sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Toma JEAN WYLLYS.
Date: Mon, 17 Dec 2012 19:34:12 -0200
From:
To: dep.jeanwyllys@camara.leg.br
Subject: Um minuto de sua atenção, deputado.
São Paulo, 17 de dezembro de 2012.
V. Exa. deputado Jean Wyllys,
Chamo-me Renata e resido em São Paulo. Sou cidadã brasileira, casada, mãe de família e profissional.O intuito dessa mensagem é dirigir-me a V. Exa. no sentido de expor-lhe, data venia, minha indignação e repúdio a diversas mensagens que V. Exa. postou em seu twitter, como resposta à primeira mensagem oficial do Santo Padre enviada por este meio de comunicação.
O senhor, em uma clara mensagem que incita o ódio e a humilhação ao Papa, afirma diversas acusações contra a Igreja Católica. Duas coisas me chamaram a atenção: primeiro, o senhor, como uma pessoa pública e representante do povo brasileiro que o elegeu (este povo, que em último censo realizado pelo IBGE mostrou-se majoritariamente religioso), teve uma postura desrespeitosa e impertinente.
Gostaria de lembrá-lo que o Papa é um chefe de Estado. Aos chefes de Estado deve-se o respeito e a consideração, por mais que discordemos de suas posturas éticas, filosóficas ou religiosas. O senhor, neste ponto, considerou-se acima do respeito devido a um chefe de Estado.
Em segundo lugar, eu quero pedir-lhe que me envie as fontes "primárias" que comprovem TODAS as acusações que o senhor levantou contra a Igreja Católica. Quero lembrá-lo que, para tanto, será necessário ir às fontes, não aos impropérios que qualquer professor de cursinho repete, sem nem mesmo saber o que faz, nas aulas de História, completamente ideologizadas pela visão marxista antireligiosa.
O senhor em seus comentários deveria, por força de justiça, junto com suas acusações à Igreja, dizer quais foram os bens legados e ainda hoje mantidos pela MAIOR INSTITUIÇÃO DE CARIDADE EXISTENTE NA FACE DA TERRA. Se não o fez, prova que a intenção não era a de simplesmente discordar da visão do Santo Padre e da Igreja Católica, mas a de incitar o ódio contra eles. O senhor deveria, por exemplo, citar que a Igreja Católica criou os conceitos de:
- Universidade,
- Hospital (com seu ápice em São Camilo de Lelis, o qual foi o fundador dos padres e freiras que se dedicam aos cuidados dos doentes e que deu origem à "Cruz Vermelha")
- Atendimento "humanizado", baseado na antropologia cristã de que somos todos imagens e semelhança de Deus. Aqui, vale lembrar que na India, por exemplo, o sistema de castas afirma que existem os "intocáveis", que não devem nem ser tocados pelas pessoas de castas superiores – vide o trabalho de Madre Teresa de Calcutá)
- Avanço nos estudos astronômicos (uma pequena pesquisa pode fazê-lo ver que grande parte das estrelas e demais corpos celestes mais importantes receberam nomes de padres jesuítas, exímios astrônomos)
- Genética (o monge beneditino Gregor Mendel é considerado o pai da Genética por ter sido o primeiro a perceber que os fatores hereditários transmitiam-se de acordo com uma proporção matemática evidenciável)
- Cuidado de doentes incuráveis (os leprosários onde ninguém queria entrar eram cuidados por padres e freiras cujos nomes permanecem no mais total anonimato, mas que foram heróis da caridade, muitas vezes vindo a morrer pelas doenças transmitidas pelos doentes dos quais cuidavam desinteressadamente)
- Caridade: apesar de a máxima "fazer aos outro o que quer que ele lhe faça" ser universal, não podemos negar que ela encontrou um eco forte e vigoroso entre os cristãos, especialmente os católicos (vide São Francisco de Assis, Madre Teresa de Calcutá, São Vicente de Paulo e tantos e tantos católicos que não vão nunca aparecer na mídia, mas que são os verdadeiros herois da humanidade)
- Ecologia – o respeito pela criação, que vibra tão pujantemente das palavras e ações do "pobre de Assis".
…
Como podemos evidenciar, deputado, sua mensagem deixou muita coisa por dizer. Evidenciou uma verdade distorcida, caluniadora e de fracos argumentos. Entendemos que, com isso, o senhor não teve uma verdadeira intenção de contrapor-se às ideias do Papa, mas em desrespeitá-lo e levar outros a fazer o mesmo.
