sexta-feira, 6 de maio de 2011

OS JOVENS E AS REDES SOCIAIS.

“Os jovens da classe média de nível educacional mais alto, não aceitarão ir de uma ditadura para outra”. - Stefan Meining

Historiador Alemão

As revoltas que se alastram no mundo árabe e ameaçam ditadores por toda a região – do lêmen á Líbia – não tem nada de ideológico. Nem são obras de islamistas radicais, como teme o Ocidente. Essa é uma revolução geracional – a explosão de uma nova leva de jovens árabes, que nasceu na penúria e não agüenta mais a falta de perspectiva e de liberdade. É o que sustenta Tarik Yousef, ex-economista do Banco Mundial, pesquisador do Brookings Institution, em Washington, e reitor da School of Government de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. No livro “Generation in waiting” (geração á espera), que ele coordenou com vários autores, Yousef descreve a saga dos jovens do Oriente Médio – entre 15 e 29 anos de idade: “Não estou nem um pouco surpreso como o que esta acontecendo. Eu diria mais: minha previsão é que isso vai se alastrar mais ainda, porque as mesmas condições estão presentes em quase todos os países (do mundo árabe) – disse” (1).

O professor Hani Hazime, libanês de nascimento, brasileiro naturalizado, e especialista em estudos islâmicos da UFRJ, ensina novas definições: “Oriente Médio é conceito errado. Oriente é onde nasce o Sol, que é China e Japão. Os árabes não são orientais. A cultura árabe esta baseada na herança judiaco-cristã e helênica. A religião é monoteísta, todos filhos de Abraão. O Norte da África é tratado como parte do Oriente Médio”.

Hani Hazime acha que o que aconteceu até agora contraria a visão tradicional do Ocidente em vários pontos. “Foram revoltas de jovens. Mais da metade desses países é formada por jovens. São multidões e não partidos políticos. Usam meios modernos, o que derruba o preconceito de um Islã avesso á modernidade. Não há religião até agora envolvida. Eles estão pedindo liberdade e democracia, o que o Ocidente dizia que não condiz com o Islã – diz o professor”.

O diplomata Roberto Adbenur não tem dúvida de uma coisa: estamos diante de um processo revolucionário: “Houve dois momentos revolucionários na segunda metade do século XX. As rebeliões estudantis de 1968, na França e a queda do muro de Berlim. A primeira alterou comportamentos, foi uma revolução generacional. A segunda mudou a geopolítica com o fim do comunismo, extinção da União Soviética e democratização dos países da região. O que está acontecendo agora nesta extensa e nevrálgica área do mundo é uma revolução. Não sabemos o que vai dar, haverá desfechos variados, mas é saudável e positivo que centenas de milhões estejam se libertando de governos autocráticos e de oligarquias” (3).

A JUVENTUDE E A CONSCIÊNCIA POLÍTICA

As novas formas de comunicação devem ser utilizadas apenas pensando no bem coletivo destacando a verdade dos participantes das Redes Sociais e principalmente o papel dos jovens na Era Digital, afirmou o Papa Bento XVI, na Mensagem para 45º Dia Mundial das Comunicações Sociais.

Armados de celulares e computadores os jovens amplificam o alcance e as conseqüências das revoluções no Oriente Médio. Nos últimos dois meses, suas frases e fotos, transmitidas pelo Twitter e pelo Facebook, e seus vídeos, colocados no Youtube, ajudaram a inflar os movimentos que derrubaram ditadores.

A primeira rajada de mensagens foi disparada em dezembro em uma página do Facebook que até então tratava de futebol e videogame. Seus autores eram moradores de uma pequena cidade da Tunísia, Sidi Bouzid, que se indignaram com a autoimolação de um vendedor de frutas, Mohamed Bouazizi. O jovem ateou fogo ao próprio corpo depois de ser agredido por policiais. Esse fato e os protestos que ele desencadeou na cidade foram divulgados no site e lidos em computadores de europeus e egípcios, que por sua vez deram seu apoio virtual aos tunisianos. Quando as passeatas contra Hosni Mubarak ganharam força no Egito, os tunisianos é que passaram a incentivá-las. “Ensinamos os egípcios a resistir a bombas de gás lacrimogêneo e a tropas de choque”, escreveu o tunisiano Jaouhar Mkadmi. “Sem as redes sociais, os protestos seriam reprimidos rapidamente e ninguém se sentiria confiante em retornar ás ruas”, diz o americano Ethan Zuckerman, pesquisador do Centro Berkman para Internet e Sociedade da Universidade Harvard (4).

Em 1985, ano em que teve lugar a primeira JMJ, o Papa João Pulo II afirmou: “toda a Igreja tem de se sentir cada vez mais comprometida a nível mundial a favor da juventude, das suas ânsias e preocupações, das suas aberturas e esperanças, para corresponder ás suas expectativas, comunicando a certeza que é Cristo”.

CONCLUSÃO

Como foi legal vê os protestos dos jovens muçulmanos e outros em prol da democracia, da liberdade e de Justiça social. A juventude tem a potencialidade para mudar o mundo. Com a consciência política libertadora tem uma missão impar transformadora para um futuro glorioso. Tenhamos muito respeito pelos jovens e façamos investimentos pelos seus ideais.

Fora todo tipo de alienação, manipulação e escravidão contra os jovens. Não há nenhuma dignidade no mau exemplo de cantores, cantoras, atores, atrizes, apresentadores, apresentadoras, escritores, escritoras e artistas que promovem banalidades e boçalidades. Os tais não são modelos para a nossa juventude. Abaixo com esses fantoches as suas ideologias.

A missão do verdadeiro artista é propalar, incutir a consciência política, social, econômica e cultural para todos e principalmente os jovens.

A sapiência vive uma guerra tremenda contra tudo que é: fátuo, fútil, parcial, banal, superficial e infernal. Buscar sempre o conhecimento para libertação total.

O verdadeiro sentido para vida é viver o conhecimento da verdade, lutar pela dignidade da pessoa humana e promover para todas as pessoas a paz, o amor e a justiça social.

“VIVA A LIBERDADE NA FÉ E NA GRAÇA DE JESUS DE NAZARÉ”!

Pe. Inácio José do Vale
Escritor e Conferencista
Especialista em Ciência Social da Religião
E-mail: pe.inacioJose.osbns@hotmail.com

Notas:
(1) O Globo, 26/02/2011, p.38.
(2) O Globo, 20/02/2011, p.40.
(3) O Globo, 26/02/2011, p.28.
(4) Veja, 02/03/2011, p.98.

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