O novo secretário da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, Dom Guido Pozzo – uma das peças-chave do Vaticano para o diálogo com os lèfebvrianos − escreveu uma carta a respeito das indicações dadas por Bento XVI sobre a celebração da Missa pré-conciliar (Rito de São Pio V) , considerando que os bispos deve "estar em linha com as diretivas" do Motu Proprio Summorum Pontificum.
Bento XVI permitiu a celebração com o Missal de 1962, precedente à reforma litúrgica feita pelo Concílio Vaticano II. Esse rito contempla o uso do latim e a posição do sacerdote no altar (de costas para a assembleia).
A decisão do pontífice é universal, o que significa que a Missa Tridentina pode ser celebrada pelo sacerdote que o desejar, sem necessidade de autorização hierárquica (licença ou indulto) de um prelado. Os textos litúrgicos redigidos e promulgados após o Concílio continuam, todavia, a constituir a forma ordinária e habitual do Rito Romano.
Dom Pozzo chegou à Ecclesia Dei em julho passado, após as profundas mudanças efetuadas por Bento XVI nesse organismo da Cúria Romana, agora diretamente ligado à Congregação para a Doutrina da Fé. Mostrando-se compreensivo em relação às exigências dos fiéis que pretendem a celebração no Rito de Pio V, Dom Pozzo lembra também, que não é fácil para os bispos disporem de padres e igrejas para a celebração no Missal antigo, quando já estão sobrecarregados com encargos pastorais e afetados pela crise de vocações.
A Ecclesia Dei é uma comissão que tem por objetivo "facilitar a plena comunhão eclesial" dos fiéis ligados à Fraternidade São Pio X, fundada pelo bispo tradicionalista Dom Marcel Lèfebvre, "conservando as suas tradições espirituais e litúrgicas".
Criada por João Paulo II, em 1988, a comissão quer ser um sinal de comunhão para todos os fiéis católicos que se sentem vinculados a algumas precedentes formas litúrgicas e disciplinares da tradição latina, procurando adoptar "as medidas necessárias para garantir o respeito de suas justas aspirações".
O Motu Proprio de Bento XVI sobre a Liturgia Romana anterior à reforma do Concílio Vaticano II entrou em vigor em 14 de setembro de 2008. O documento aprova a utilização universal do Missal promulgado pelo bem-aventurado João XXIII, em 1962, com o Rito de São Pio V, utilizado na Igreja durante séculos.
O Rito de São Pio V, que a Igreja Católica usava até a reforma litúrgica de 1970 (com algumas modificações, a última das quais datada de 23 de Junho de 1962) foi substituído pela Liturgia do Novus Ordo (Novo Ordinário) aprovada como resultado da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II.
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