quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Bento XVI sintetiza mensagem de Lourdes: «O amor é mais forte que o mal»

LOURDES, domingo, 14 de setembro de 2008 (ZENIT.org)

A mensagem que Maria deixou há 150 anos é uma mensagem de esperança.
Bento XVI lançou uma mensagem de esperança na missa que presidiu neste domingo nesta localidade dos Pirineus franceses por ocasião dos 150 anos das aparições da Virgem Maria: «O poder do amor é mais forte que o mal que nos ameaça».
Na homilia, o pontífice apresentou «o essencial da mensagem de Lourdes» aos 150 mil peregrinos reunidos sob um céu azul.
Concelebraram a Eucaristia com o Papa 230 bispos e mil sacerdotes. Para poder estar presentes, cerca de 5 mil pessoas haviam dormido a noite anterior na basílica subterrânea de São Pio X.
No dia no qual a liturgia da Igreja celebrava a festa da Exaltação da Santa Cruz, o pontífice recordou que «é significativo» que na primeira aparição a Santa Bernadete Soubirous (1844-1879) Maria tenha começado seu encontro com o sinal da Cruz.
«O sinal da Cruz é de alguma forma o compêndio da nossa fé, porque nos diz o quanto Deus nos amou; e nos diz que, no mundo, há um amor mais forte que a morte, mais forte que nossas fraquezas e pecados. O poder do amor é mais forte que o mal que nos ameaça», afirmou.
Segundo Bento XVI, «este mistério da universalidade do amor de Deus pelos homens é o que Maria revelou aqui, em Lourdes. Ela convida todos os homens de boa vontade, todos os que sofrem em seu coração ou em seu corpo, a levantarem os olhos para a Cruz de Jesus para encontrar nela a fonte da vida, a fonte da salvação», assegurou.
Bernadete deu testemunho de 18 aparições da Virgem entre 11 de fevereiro e 18 de julho de 1858, na gruta de Massabielle.
Hoje Lourdes reúne cada ano cerca de 6 milhões de peregrinos.
Desde então, a Sala Médica dos Santuários reconheceu 67 milagres (curas cientificamente inexplicáveis).
Cada ano esta instituição recebe indicações de cerca de 35 casos de possíveis milagres. Na maioria dos casos, a pesquisa não prospera.
Ao aprofundar na mensagem de Lourdes, o sucessor de Pedro recordou que a Virgem se apresentou a Bernadete com este nome: «Eu sou a Imaculada Conceição».
«Maria lhe revela deste modo a graça extraordinária que Ela recebeu de Deus, a de ser concebida sem pecado, porque ‘olhou para a humildade de sua serva’». Desta forma, declarou, «ao apresentar-se em uma dependência total de Deus, Maria expressa na verdade uma atitude de plena liberdade, fundamentada no completo reconhecimento de sua genuína dignidade».
«É o caminho que Maria abre também ao homem. Colocar-se completamente nas mãos de Deus é encontrar o caminho da verdadeira liberdade. Porque, dirigindo-se a Deus, o homem chega a ser ele mesmo; encontra sua vocação original de pessoa criada à sua imagem e semelhança», assegurou.
Em Lourdes, recordou, «Maria vem a nosso encontro como a Mãe sempre disponível diante das necessidades de seus filhos. Mediante a luz que brota de seu rosto transparece a misericórdia de Deus. Deixemos que seu olhar nos acaricie e nos diga que Deus nos ama e nunca nos abandona», exortou.
Por este motivo, concluiu, «a mensagem de Maria é uma mensagem de esperança para todos os homens e para todas as mulheres do nosso tempo, sejam do país que forem».
O Papa confessou que gosta de invocar Maria como «Estrela da esperança», como o faz no número 50 de sua segunda encíclica, Spe salvi.
«No caminho de nossas vidas, freqüentemente escuro, Ela é uma luz de esperança, que nos ilumina e nos orienta em nosso caminhar. Por seu ‘sim’, pelo dom generoso de si mesma, Ela abriu a Deus as portas do nosso mundo e da nossa história», terminou.
Após a homilia, interrompida em vários momentos pelos aplausos, com uma iniciativa pouco comum, o Papa deixou um longo momento de silêncio para deixar espaço à meditação sobre a mensagem de Lourdes.

Nenhum comentário: