domingo, 5 de setembro de 2010

Sob comando do PT, Foro de São Paulo celebra censura à imprensa.

Há veículos de comunicação e, sobretudo, jornalistas que exigem umas chicotadas para acordar. Sem isso, dormem o sono dos tolos. Alguns consideraram excessivo o discurso do tucano José Serra no seminário da ANJ, em que acusou as muitas tentativas do governo de censurar a imprensa.

Pois bem. Leiam o que segue, volto em seguida:

Foro de São Paulo celebra iniciativas que aumentam controle da imprensa

Por Gustavo Hennemann, na Folha Online:

O Foro de São Paulo, que reúne partidos da esquerda latino-americana sob a liderança do PT, encerrou hoje seu 16º encontro, em Buenos Aires, celebrando iniciativas de governos da região que tentam aumentar o controle do Estado no setor de comunicação social.

Segundo a resolução aprovada pelo grupo, a lei de mídia aprovada na Argentina em 2009 –hoje suspensa pela Justiça– deve ser uma “referência imprescindível” para os demais países.
Além de dividir as concessões igualmente entre o Estado, movimentos sociais e o setor privado, a lei argentina obriga o Grupo Clarín –maior do país– a se desfazer de licenças de transmissão de TV e rádio.

A norma contribui para a “pluralidade e diversidade de vozes”, segundo o Foro, e demonstra que o Estado deve ter um papel de protagonista na política do setor e precisa “colocar limites na concentração dos meios”.

O Foro também destacou que setores sociais do Brasil, da Argentina e do Paraguai conseguiram levantar dúvidas sobre a “credibilidade dos grandes meios de comunicação” e que isso resultou em menores níveis de venda e audiência no caso de jornais impressos e da TV.
Ao reiterar seu apoio total à Revolução Cubana, o grupo também “denunciou uma feroz campanha midiática” contra o país caribenho que tenta provocar o descrédito das autoridades do regime comandado por Raúl Castro.

Fundado em São Paulo, em 1990, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo então líder do governo cubano Fidel Castro, o Foro conseguiu articular a esquerda do continente. Juntos, os partidos se transformaram em uma frente de contestação à onda neoliberal instaurada na última década.

Hoje, partidos que integram o Foro governam 11 países da América Latina e têm diferentes propostas de modelo econômico e político. Enquanto uns querem implantar o modelo socialista semelhante ao de Cuba, outros defendem regimes mais igualitários, mas sem a extinção do mercado.

Durante o encontro realizado na Argentina, o secretário-executivo do Foro e dirigente do PT, Valter Pomar, leu uma carta enviada pelo presidente Lula aos participantes do evento.
Além de comemorar os avanços da esquerda no continente, Lula criticou a “direita que foi apeada do poder pela vontade popular”.

Na declaração final, o Foro registrou que “demonstra satisfação” por ver a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff liderando as pesquisas de intenção de voto.
ComentoComeço dando uma dica ao repórter. Não estrague seu texto, rapaz, reafirmando as mentiras que alguns dizem sobre si mesmos para tentar lavar a própria biografia. É uma besteira afirmar que o Foro de São Paulo foi criado em 1990 como “frente de contestação à onda neoliberal instaurada na última década” - “última” certamente quer dizer, no texto, “anterior”.
Não é isso, não, viu Hennemann? Leia os documentos do Foro e verá que ele foi criado como uma resposta das esquerdas ao colapso da União Soviética. Elas concluíram que precisavam se unir contra o que chamavam “Poder Único” - os EUA.

Na América Latina, a entidade pretendeu substituir a Internacional Comunista. E, de certo modo, foi bem-sucedida.

O PT é hoje a principal força do Foro, condição adquirida com a chegada de Lula ao poder e com a importância que o partido tem hoje no aparelho de estado no Brasil.

Não se deve confundir o grupo com uma associação lítero-musical. Ele coordena estratégias de tomada e manutenção de poder no continente. Como o próprio Lula faz questão de destacar, seus “associados” governam hoje 11 países - cada um com a sua própria tática, mas todos sempre repudiando o entendimento que o mundo democrático tem da… democracia! Isso explica a ação absurda empreendida por Venezuela, Brasil e El Salvador para tentar reinstalar o golpista Manuel Zelaya na Presidência de Honduras.

No que concerne a imprensa, resta evidente que as ações de intimidação e censura já não são uma “pauta nacional”. Há um movimento nesse sentido na América Latina, e o Foro a coordena. Sob o pretexto da “democratização” - linguagem que o casal Kirchner emprega na Argentina -, busca-se subordinar a imprensa ao controle do estado e de grupos de pressão ligados a partidos - justamente aqueles representados na entidade.

Eles são assim mesmo. Num dia, Franklin Martins emite uma nota repudiando a acusação de que governo e PT tentam censurar a imprensa. No seguinte, o partido comanda uma espécie de convocação em favor da censura na América Latina.

Por Reinaldo Azevedo

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