quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Secularização!?

Atualmente nos deparamos com certas mudanças que nos surpreendem e que chegam a nos questionar sobre até onde é capaz de ir o homem com a sua mentalidade secularizada.
É importante saber o que vem a ser "secularização", pois por vezes vivemos a nossa vida sem perceber o que realmente acontece na nossa sociedade, ao nosso redor. Chegamos a aplaudir fatos e acontecimentos sem que percebamos o imenso mal que podem nos fazer. Diariamente recebemos muitas informações que são fontes de uma espécie de "indiferentismo religioso e do ateísmo nas suas mais variadas formas, particularmente naquela que hoje talvez seja a mais espalhada: a do secularismo" (CL, 13.4).
Para que se possa entender o que é secularização, e também por que o Santo Padre pede com urgência uma nova evangelização, é bom citar alguns exemplos que ainda são atuais: tivemos há pouco tempo notícias de cientistas que conseguiram colocar uma orelha humana em um rato, também fizeram um clone de uma ovelha. Isso teve repercussão no mundo inteiro, tornando-se uma questão de ética, de moral, pois abriu a possibilidade de se criar clones humanos. É verdade que a tecnologia, a informação, a informática e a ciência trazem grandes benefícios; mas quando valorizam a pessoa humana só pelo que ela tem e não pelo que ela é de fato, deixam de ser benefícios para se tornarem um mal.
Mas, o que é realmente secularização?
Segundo o Dicionário de Conceitos Fundamentais de Teologia, secularização "designa o processo, iniciado na Idade Média e que continuou a manifestar-se nos tempos modernos, de afastamento, separação e emancipação, praticamente de todos os campos do universo da vida humana, do contexto de sentido fornecido pela fé cristã" (DCFT, 81).
Em outras palavras, o homem usa de seus conhecimentos técnicos, dons concedidos gratuitamente por Deus, de uma forma errada, ou que o fascinam por suas próprias conquistas, esquecendo-se de que é uma criatura. Assim, torna-se atual a velha tentação de "querer ser como Deus" (Gn 3,5). Usando de uma liberdade sem parâmetros, o homem vai eliminando as raízes religiosas que estão no fundo do seu ser. Ele vai esquecendo-se de Deus. Muitos quiseram propagar a "morte de Deus" na cabeça e no coração do povo. Apesar de não terem conseguido muita coisa, ainda hoje há alguns que querem ser "Deus", ou tornar Deus um ser insignificante, sem valor.
A secularização atinge muitos setores da vida humana, roubando-lhes o sentido de pertencer a Deus e tê-lo como pertença maior. Não só o indivíduo, mas a família, a comunidade, a sociedade entram nesse sistema, e por isso o Santo Padre grita pela nova evangelização, por um retorno a Deus, porque uma vez secularizado, o homem tornou-se só, vazio, amargo, triste e perdido. Roda em círculos procurando uma felicidade que pensa estar nas suas descobertas, fora de Deus, ou seja, uma felicidade em que ele é o centro de tudo, o que não é verdade, bem sabemos.
É um grande desafio para a evangelização enfrentar neste mundo cada vez mais secularizado.
É um grande desafio apresentar Jesus a este mundo descrente que prefere apostar em si mesmo do que se deixar amar por Deus. Mas não deve ser um desestímulo para nós, que acreditamos e experimentamos a cada dia o amor de Deus, muito pelo contrário, quanto mais se observar que o mundo está mergulhado em uma cultura secularizada, se afastando de Deus, que o homem não ama mais a seu Deus e ao seu próximo, aí é que devemos anunciar o Amor.
"Apesar de tudo, portanto, a humanidade pode e deve ter esperança: o Evangelho vivo e pessoal, Jesus Cristo em pessoa, é a "notícia" nova e portadora de alegria que a Igreja cada dia anuncia e testemunha a todos os homens" (CL 19,7).
Não podemos desanimar uma vez que temos Jesus Cristo como centro de nossas vidas.Lutemos, pois, para que Deus seja novamente posto no seu devido lugar: o coração do homem, o coração da sociedade.

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