Concluo esta mensagem pedindo-lhe que venha a público desculpar-se pelo viés causado por suas mensagens e também pedir-lhe que, em um próxima vez, lembre-se que com a fé das pessoas não se brinca; se respeita, por mais que delas discordemos.
Atenciosamente,
Renata Gusson.
quinta-feira, 26 de julho de 2012
O que é Dogma?
No Evangelho se sublinha várias vezes a natureza da fé. Está descrita como uma adesão ao ensinamento divino anunciado por Cristo ou pregada em seu nome e com sua autoridade pelos Apóstolos. No Evangelho de São Marcos encontramos:
"A fé é garantia do que se espera; a prova das realidades que não se vêem. Foi ela que valeu aos nossos ancestrais." (Hb 11,1-2).
Do século I ao IV, esta doutrina se manifesta pela insistência com a qual os Santos Padres afimaram a obrigação de crer integramente na doutrina ensinada por Jesus Cristo aos Apóstolos. Para que o ensinamento divino contido nas Sagradas Escrituras seja um dogma são necessárias duas condições:
1. A Existência de Deus
2. A Existência de Deus como Objeto de Fé
A Unicidade de Deus
3. Deus é Eterno
4. Santíssima Trindade
1. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e filho de Deus por essência
2. Jesus possui duas naturezas que não se transformam nem se misturam
3. Cada uma das duas naturezas em Cristo possui uma própria vontade física e uma própria operação física
4. Jesus Cristo, ainda que homem, é Filho natural de Deus
5. Cristo imolou-se a si mesmo na cruz como verdadeiro e próprio sacrifício
6. Cristo nos resgatou e reconciliou com Deus por meio do sacrifício de sua morte na cruz
7. Ao terceiro dia depois de sua morte, Cristo ressuscitou glorioso dentre os mortos
8. Cristo subiu em corpo e alma aos céus e está sentado à direita de Deus Pai
1. Tudo o que existe foi criado por Deus a partir do Nada
2. Caráter temporal do mundo
3. Conservação do mundo
1. O homem é formado por corpo material e alma espiritual
2. O pecado de Adão se propaga a todos seus descendentes por geração, não por imitação
3. O homem caído não pode redimir-se a si próprio
1. A Imaculada Conceição de Maria
2. Maria, Mãe de Deus
3. A Assunção de Maria
4. A Virgindade perpétua de Maria
1. A Igreja foi fundada pelo Deus e Homem, Jesus Cristo
2. Cristo constituiu o Apóstolo São Pedro como primeiro entre os Apóstolos e como cabeça visível de toda Igreja, conferindo-lhe imediata e pessoalmente o primado de jurisdição
3. O Papa possui o pleno e supremo poder de jurisdição sobre toda Igreja, não somente em coisas de fé e costumes, mas também na disciplina e governo da Igreja
4. O Papa é infalível sempre que se pronuncia ex catedra
5. A Igreja é infalível quando faz definição em matéria de fé e costumes
1. O Batismo é verdadeiro Sacramento instituído por Jesus Cristo
2. A Confirmação é verdadeiro e próprio Sacramento
3. A Igreja recebeu de Cristo o poder de perdoar os pecados cometidos após o Batismo
4. A Confissão Sacramental dos pecados está prescrita por Direito Divino e é necessária para a salvação
5. A Eucaristia é verdadeiro Sacramento instituído por Cristo
6. Cristo está presente no sacramento do altar pela Transubstanciação de toda a substância do pão em seu corpo e toda substância do vinho em seu sangue
7. A Unção dos enfermos é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo
8. A Ordem é verdadeiro e próprio Sacramento instituído por Cristo
9. O matrimônio é verdadeiro e próprio Sacramento
1. A Morte e sua origem
2. O Céu (Paraíso)
3. O Inferno
4. O Purgatório
5. O Fim do mundo e a Segunda Vinda de Cristo
6. A Ressurreição dos Mortos no Último Dia
7. O Juízo Universal
Homossexualismo: vício contra a natureza.
