENTE SONEGADA DOS LEITORES

UM DOS MAIORES ESPECIALISTAS DO MUNDO NO COMBATE À AIDS DIZ: “O PAPA ESTÁ CERTO”.

Há coisas que você jamais vai ler na imprensa brasileira porque, dada a sua “isenção” de propaganda, às vezes letal para a inteligência e a verdade, pouco importa a consideração de uma autoridade científica ou religiosa se o que elas dizem não coincide com a metafísica politicamente correta.
Aceita-se a chamada pluralidade, mas sem exageros, é claro. Querem ver ?
Vocês se lembram que, em Camarões e , de fato, foi uma mensagem para o continente africano , o papa Bento 16 afirmou que a distribuição maciça de camisinhas não era o melhor programa de combate à AIDS. E disse que o problema poderia até se agravar.
A estupidez militante logo entendeu, ou fingiu entender, que Sua Santidade contestara a eficiência do preservativo para barrar a transmissão do vírus.
Bento 16 não tratava desse assunto, mas de coisa mais ampla.
Referia-se a políticas públicas de combate à expansão da doença.
Apanhou de todo lado. De todo mundo.
No Brasil, noticiou-se a coisa com ares de escândalo.
Os valentes nem mesmo investigaram os números no Brasil a contaminação continua alta e EM ALTA em alguns grupos e no mundo. Adiante.
Se você pesquisar um pouco, vai saber que o médico e antropólogo Edward Green é uma das maiores autoridades mundiais no estudo das formas de combate à expansão da AIDS.
Ele é diretor do Projeto de Investigação e Prevenção da AIDS (APRP, na sigla em inglês), do Centro de Estudos sobre População e Desenvolvimento de Harvard. Pois bem.
Green concedeu uma entrevista sobre o tema. E o que ele disse?
O PAPA ESTÁ CERTO. AS EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS CONFIRMAM O QUE DIZ SUA SANTIDADE. Ora, como pode o papa estar certo ? Vamos sonegar essa informação dos leitores.
Em entrevista aos sites National Review Online (NRO) e Ilsuodiario.net , Green afirma que as evidências que existem apontam que a distribuição em massa de camisinha não é eficiente para reduzir a contaminação na África.
Na verdade, ao NRO, ele afirmou que não havia uma relação consistente entre tal política e a diminuição da contaminação. Ao Ilsuodiario, assumiu claramente a posição do papa — e, notem bem!, ele fala como cientista, como estudioso, não como religioso: “O que nós vemos de fato é uma associação entre o crescimento do uso da camisinha e um aumento da AIDS. Não sabemos todas as razões. Em parte, isso pode acontecer por causa do que chamamos ‘risco compensação” — literalmente, nas palavras dele ao NRO: “Quando alguém usa uma tecnologia de redução de risco, freqüentemente perde o benefício (dessa redução) correndo mais riscos do que aquele que não a usa”.
Pois é , Green também afirma que o chamado programa ABC — abstinência, fidelidade e, sim, camisinha (se necessário), que está em curso em Uganda — tem-se mostrado eficiente para diminuir a contaminação.
E diz que o grande fator para a queda é a redução de parceiros sexuais.
Que coisa, não ?

NÃO É MESMO INCRÍVEL QUE SEXO MAIS RESPONSÁVEL CONTRIBUA PRA DIMINUIR OS CASOS DE CONTAMINAÇÃO ? Pois é !

Critico as campanhas de combate à aids no Brasil desde o Primeira Leitura, como sabem.
E, aqui, desde o primeiro dia. Há textos às pencas no arquivo.
A petralhada que se pensa cheia de veneno e picardia erótica gritava: “Você quer impor seu padrão religioso ao país...” Ou então: “Você não gosta de sexo...” Pois é.

Vai ver Harvard escolheu um idiota católico e sexofóbico para dirigir o programa.

Bento 16 apanhou que deu gosto. E apanhou pelo que não disse , e ele jamais disse que a camisinha facilita a contaminação de um indivíduo em particular , e pelo que disse: a AIDS é , sim , uma doença associada ao comportamento de risco e , pois , às escolhas individuais.
Sem que se mude esse compartamento, nada feito.
Pois é.
O mundo moderno não aceita que as pessoas possam ter escolhas.
Como já escrevi aqui certa feita, transformaram a camisinha numa nova ética.
E, como tal, ela é de uma escandalosa ineficiência.

Por Reinaldo Azevedo , Blog.

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