Sempre se afirma que o advento é tempo de espera pela vinda do Senhor, tempo de preparação para o Natal. E é verdade! Receio, porém, que se empobreça o sentido do advento se, neste tempo, nós discípulos e discípulas do Senhor não vivenciarmos um aspecto importantíssimo da experiência cristã que é a esperança.
Quando se fala de esperança, muitas vezes se entende uma atitude passiva de quem não se resigna a perder tudo. Típica é a expressão popular: “a esperança é a última que morre”!
Mas a esperança cristã não é assim e não tem nada a ver com passividade e resignação, pelo contrário exige fortaleza de ânimo, ousadia, sonho e compromisso!
Porque a esperança em Cristo baseia-se não somente nas promessas de Deus a serem cumpridas, mas nas promessas já realizadas em Cristo Jesus e portanto já cumpridas. Ao mesmo tempo ela exige o compromisso dos discípulos e discípulas para que, quanto realizado pelo Senhor, se atualize em cada época e em cada geração de cristãos, certos de suas palavras: “Fareis coisas maiores do que eu!” (Jo 14,12)
Nós temos certeza que é a vida a dizer a última palavra e não a morte, que o amor vencerá e não o ódio, que o sonho de um mundo de irmãos será realidade e não “cada um por si e Deus por todos”, que a justiça e a paz se abraçarão e não a intolerância, a guerra e a exploração do homem sobre o homem! Porque em Cristo ressuscitado a vitória nos foi assegurada e certificada! Não há o que temer!
Paira, porém, uma pergunta: Por que, então, o mundo é assim e ameaça esta esperança? Que vitória é esta, quando vemos tantos sinais de morte, de injustiça e de violência? Aí vem o nosso compromisso, a nossa “valentia” e os nossos sonhos. O nosso Deus não é o paizão que nos dá contínuos presentes ou as coisas já confeccionadas, não! Torna-nos parceiros na construção do mundo novo! Por isso lutamos, sofremos e nos comprometemos na realização do sonho dele e nosso: um mundo de irmãos!
Se de um lado “já”nos foi dada em Cristo a demonstração e a certeza que o mundo novo começou e vai vingar, do outro lado “ainda não” se realizou plenamente, porque Deus nos torna parceiros e exige o nosso compromisso para a sua completa realização. Entre este “já” e este “ainda não” se joga a história da humanidade e a nossa história pessoal.
A esperança cristã, neste tempo de advento deve ser acordada para que, despertos, possamos realizar aquelas “obras da luz” que nos fazem entrar no dia sem ocaso: o Reino De Deus! No início do Advento, exatamente no dia 04 de dezembro iniciaremos a comemoração dos 90 anos de criação da nossa Diocese de Barra do Piraí e Volta Redonda para concluir no dia 04 de dezembro do ano que vem, data da sua criação. Como não se trata de um ano jubilar, não iremos comemorar com grande solenidade esta data que, por outro lado, não deve passar despercebida. Assim, ao longo do ano, aproveitaremos dos eventos diocesanos mais significativos dando-lhes um timbre comemorativo da passagem do 90° aniversário da diocese. Aproveito para desejar a todos os nossos leitores os mais fraternos e calorosos votos de Feliz Natal e próspero Ano Novo! Com minha bênção de pastor + Francisco Biasin - Bispo Diocesano da Diocese de Barra do Pirai - Volta Redonda
| 
Nenhum comentário:
Postar um comentário