terça-feira, 19 de junho de 2012
A sacralidade do amor matrimonial
A partir dessa podemos, legitimamente, compreender o significado inicial do Matrimônio: homem e mulher criados por Deus e chamados a viverem o Amor. Segundo a Escritura “O Senhor Deus disse: ‘Não é bom que o homem esteja só. Vou fazer uma auxiliar que lhe corresponda (assemelhe)” (Gn 2,18). Essa “correspondência” ou “semelhança” está na comum natureza:“Então, o Senhor Deus fez vir sobre o homem um profundo sono, e ele adormeceu. Tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. Depois, da costela tirada do homem, o Senhor Deus formou a mulher e apresentou-a ao homem. E o homem exclamou: ‘Esta sim é osso dos meus ossos, é carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque foi tirada do homem!’Por isso deixará o homem o pai e a mãe e se unirá à sua mulher e eles serão uma só carne” (Gn 2, 21-24). Homem e mulher têm a mesma natureza que implica no reconhecimento da diferença: masculino e feminino. Eis o que a união matrimonial nos mostra: a doação-união de dois seres diferentes que compartilham a mesma natureza frutificando em um terceiro ser: o filho. Nessa acepção, o amor matrimonial é chamado a sinalizar o Amor Trinitário. Ao mesmo tempo, a realidade matrimonial reflete a doação amorosa recíproca Cristo-Igreja (sua esposa). Ele entregou a vida por Ela. Ela vive por Ele (cf. Jo 19, 34-35).
Na cotidianidade da vida isso significa que o Matrimônio é o “local” em que o casal católico aprende a exercitar-se no amor visto que a necessária coexistência exige paciência, acolhimento, doação de si, renúncia. Em outras palavras, a vida matrimonial possibilita ao casal desenvolver-se nas duas dimensões do Amor: éros e ágape. A primeira dimensão é marcada pelo desejo de conquista, de posse. A segunda dimensão se caracteriza pela capacidade de sair de si, de doar-se. Nesse sentido, ensina o Santo Padre Bento XVI em sua encíclica DEUS CARITAS EST (DCE, 7) que eros e agape “nunca se deixam separar completamente um do outro. Quanto mais os dois encontram a justa unidade, embora em distintas dimensões, na única realidade do amor, tanto mais se realiza a verdadeira natureza do amor em geral”. Um matrimônio que não busque construir-se nesses dois sentidos do amor está fadado à frustração, pois se não há doação, não há comunhão e a sacralidade não é vivenciada.
__________
Professor Ricardino Lassadier é graduado em Filosofia. Especialista em Filosofia e Teologia. Leciona no IRFP e na Rede Pública Estadual, é ministrante de cursos no CCFC (Centro de Cultura e Formação Cristã).
Cidades Sustentáveis e o Branding de Políticas e Lugares
- Governança
- Bens Naturais Comuns
- Equidade, Justiça Social e Cultura de Paz
- Gestão Local para a Sustentabilidade
- Planejamento e Desenho Urbano
- Cultura para a Sustentabilidade
- Educação para a Sustentabilidade e Qualidade de Vida
- Economia Local Dinâmica, Criativa e Sustentável
- Consumo Responsável e Opções de Estilo de Vida
- Melhor Mobilidade, Menos Tráfego
- Ação Local para a Saúde
- Do Local para o Global

sábado, 16 de junho de 2012
Ponto de Vista
A recente entrevista do psicanalista George Gouvêa, presidente da ONG Grupo Pela Vida, ao portal de notícias UOL é, no mínimo, estranha. Ao comentar o surto de aids no Brasil, Gouvêa comete o erro crasso de responsabilizar a Igreja e setores conservadores pelo fracasso das políticas públicas de prevenção da doença. Declara o psicanalista: “Há uma intromissão em políticas públicas de saúde no Estado laico de determinados setores religiosos. Se o Estado é laico, o nosso ordenamento político, com todo respeito, não é a Bíblia, é a Constituição”.
Renan Cunha é estudante de Jornalismo na UEL.
O PAPA, OS JOVENS E A ALEGRIA.
Por que o Católico não pode ser Espírita?
O espírita declara que os papas só espalharam o erro e a incredulidade.
O espírita declara que até a vinda de Allan Kardec, a obra de Cristo estava inutilizada e perdida.
O espírita afirma que os homens são partículas de Deus (verdadeiro panteísmo).
O espírita afirma que nossa alma é resultado de lenta e longa evolução, tendo passado pelo reino mineral, vegetal e animal.
O espírita afirma que é composto entre perispírito e alma e que o corpo é apena um invólucro temporário, um "alambique para purificar o espírito".
O espírita faz desta evocação uma nova religião.
Grande parte dos espíritas afirma que Cristo tinha apenas um corpo aparente ou fluídico.
O espírita nega e ridiculariza todos os privilégios de Maria.
