quarta-feira, 9 de março de 2011

“Eu sou uma missionária obediente a Deus. Se for projeto de Deus, Amém” - Myrian Rios em entrevista ao Jornal O Dia.

‘O melhor vai ser dado para Deus’, deputada estadual Myrian Rios.

A atriz Myrian Rios, que foi eleita deputada estadual pelo PDT em 2010, está hoje com 52 anos. Tem dois filhos: Edmar, de 14, e Pedro Arthur, de 9. O tempo está do seu lado. Com 35 anos de carreira, Myrian é uma mulher bonita, bem articulada, simpática e tem no passado lembrança que mata muita brasileira de inveja: já foi casada com o Rei Roberto Carlos. Hoje, está solteira, concentradíssima em seu mandato. Se pensa em casar de novo? “Eu sou uma missionária obediente a Deus. Se for projeto de Deus, Amém”. Sim, Myrian Rios hoje é missionária católica e, às vésperas do Dia Internacional da Mulher (8 de março), afirma, convicta, que ser uma mulher livre é ter o direito de decidir que só terá relações sexuais com o homem com quem se casar, uma decisão que tomou há mais de oito anos: “Se for namorar, agora, o namorado vai ter que se contentar em viver um namoro santo”.

ODIA: A senhora acaba de ser eleita deputada estadual e é referência de mulher independente e bem sucedida. Como a senhora se tornou missionária da comunidade católica Canção Nova?
MYRIAN: Eu busquei, em 2003, uma comunidade espiritual religiosa na Canção Nova para poder ter a direção espiritual que eu estava precisando. Durante um ano, um ano e meio, eu participava como amiga da comunidade — participava de palestras e das missas, comprava rifa... Até que veio o convite do fundador da comunidade, o monsenhor Jonas Abib, para eu fazer o caminho vocacional.

O que é esse caminho?
É como o padre faz o caminho vocacional para ver se tem vocação sacerdotal. Ao ser missionário, você tem que ter um comportamento diferenciado das outras pessoas. Comecei, então, a fazer o caminho vocacional, fui entendendo o que era e vi que ali era o meu lugar. Estou há mais de oito anos na comunidade e cinco como missionária consagrada.

Esse trabalho a ajudou a ser eleita?
É claro que, durante a minha campanha a deputada estadual, tive um apoio muito forte dos grupos de oração. Mas eu não busquei só o segmento católico. Eu tinha o segmento “atriz”, “mulher”, “mãe”... O que me chamou muito a atenção foi a afirmação das pessoas: “Eu já não votaria em mais ninguém. Mas porque você é candidata, eu vou votar em você”.

O que a senhora diria que é ser uma mulher livre?
A liberdade verdadeira é você poder escolher o tipo de vida que quer levar. Eu me sinto uma mulher livre para ser uma missionária consagrada. Na minha liberdade, eu vou à missa todos os dias. Isso é liberdade porque eu escolhi viver assim.

Tem sido noticiado que a senhora afirma ter decidido ter “namoros santos” desde que entrou para a Canção Nova. O que isso quer dizer?
Isso tudo é uma grande bobagem de quem não sabe o que é você se preservar, se respeitar e tomar uma decisão de que o meu melhor vai ser dado para Deus. Então, eu tomei uma decisão de não me relacionar sexualmente em namoros passageiros que muitas vezes não me levam a casamento. É uma liberdade que eu tenho de ser assim: de viver a castidade. Estou com 52 anos. Já fui casada com Roberto Carlos e Edmar Fontoura. Tenho dois filhos. Não sou mais nenhuma menina. Se for namorar, agora, o namorado vai ter que se contentar em viver um namoro santo.

Que papel o sexo, então, tem em sua vida?
O relacionamento sexual é sagrado, foi constituído por Deus para perpetuar a espécie. Está na Bíblia. Não foi criado para ficar banalizando. O sexo não faz parte da minha vida como a higiene pessoal, como muitos fazem: escova o dente, toma banho, faz sexo. O sexo tem que ter um valor melhor.

A senhora pensa em casar de novo?
Às vezes, penso em casar de novo até para me ajudar a educar meus filhos: eu sou mulher, eles são dois meninos. Mas, às vezes, penso: “Será que vai dar certo?” Eu já estou tão independente. A minha vida já está tão estruturada, que eu não sei se vai dar muito certo namorar e casar. Mas eu sou uma missionária obediente a Deus. Se for projeto de Deus, Amém.


5 comentários:

henri disse...

