quarta-feira, 18 de março de 2009

O uso da música evangélica na liturgia católica

Começo a minha reflexão com os seguintes questionamentos: é correta a utilização da música evangélica nas celebrações litúrgicas da Igreja Católica ?

Mesmo com um repertório de séculos, os grupos de animação litúrgica da Igreja Católico teriam necessidade de alçar mão do repertório musical protestantante?

Espero com este humilde ponto de vista ajudar nossos grupos de animação musical a despertar para o debate sobre o assunto.
O Concílio Vaticano II, inegavelmente, enriqueceu a Igreja com a proposta do esforço ecumênico em vista da unidade dos cristãos.
O ecumenismo vem ganhando relevância a cada ano que passa.
O saudoso Papa João Paulo II dedicou sobre maneira ao diálogo ecumênico e intereligioso com os cristãos da reforma e oriundos dela e com as grandes religiões não Cristãs respectivamente.

Se por um lado o ecumenismo é um dado positivo, por outro temos que ter prudência e sabedoria necessárias para não atropelar o processo ou mesmo, como católicos, perder a nossa identidade.

O Papa Paulo VI atinou para isso várias vezes. Devemos, sim, dedicar com alegria à prática ecumênica, mas sem abdicar dos princípios de coesão da expressão doutrinária e litúrgica da Igreja Católica.
Devemos acolher e dialogar com o diferente, mas sem perder os elementos que nos sedimentam como católicos.

O ecumenismo mal entendido ou mal intencionado traz em si o perigo do relativismo religioso.
As pessoas que internalizam dentro de si a mentalidade relativista aceitam tudo o que cada religião professa como sendo a verdade ou parte dela. É comum ouvirmos: “toda religião é boa”. Nem toda expressão religiosa é boa. Nem tudo que se expressa religiosamente pode ser aceito como verdade revelada por Deus.
Essa visão de que “toda religião é boa” está muito presente no imaginário de nosso povo.

Mas sabemos que se por um lado é possível um sólido e frutuoso ecumenismo com as denominações cristãs de bons alicerces, por outro temos que admitir que os movimentos protestantes livres, incluindo aí o pentecostalismo sectário com caráter de seita, são totalmente fechados ao diálogo ecumênico e radicalmente se opõem à Igreja Católica.
Sobre esses quero me referir nesta reflexão, no que tange à música.

Uma cantora protestante, pentecostal e sectária, disse publicamente que tem ojeriza de saber que oscatólicos usam a música dela para adorar um pedaço de pão”.

Confesso que fiquei meditativo sobre isso e descobri que muitos grupos de música de nossas paróquias incorporam nos seus repertórios músicas de gênero protestante, as vezes sem saber da sua origem.
Alguém começa a cantar música protestante e outros vão aderido a ponto de muitos católicos dizerem que os protestantes estão cantando nossas músicas, quando na verdade é o contrário.
Acredito que devemos caminhar para um ecumenismo sadio que possa nos dar liberdade para, num futuro ainda por vir, fazer o intercâmbio de músicas que venham ajudar a animação de encontros, grupos de oração e devocionais.

Utilizar músicas protestantes na liturgia católica é um ato de desmerecimento ao repertório de quase dois mil anos de genuínas músicas litúrgicas e teologicamente adequadas.
Música protestante não goza de amparo litúrgico e muito menos retratam a fidedigna teologia que solidificam as bases da dogmática católica.
Precisamos urgentemente resgatar a música católica que brotou do coração orante de tantos homens e mulheres que ao longo da História da Igreja nos legaram um patrimônio musical que transcende o tempo porque celebra o Mistério do Ressuscitado mediante os sinais sacramentais da liturgia.Nossos grupos de animação musical precisam buscar a auto estima católica e valorizar o patrimônio musical que temos.
A música pentecostal protestante pode ser até apreciável quanto a certas harmonias e conteúdos, mas está longe de ocupar o lugar da música litúrgica que a sabedoria católica produziu e protagonizou ao longo de dois milênios.

Mesmo que algum católico desavisado cante músicas evangélicas ou mesmo às utilizem nos seus repertórios e gravações, não significa que teremos que utiliza-las em nossas atividades litúrgicas. Convido os grupos de animação a renunciar tais práticas na liturgia sob pena de manquitolá-la com conteúdos musicais inadequados, com títulos a saber: “Fico feliz em vir em tua casa”, “Segura na mão de Deus”, “Glória, Glória, Aleluia”, “Tua Palavra....”, “Quão grande és tu”, etc. Amemos a Igreja Católica e sua maravilhosa liturgia.
Amém!!!

Adair José Guimarães
Publicado no Recanto das Letras em 15/11/2007

Obs: Esse blog vem assim , colocar a sua posição em relação a essa metéria tão bem elaborada pelo Pe Adair José Guimarães , rompemos com essa pratica , sempre alguns lideres da IGREJA tenta usar "pressupostos novos" para fomentar a espiritualidade e se esquece da essência , da identidade.
Termino com a frase da propria matéria : "O ecumenismo mal entendido ou mal intencionado traz em si o perigo do relativismo religioso."
Pensamos nisso !!!

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