O espírita afirma que Jesus não é nosso Redentor, mas apenas veio para ensinar algumas verdades e de modo obscuro; e que cada pessoa precisa remir-se a si mesma.
O espírita afirma que Deus não pode perdoar os pecados sem que se proceda rigorosa expiação e reparação feita pelo próprio pecador, sempre em novas reencarnações.
O espírita não aceita nenhum Sacramento, nem mesmo o poder da graça santificante.
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Ponto de Vista
A recente entrevista do psicanalista George Gouvêa, presidente da ONG Grupo Pela Vida, ao portal de notícias UOL é, no mínimo, estranha. Ao comentar o surto de aids no Brasil, Gouvêa comete o erro crasso de responsabilizar a Igreja e setores conservadores pelo fracasso das políticas públicas de prevenção da doença. Declara o psicanalista: “Há uma intromissão em políticas públicas de saúde no Estado laico de determinados setores religiosos. Se o Estado é laico, o nosso ordenamento político, com todo respeito, não é a Bíblia, é a Constituição”.
George Gouvêa parece não saber que a Constituição Federal foi promulgada “sob as bênçãos de Deus”. Os direitos, em geral, pressupõem um fundamento. E o que seria esse fundamento, senão a lei natural? A Igreja, sendo uma instituição formada por cidadãos, deve opinar e zelar para que os governos democraticamente instituídos respeitem a dignidade e o valor da vida humana em suas ações.
Todavia, o respeito à dignidade da pessoa humana é o que mais está em falta nos projetos do governo, inclusive os de combate à aids. O enfoque exclusivo na irresponsável distribuição de camisinhas e outros contraceptivos já se mostrou um verdadeiro fracasso. É antes o problema do que a solução. Além de não ser cem por cento segura, a camisinha estimula o sexo casual e a banalização dos relacionamentos humanos. Não é à toa que o Brasil é o país onde os adolescentes perdem a virgindade mais cedo.
Fechar os olhos para isso é contraproducente. Até mesmo a Universidade Harvard já reconheceu que a melhor maneira de se combater as doenças sexualmente transmissíveis é a apresentada pela Igreja: castidade e fidelidade conjugal. Uganda, por exemplo, conseguiu reduzir de 30% para 7% o número de soropositivos no país, através de campanhas que incentivam a abstinência e a monogamia.
Contudo, a atitude desonesta de Gouvêa em se eximir de suas responsabilidades e colocar a culpa em outrem, no caso, na Igreja, não é novidade. A prática remonta o primeiro século, quando Nero, após atear fogo em Roma, responsabilizou os cristãos pela tragédia. A ordem é essa: na dúvida, culpe a Igreja.
Assim, um skinhead mata um homossexual e a culpa é do Padre Paulo Ricardo; uma mulher é estuprada e a culpa é da Igreja; crianças morrem de fome na África e a culpa é do trono do Papa. E ai daquele que se atrever a contestar. Corre o risco de ser amordaçado e xingado de xiita por gente tão “tolerante” que faz campanha para criminalizar opiniões alheias.
O filósofo Luiz Felipe Pondé, em uma recente entrevista sobre o conceito de “politicamente correto”, declarou que “o único preconceito que no jantar inteligente é aceito é contra católico”. Há alguns anos, isso soaria como uma bobagem do filósofo. Hoje, no entanto, a declaração de Pondé não poderia ser mais lúcida!
Renan Cunha é estudante de Jornalismo na UEL.
domingo, 10 de junho de 2012
Origem de Corpus Christi
As procissões com a Eucaristia são um testemunho público de fé e piedade a Jesus Cristo
Eucarístico. Mas, nosso amor pela Eucaristia não se comprova na hora das procissões:
comprova-se na hora do Banquete Eucarístico (missa)
sábado, 9 de junho de 2012
Corpus Christi – Tesouro de exemplos.
O Castigo não se fez esperar
Em 1931, na festa de Corpus Christi, o bispo de Nantes (França), por causa do mau tempo, suspendeu a procissão do SS. Sacramento. No dia seguinte os jornais socialistas e maçônicos de Nantes zombavam da decisão do prelado. "Que faz o vosso Deus? (escrevia um dêles em tom de desprêzo). Nós nos rimos dêle. Para o próximo domingo, 7 de junho, organizamos uma excursão a Saint-Nazaire pelo vapor 'Saint Philibert'. Vereis como tudo correrá bem, apesar de que todos os excursionistas perderão a missa para tomar o cruzeiro".