...continuação...
Esse fanatismo já rendeu até críticas da própria CNBB, que condena a prática do "falar em línguas"e do"avivamento", assim como os ataques gratuitos à outras religiões, o que distancia os fiéis da verdadeira prática da fé católica proposta pela Igreja. Por falar em ataques à outros credos, atualmente isto é o que mais tem na RCC, onde muitos padres, criticam em seus sermões, práticas e crenças de outras religiões simplesmente por não condizerem com a fé Católica. Estes ataques são principalmente realizados através dos meios de comunicação como emissoras de TV. Nesta área, a RCC tem feito seu maior avanço, onde a cada dia, expande a divulgação de sua doutrina através de vários meios de comunicação, como a rede de TV Canção Nova, a principal emissora da RCC. A Canção Nova tornou-se um meio de divulgação e financiamento do movimento, onde através de práticas originalmente evangélicas, aos moldes da Igreja Universal, Assembléia de Deus e demais igrejas pentencostais, a cada dia, são feitas inúmeras doações à emissora, numa verdadeira troca entre os "favores" prestados por Deus, e a "boa vontade" dos fiéis. A questão do dízimo é altamente explorada, fazendo desta, uma das principais fontes de financiamento do movimento, fora os diversos produtos vendidos, desde velas, medalhas, imagens, livros, filmes e terra santa direta de Jerusalém. Por sinal, a atual campanha de valorização do dízimo, que está varrendo todas as paróquias do Brasil, tem sua fonte neste incentivo da RCC.
O movimento da Renovação tornou-se um retrocesso à todo esforço que o Vaticano II e a ala progressista da Igreja produziu ultimamente na tentativa de criar uma Igreja mais voltada para a sociedade, enquanto que indo no caminho contrário, a RCC preocupa-se unicamente com a questão espiritual e a divulgação de sua doutrina. Curiosamente este conservadorismo doutrinário explica-se pelo fato dos fundadores do movimento nos EUA terem ligações diretas com membros da Opus Dei americana. Embora a Opus Dei seja contrária às inovações e modernidades do culto, características como a rígida defesa da doutrina e tradição católica são frutos da prática da Obra. Esse conservadorismo criou uma legião de fiéis alienados com sua fé, tornando-os verdadeiros "soldados de Cristo", um termo comumente utilizado na RCC. Essa ideia da estrita defesa da fé tem tornado a RCC alvo de várias críticas dentro e fora da Igreja, na qual a mesma vem sendo transformada num novo pasto, onde o rebanho segue obedientemente ao pastor, nesse caso, seus padres que teimam em não seguir os conselhos da CNBB, continuando a praticar uma fé sem nenhum compromisso social para com a população, apenas criando um verdadeiro show onde o artista principal é Jesus e eles são os animadores da torcida.
Por falar em ...
---prossegue num 3ºcomentário--

Henri disse...

...cont...Por falar em animadores de torcida, o maior exemplo desse espetáculo é o Padre Marcelo Rossi. O grande popstar da RCC, Padre Marcelo tornou-se um fenônemo nacional no fim dos anos 90 com a explosão do movimento através da mídia relevisiva como a Rede Globo e o SBT, principalmente. Com seu carisma e animação, Padre Marcelo renovou o modo de conduzir as celebrações, de rezar e de praticar a fé católica. Apelando para uma espiritualidade escatológica, utilizou-se do fim do milênio, no qual ignorantemente a população interpretava como o Fim dos Tempos e a volta de Jesus, com isso, criando uma onda de espiritualidade centrada na adoração a Jesus e na rígida obediência aos ensinamentos da Igreja. Com isso garantia-se um maior número de fiéis assim como uma "cruzada" contra movimentos que ganhavam força na época como a Nova Era, que defendia uma "nova espiritualidade" com o começo do novo milênio. Com esse alistamento dos "soldados de Cristo", a Igreja criava literalmente um exército de fiéis que acreditavam numa espiritualidade renovada, resgatando coisas que há muito tempo não se viam. Anjos, Milagres, Salvação, Cura e Esperança eram os temas principais presentes nas músicas do movimento. A adoração a Jesus também tornou-se o centro do culto, criando uma fé fantasiosa, baseada puramente na crença: Ou você crê, ou você não crê. Ou você está conosco, ou está contra nós. Em resumo, a RCC tomava para si a velha afirmação de que "nós estamos certos, logo você está errado". Entretanto não era bem assim.

