domingo, 4 de abril de 2010

CNBB: NOTA DE SOLIDARIEDADE AO PAPA BENTO XVI.

A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) expressou, numa nota, sua solidariedade ao Papa Bento XVI. O texto foi ao ar através das TVs Católicas de todo o Brasil na noite desta quarta-feira, 31 de março, às 19h, em cadeia nacional, proferido pelo Presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha, Arcebispo de Mariana (MG).

Segue a nota da CNBB.

O povo católico de todo o mundo acompanha, com profunda dor no coração, as denúncias de inúmeros casos de abuso sexual de crianças e adolescentes praticado por pessoas ligadas à Igreja, particularmente padres e religiosos. A imprensa tem noticiado com insistência incomum, casos acontecidos nos Estados Unidos, na Alemanha, na Irlanda, e também no Brasil.
Sem temer a verdade, o Papa Bento XVI não só reconheceu publicamente esses graves erros de membros da Igreja, como também pediu perdão por eles. Disso nos dá testemunho a carta pastoral que o Santo Padre enviou aos católicos da Irlanda e que pode se estender aos católicos de todo o mundo. Mais do que isso, Bento XVI não receou manifestar seu constrangimento e vergonha diante desses atos que macularam a própria Igreja. Firme, o Papa condenou a atitude dos que conduziram tais casos de maneira inadequada e, com determinação, afirmou que os envolvidos devem ser julgados pelos tribunais de justiça. Não faltou ao Papa, também, mostrar a todos o horizonte da misericórdia de Deus, a única capaz de ajudar a pessoa humana a superar seus traumas e fracassos.Às vítimas o Papa expressou ter consciência do mal irreparável a que foram submetidas. Disse Bento XVI:

“Sofrestes tremendamente e por isto sinto profundo desgosto. Sei que nada pode cancelar o mal que suportastes. Foi traída a vossa confiança e violada a vossa dignidade. É compreensível que vos seja difícil perdoar ou reconciliar-vos com a Igreja. Em seu nome expresso abertamente a vergonha e o remorso que todos sentimos”.

Essa coragem do Sucessor de Pedro nos coloca a todos em estado de alerta. Meditamos sobre esses atos objetivamente graves, e estamos certos de que – como fez o Papa – devem ser enfrentados com absoluta firmeza e coragem.

É de se lamentar, no entanto, que a divulgação de notícias relativas a esses crimes injustificáveis se transforme numa campanha difamatória contra a Igreja Católica e contra o Papa. Deixam-nos particularmente perplexos os ataques freqüentes e sistemáticos, ao Papa Bento XVI, como se o então Cardeal Ratzinger tivesse sido descuidado diante dessa prática abominável ou com ela conivente. No entanto, uma análise objetiva dos fatos e depoimentos dos próprios envolvidos nos escândalos revela a fragilidade dessas acusações. O Papa, ao reconhecer publicamente os erros de membros da Igreja e ao pedir perdão por esta prática, não merecia esse tratamento, que fere, também, grande parte do povo brasileiro, que sofre com esses momentos difíceis, e reza pelas vítimas e seus familiares, pelos culpados, mas também pelas dezenas de milhares de sacerdotes que, no mundo todo, procuram honrar sua vocação.

De fato, “a imensa maioria de nossos sacerdotes não está envolvida nesta problemática gravemente condenável. Provavelmente, não chegam a 1% os envolvidos. Ao contrário, os demais 99% de nossos sacerdotes, de modo geral, são homens de Deus, dignos, honestos e incansáveis na doação de todas as suas energias ao seu ministério, à evangelização, em favor do povo, especialmente a serviço dos pobres e dos marginalizados, dos excluídos e dos injustiçados, dos desesperados e sofridos de todo tipo” (cf. Cardeal Cláudio Hummes, 12ºENP).

No momento em que a Igreja Católica e a própria pessoa do Santo Padre sofrem duros e injustos ataques, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil manifesta sua mais profunda união com o Papa Bento XVI e sua plena adesão e total fidelidade ao Sucessor de Pedro. A Páscoa de Cristo, que celebramos nesta semana, nos leva a afirmar com o apóstolo Paulo: “Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos em apuros, mas não desesperançados; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados” (2Cor 4,8-9). Nossa fé nos garante a certeza da vitória da luz sobre as trevas; do bem sobre o mal; da vida sobre a morte.

Dom Geraldo Lyrio Rocha, Arcebispo de Mariana / Presidente da CNBB,
Dom Luiz Soares Vieira, Arcebispo de Manaus / Vice Presidente da CNBB,
Dom Dimas Lara Barbosa, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro / Secretário-Geral da CNBB.