Chegou o domingo 7 de junho. Eram 600 os passageiros que bem cedo embarcaram no vapor. O "Saint Philibert" desceu bem o Loire, chegou a Saint-Nazaire e depois saiu do estuário e entrou no Atlântico para um breve giro ao largo. De repente, formou-se um denso nevoeiro; não se via nem se ouvia nada a dez metros de distância. Não demorou muito a catástrofe: um choque tremendo com um poderoso transatlântico, que partia pelo meio o pequeno vapor francês. Após dois minutos de gritos de terror, um silêncio de morte. O "Saint Philibert" submergia no oceano para sempre. 499 excursionistas desapareceram nas ondas; quatro enlouqueceram ; os outros foram salvos com dificuldade por outro vapor; o capitão, desesperado, deixou-se afundar com seu navio. Assim respondia Deus à provocação dos míseros homenzinhos da seita.
* * *
Queria pô-las como flores
Em 1873 um homem de Wisembach, povoado dos Voges, amontoava imundícies num depósito. Aos que lhe perguntavam para que serviria aquilo, respondia:
- Este lixo eu o porei como flôres nas ruas por onde há de passara procissão de Corpo de Deus. Três dias depois foi atacado de apoplexia, morrendo sem recobrar os sentidos e sendo enterrado no próprio dia de Corpus Christi.
* * *
Bravos cruzadinhos
Um missionário do longínquo Oriente, vendo um jovenzinho muito recolhido e devoto diante do altar do Santíssimo, perguntou:
- José, que faz ai tanto tempo e que é que diz a Jesus?
- Nada, Padre, pois não sei ler nos livros. Somente exponho minha alma ao Sol.
* * *
Aos seus mais pequenos Cruzadinhos, perguntou um tal Vigário:
- Quantas vêzes se deve comungar?
- Muitas vêzes, Padre.
- Bem; e quem sabe me dizer por quê?
- Eu, Padre, eu sei. Jesus tomou o pão para mostrar que o devemos comer todos os dias; porque, se tivesse tomado a sobremesa, diríamos que só se devia comungar nos dias de festa.
* * *
Um menino distribui a Comunhão
Na guerra de 1914, que durou quatro anos, os exércitos italiano e alemão pelejavam perto da povoação de Torcegno, no vale de Brenta. À meia-noite, entraram os alemães para ocupar a igreja e a tôrre e levaram consigo prisioneiros os sacerdotes que havia, sem dar-lhes tempo de retirar o Santíssimo da igreja.
De manhã, antes da aurora, o povo recebeu ordem de evacuar o povoado, pois ia dar-se ali a batalha. Eram os habitantes cristãos fervorosos que amavam muito suas roças, suas casas e mais ainda sua igreja. Mas não havia remédio; era preciso fügir.
Salvemos ao menos o Santíssimo, disseram todos; mas como, se não havia padres? Lembraram-se de escolher o menino mais inocente e angélico para abrir o sacrário e dar a comunhão a todos os presentes, consumindo-se assim tôdas as hóstias. Ao sair o sol, todo o povo estava na igreja, as velas acesas, no altar e o menino revestido de alvas veites. Sobe o mesmo com grande reverência os degraus do altar, estende o corporal, abre a portinha, toma o cibório douraclo e, tendo todos rezado o "Eu pecador", desce até à grade e vai dando as hóstias até esvaziar o cibório.
Purificou logo o vaso sagrado com todo cuidado, juntou as mãos e desceu os degraus do altar como um anjo. Levando Jesus no coração, todo o povo se apressou a fugir para os montes. Corriam lágrimas dos olhos de muitos, é verdade, mas a alma estava confortada com o manjar divino.
Ao pequeno "diácono" enviou o Santo Padre Bento XV sua bênção e suas felicitações.
* * *
A força para o Sacrifício
Em 1901, começou na França o fechamento de todos os conventos e a expulsão dos religiosos. Foi nesse ano que se deu, em Reims, o câso seguinte contado pelo Cardeal Langenieux, arcebispo daquela cidade.
Havia em Peims, entre outros, um hospital que abrigava somente os doentes atacados de doenças contagiosas, que não encontravam alhures nenhum enfermeiro que quisesse cuidar dêles. Em tais hospitais somente as Irmãs de caridade costumam tratar dos doentes e era essa a razão por que ainda não haviam expulsado as religiosas daquela casa.