O novo milênio chegou, Jesus não veio, e agora a RCC precisava redirecionar o seu o foco, com isso buscou-se os problemas humanos numa nova sociedade. Novamente apelando para a emoção, o movimento buscou a conversão dos homens através da fé. Nesta linha, a atuação de Padre Marcelo é bem traduzida a partir de suas músicas. "Sucessos" como "Tudo é do Pai", "Como Zaqueu", dentre outras músicas, mostra o ser humano como algo sem valor ou capacidade de viver por si mesmo, tornando-se dependente de Deus. Com isso Deus torna-se literalmente uma muleta na qual os homens depositam seus problemas para o mesmo resolver. Ao invés de lutarem para encontrar soluções, o homem entrega-se a Deus na espera de um milagre, tornando-se um ser passivo no mundo, enquanto que Deus é o foco de tudo e de todos. Esta é a principal característica do movimento atual. A entrega a Deus torna-se algo cego, onde o homem deixa de agir, pensar e falar por si mesmo e coloca tudo isso nas "mãos de Deus". Essa alienação vem fazendo com que se crie uma nova leva de fiéis totalmente apáticos frente à Igreja e a sociedade. Além disso, atualmente esta alienação da RCC está atingindo também as crianças. Antes esta formação alienadora era "normal", se dava basicamente através do Batismo, do Catecismo e da regular ida à missa. Agora, a RCC vem alienando as crianças de modo direto através das suas músicas e celebrações.
---cont 4ªmensagem---

Henri disse...

...cont...
Novamente pegando o exemplo de Padre Marcelo, o mesmo vem em seu programa diário de rádio, "Momentos de Fé" fazendo com que crianças cantem, rezem, e professem sua fé. O problema nisto tudo é que são crianças pequenas de 4, 5, 6 anos as quais não sabem nem o que é um "A", quanto mais o que é espiritualidade ou crença em Deus, mal conseguem proferir as palavras, quanto mais entenderem o significado de um "Creio em Deus Pai" ou "Salve Rainha". Desde cedo são doutrinadas a repetirem orações e músicas nas quais elas não tem um pingo de compreensão a respeito do conteúdo. E este é um dos problemas da religião. Desde cedo somos doutrinados a aceitar tudo isso como verdade. E como uma criança jamais contesta a "ordem superior", elas se tornarão adultos que também não contestarão a "ordem superior". Como disse, o movimento da RCC apela intensamente para a emoção. Com isso, várias pessoas que passam por problemas, ao ouvirem esta mensagem de renovação como "Deus está contigo nos teus problemas" ou "Deus mudará tua vida", depositam todas suas esperanças em Jesus, quando muitas vezes elas poderiam resolver seus próprios problemas. Deus não é o office boy que vai entregar o pão nosso de cada dia. O próprio Jesus enfatizava o fato de buscarmos resolver nossos problemas sozinhos e não largar tudo nas mãos de Deus como se ele fosse nosso empregado. E a RCC doutrina justamente o contrário com uma espiritualidade voltada somente à fé e não às obras.

E este é outro problema da RCC. Enquanto que outros movimentos como a Teologia da Libertação e ordens religiosas como os Jesuítas e Franciscanos fazem um grande trabalho social, a RCC dedica-se somente ao culto e às orações, esperando que algum dia Deus resolva por a mão na massa. Não há um trabalho social sério na RCC, há não ser doações e trabalhos assistencialistas vez ou outra. O que podemos chamar de trabalho social na RCC, seria o acompanhamento espiritual, os quais os padres chamam de psicológico-espiritual, um acompanhamento básico para que os fiéis tenham um contato mínimo com a Igreja. O resto é ir para a missa, dedicar-se à grupos de oração e outras coisas que envolvam somente a fé. O próprio Padre Marcelo já falou várias vezes em seus sermões que somente a oração pode mudar as coisas. Em nenhum momento ele cita o trabalho social, movimentos populares ou consciência crítica. Pelo contrário, ele desencoraja ações desse tipo, como se somente a fé em Deus pudesse resolver os problemas do país. E em ano de eleição isto é muito perigoso, uma vez que a própria RCC criou uma campanha que vem sendo lamentavelmente alimentada.

"Católico não vota em abortista". Com esse mote, a RCC não só reafirma a tradição católica de ser contra o aborto, mas manda uma mensagem política: Não votem em progressistas. Dilma, Plínio e outros candidatos que defendem o aborto legal ou a própria legalização são condenados pela RCC, onde a mesma dita em quem o fiel deve votar, neste caso, Serra, e os demais conservadores. O próprio Padre Marcelo votará em Serra. Nada contra o fato dele votar em Serra, embora ache isso falta de cultura política. O problema está no fato desta influência da Igreja e principalmente, dos religiosos. A CNBB está de parabéns, pois neste ano juntamente com as principais dioceses vêm criando uma campanha de consciência política, como aqui em Pernambuco, onde a Arquidiocese de Olinda e Recife, juntamente com a OAB e a Universidade Católica, criou o Comitê de Combate à Corrupção Eleitoral. Mas o que se vê, principalmente no interior do país, e também nas capitais, são padres/ pastores/ religiosos utilizando-se da religião como palanque político. Principalmente Serra e Marina estão se utilizando das igrejas como um púlpito para defenderem questões intimamente ligadas à religião como a legalização do aborto e o casamento e adoção homossexual.
---encerra-se na 5ª postagem---

Unknown disse...