CELAM MANIFESTA SOLIDARIEDADE AO PAPA BENTO XVI.

O Presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), Dom Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida, expressa em nome desse organismo sua solidariedade ao Santo Padre neste momento em que a Igreja Católica e a própria pessoa do Santo Padre sofrem duros e injustos ataques relativos a abusos sexuais. A seguir, apresentamos, na íntegra, a nota de solidariedade da presidência do CELAM ao Santo Padre Bento XVI:

Desde algum tempo têm aparecido com certa freqüência nos meios de comunicação social notícias sobre abusos sexuais contra crianças e adolescentes praticados por alguns membros do clero. Recentemente, o Santo Padre publicou carta dirigida à Igreja na Irlanda manifestando profunda dor e mesmo vergonha pelos abusos sexuais de crianças cometidos por religiosos daquele país.
Ao ensejo da publicação de notícias sobre o assunto, alguns meios de comunicação têm procurado atingir indiretamente o Santo Padre. Ao contrário do que alguns setores da imprensa têm publicado, a atitude do então Cardeal Ratzinger em relação a casos de abusos sexuais praticados por alguns membros do clero sempre foi muito firme, como o comprovam depoimentos de pessoas que com ele trabalharam, tendo demonstrado, nestes casos, sempre grande coragem ao enfrentá-los. Portanto, é falsa e caluniosa qualquer insinuação que se venha a fazer de que o atual Pontífice tenha, naquele período, ocultado casos de abusos sexuais ou tenha sido condescendente com seus autores.

Diante da repercussão de tais noticias infundadas, o Conselho Episcopal Latino-Americano – CELAM - manifesta solidariedade ao Santo Padre Bento XVI, unindo-se a ele em oração. O CELAM, nesta oportunidade, felicita sua Santidade pela Carta dirigida à Igreja irmã na Irlanda, na qual transmite - sobre as questões de que trata - clara, justa e exigente orientação, acompanhada de um apelo a uma confiança humilde na condução misericordiosa com a qual o Senhor dirige a Sua Igreja.

O Conselho Episcopal Latino-Americano ressalta, por oportuno, que levará em conta as orientações de Sua Santidade, tornando-as tema de constante preocupação.No contexto da Semana Santa que estamos vivendo, o CELAM se dirige ao Deus da História suplicando que Ele nos permita recordar e partilhar mais de perto o que o Senhor sofreu pelo pecado também do mundo contemporâneo, abrindo, para todos, por meio de Sua entrega única ao plano do Pai, a novidade da vida verdadeira e definitiva. As agressões injustas que Sua Santidade tem sofrido nos levam à contemplação do Cristo, que morreu de forma tão incompreensível na Sexta-Feira Santa, e à união com a Virgem Maria, no silêncio de sua dor no Sábado Santo, na certeza da participação na Vida do Ressuscitado para sermos, cada vez mais, Seus fiéis discípulos missionários. Asseguramos a Sua Santidade nossa comunhão e afeto.

Dom Raymundo Damasceno Assis / Arcebispo de Aparecida, SP.
Presidente do CELAM.
31/03/2010

SOLIDARIEDADE DOS MÉDICOS CATÓLICOS AO PAPA.

A Federação Internacional de Associações de Médicos Católicos (FIAMC) emitiu uma nota de imprensa na qual expressa seu rechaço à “fúria” com que diversos meios em vários países do mundo estão atacando o Papa Bento XVI e a Igreja Católica, tomando como justificativa alguns casos de abusos sexuais cometidos por membros do clero.O texto assinado pelo Presidente da Federação, Dr. Jose Maria Simón Castellví, assinala que “a responsabilidade dos eclesiásticos individualmente, e eventualmente de seus superiores diretos, é estendida a toda a Igreja, e não faltam tampouco tentativas de interpretar tais abusos como inevitável conseqüência dos princípios do magistério, da concepção do ministério sacerdotal e da moral católica”.

Para os médicos católicos “esta campanha midiática suscita a suspeita de que grupos editoriais, e os centros de poder que os sustentam, querem desacreditar a autoridade da Igreja, que é a voz mais consciente na defesa da vida desde a concepção até a morte natural, na defesa da família e a moral sexual católica tradicional, e na defesa do gênero humano perante perigosas aventuras no campo da genética”.

“Já foram vistas claras condenações dos casos de abuso sexual, mas também se deixou claro que não é possível nem legítimo atribuir a responsabilidade deles à Igreja Católica”, prossegue.

Finalmente a FIAMC “manifesta sua plena solidariedade ao Santo Padre”.

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