Um dia, porém, chegou ao hospital um grupo de conselheiros municipais (vereadores), dizendo à Superiora que precisavam visitar tôdas as salas e quartos do estabelecimento, porque tinham de enviar um relatório ao Govêrno. A Superiora conduziu atenciosamente aquêles senhores à primeira sala, em que se achavam doentes cujos rostos estavam devorados pelo cancro.
Os conselheiros fizeram uma visita apressada, deixando perceber em suas fisionomias quanto lhes repugnava demorar-se ali. Passaram logo à segunda sala; mas ai encontraram doentes atacados de doenças piores, vendo-se obrigados a puxar logo seus lenços, pois não podiam suportar o mau cheiro. A passos rápidos percorreram as outras salas e, ao deixarem o hospital, aquêles homens estavam pálidos e visivelmente comovidos. Um dêles, ao despedir-se, perguntou à Irmã que os acompanhara:
- Quantos anos taz que a Sra. trabalha aqui?
- Senhor, já faz quarenta anos.
- Quarenta anos ! exclamou outro cheio de pasmo. De onde hauris tanta coragem?
- Da santa comunhão que recebo diariamente, respondeu a Superiora E eu lhes digo, senhores, que n o dia em que o Santíssimo Sacramento cessar de estar aqui, ninguém mais terá fôrça de ficar nesta casa.
* * *
O menino que foi enforcado três vezes
Estamos na Palestina, pâtria de Jesus, onde se disse a primeira Missa e os Apóstolos fizeram sua primeira comunhão... E que é hoje a Palestina? Terra de desolação, de maometanos, cismáticos, judeus e poucos católicos.
Um menino cismático de oito anos começou a sentir-se atraído à religião dos católicos, a seus tantos e festas que lhe contavam seus companheiros. Um dia quis ir ver. Com muito segrêdo, por temor dos pais, assistiu à missa numa capela. Ficou encantado. Depois da missa continuou ali com as crianças do catecismo. Terminada a cerimônia, o Padre, que não o conhecia, aproximou-se dele para saudá-lo carinhosamente.
O coração estava ganho, e o menino, às escondidas, continuou a ouvir a missa todos os domingos. Um dia, porém, o pai o descobriu e perguntou-lhe:
- Você estêve com os malditos católicos?
- Sim, papai.
- Eu não lho proibira?
- Sim, senhor.
- Jura-me que não voltarâ lâ?
- Não posso, pois em meu coração sou católico.
- Então você não jura?
- Não, senhor.
- Enforcá-lo-ei...
- O senhor pode enforcar-me.
Passou o bârbaro uma corda a uma viga do teto e o laço ao pescoço do filho e puxou-o para cima. Quando os pézinhos do menino deixaram de mover-se, o pai o desceu, soltou o laço e, vendo que ainda estava vivo, disse:
- Agora você me promete de não ir ter com aquêles malditos...
- Não, papai, não posso.
Segunda e terceira vez repetiu o pai o cruel suplício, mas não conseguiu mudar o propósito do menino. Disfarçando, então, a sua cólera, tentou o bárbaro pai outros meios.
Tomando em seus braços o corpo extenuado do pobrezinho, disse:
- Mas, meu filho, você não me ama?
- Amo-o, papai.
- Como é, pois, que não quer me obedecer?
- É que eu amo a minha alma mais do que a meu pai.
O menino, pouco a pouco, recobrou as fôrças e logo se fêz batizar, tornando-se católico. Seu pai e sua mãe morreram de tifo no ano seguinte e não muito depois teve o pequenino mártir a morte de um santo.
* * *
Vinham nadando
Conta um missionário que, quando chegava a alguma ilha da Oceânia, para anunciar a sua presença levantava um mastro bem grande. Os negros acudiam de tôda a parte e vinham até de muito longe. Um domingo, pela manhã, viu chegar uma turma de negros que vinham nadando de outra ilha, para terem o consôlo de ouvir a santa Missa.
* * *
Domingos Sávio ajuda à Missa
Êste angélico jovem, aos cinco anos de idade, já sabia ajudar à missa e fazia-o com grandes demonstraçõe de amor a Jesus. Como era muito pequeno, o pâdre mesmo tinha de mudar o missal. Mas era tão grande o seu desejo de servir ao altar, que muitas vêzes chegava à igreja quando esta ainda estava fechada,e ali permanecia esperando e rezando. Numa fria manhã de janeiro de 1847, ali o encontraram tiritando de frio, e coberto de neve que caía copiosamente.
Do livro Tesouro de exemplos - Padre Francisco Alves, C. SS.R. Editora Vozes Volume I Edição II 1958