...cont...
Esta politização através da religião é um perigo para um país onde o povo é politicamente alienado e religiosamente obediente. As políticas públicas se mesclam com a crença religiosa, fazendo com que no fim das contas a religião dite a organização social.

As pessoas estão chegando ao cúmulo de decidirem seu voto à partir da visão religiosa do candidato. "Não voto em Dilma porque ela é abortista", "Não voto em Plínio porque ele é Comunista", "Eu voto em Marina porque ela é evangélica", "Eu voto em Serra porque ele é Católico", "Eu voto em Eymael porque ele é um democrata cristão". Venho ouvindo coisas desse tipo regularmente, e tenho medo de que a política realmente se torne refém da religião, principalmente através de movimentos fanáticos como a RCC, onde a cada dia desvirtua a função social da Igreja e a real prática da fé Católica. Por mais que a Igreja critique as fantásticas práticas pentencostais e evangélicas, a mesma está indo no mesmo caminho, se afastando da real mensagem de Jesus que era a libertação do homem da escravidão, não através da fé cega que disputa com as outras crenças quem é dono da verdade, mas por meio de uma consciência de mundo pautada no respeito ao próximo e na coexistência das diferenças. A única coisa que a RCC realmente constroi é seu império religioso com um exército de soldados alienados que financiam um movimento puramente apático sem ação na sociedade, o qual defende uma fé cega sem obras que não possui um mínimo de compromisso em construir o Reino de Deus na Terra. Portanto diga não à Renovação Carismática Católica, e busque os verdadeiros movimentos da Igreja que buscam agir ao lado de sua fé, não somente se limitando à Missa e seu estrito ritual dogmatizado. A verdadeira Igreja busca a prática da mensagem de Jesus, o Cristo Libertador."
Escrito por Shaka (Rafael Vilaça).
__________________*________________

Bastante esclarecedor... um primor!
Cristão deve viver de obra, doação ao próximo e, principalmente, em estender ajuda e amparo aos desfavorecidos e perseguidos ,como o fez Jesus, não viver de adoração cega, carregados de preconceitos, fazendo julgamentos...buscando dinheiro de modo desenfreado.
Rezo para que um dia nossos irmãos católicos carismáticos consigam discernir tudo isso.
Que a paz de cristo esteja sempre conosco.
Amém!

henrinicholas@bol.com.br

Henri disse...

Esta politização através da religião é um perigo para um país onde o povo é politicamente alienado e religiosamente obediente. As políticas públicas se mesclam com a crença religiosa, fazendo com que no fim das contas a religião dite a organização social.

As pessoas estão chegando ao cúmulo de decidirem seu voto à partir da visão religiosa do candidato. "Não voto em Dilma porque ela é abortista", "Não voto em Plínio porque ele é Comunista", "Eu voto em Marina porque ela é evangélica", "Eu voto em Serra porque ele é Católico", "Eu voto em Eymael porque ele é um democrata cristão". Venho ouvindo coisas desse tipo regularmente, e tenho medo de que a política realmente se torne refém da religião, principalmente através de movimentos fanáticos como a RCC, onde a cada dia desvirtua a função social da Igreja e a real prática da fé Católica. Por mais que a Igreja critique as fantásticas práticas pentencostais e evangélicas, a mesma está indo no mesmo caminho, se afastando da real mensagem de Jesus que era a libertação do homem da escravidão, não através da fé cega que disputa com as outras crenças quem é dono da verdade, mas por meio de uma consciência de mundo pautada no respeito ao próximo e na coexistência das diferenças. A única coisa que a RCC realmente constroi é seu império religioso com um exército de soldados alienados que financiam um movimento puramente apático sem ação na sociedade, o qual defende uma fé cega sem obras que não possui um mínimo de compromisso em construir o Reino de Deus na Terra. Portanto diga não à Renovação Carismática Católica, e busque os verdadeiros movimentos da Igreja que buscam agir ao lado de sua fé, não somente se limitando à Missa e seu estrito ritual dogmatizado. A verdadeira Igreja busca a prática da mensagem de Jesus, o Cristo Libertador."
Escrito por Shaka (Rafael Vilaça).
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Bastante esclarecedor... um primor!
Cristão deve viver de obra, doação ao próximo e, principalmente, em estender ajuda e amparo aos desfavorecidos e perseguidos ,como o fez Jesus, não viver de adoração cega, carregados de preconceitos, fazendo julgamentos...buscando dinheiro de modo desenfreado.
Rezo para que um dia nossos irmãos católicos carismáticos consigam discernir tudo isso.
Que a paz de cristo esteja sempre conosco.
Amém!

henrinicholas@bol.com.br